XX.

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Leo Valdez é um
garoto quente
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O Elfo Latino estava abalado desde que saímos da loja de Medéia, os ombros estavam tensos e as mãos batucavam o metal das costas de Festus com excepcional velocidade. O negócio todo com a mãe dele o deixou assim, a quase briga entre nós três também tinham ajudado no estado jururu dele.

Não pude deixar de me sentir mal, mesmo que tudo que aconteceu com ele seja algo fora do meu controle, ainda penso como seria estar no seu lugar. Bom, podia muito bem ser eu quem estaria sem família agora, e imaginar um mundo sem os conselhos de vovó, o apoio da mamãe e os abraços de urso do papai é… assustador.

Vendo que Piper e Jason estavam presos nos próprios pensamentos, resolvi cutucar o garoto e puxar assunto assim que ele virou para trás.

— Tá tudo bem com você? — mal terminei de dizer a frase e bufei, percebendo minha completa imbecilidade ao perguntar isso. Parabéns por falar merda, Verônica. — Certo, pergunta estúpida. Mas, falando sério, como você está com toda essa maluquice?

Ele ficou em silêncio por um tempo, cheguei a pensar que ficaria sem resposta. Porém, me surpreendendo, o Garoto em Chamas suspirou e inclinou a cabeça para olhar nos meus olhos.

— Sim… não estou nada mal pra um zumbi que sofreu lavagem cerebral. — respondeu no típico humor, entretanto, ele precisaria de mais caso quisesse me enganar. Minha expressão deveria mostrar que não havia acreditado nele, então, Leo continuou: — Ela morreu por minha causa. — A voz dele não passava de um sussurro. Um sussurro cheio de sentimentos, dor, angústia, saudades… principalmente culpa. — Se Medéia não tivesse tido a visão, minha mãe continuaria viva. Eu fui a causa da morte dela.

Fiquei sem saber como responder, seria completamente insensível dizer um dos meus comentários sem noção, entretanto, eu nunca fui a melhor das pessoas com as palavras. Ainda mais sendo um assunto assim.

— A culpa não foi sua. — resolvi começar pelo óbvio, falando próximo do seu ouvido e baixo o suficiente somente para ele ouvir. — Isso parece uma daquelas frases clichês, eu sei, mas não tem nada que eu possa dizer que vá melhorar as coisas. — fiz uma pausa, observando a paisagem mudar abaixo de nós, vez ou outra esticando o braço para encostar numa nuvem. — Na verdade, acho que sei um ótimo remédio pra essa tristeza toda.

Dessa vez, todo o corpo dele virou completamente para trás. O rosto dele mostrava curiosidade, como se a simples idéia de melhorar a situação fosse algo inacreditável — confesso que senti meu coração apertar nessa hora. Agora, sentado de frente para mim, ele me esperava falar.

— E o que você vai me recomendar? Terapia de consumo? — nós dois rimos baixinho, talvez fosse uma boa opção em outro momento. — Já digo que não sei andar de salto.

Dory e a Bonitinha tiveram a decência de fingir prestar atenção em outras coisas diferentes da nossa conversa, olhavando para as nuvens, encaravam o chão, mexendo nas próprias roupas esfarrapadas e nos dedos.

— Vovó sempre me diz que os problemas ficam menores quando dividimos ele com alguém da família. — Valdez fez careta à menção de "família". — Como a sua está meio inalcançável no momento... sabe? Com os outros filhos de Hefesto no acampamento e tudo mais… Eu sei que vai parecer meio repentino o que vou dizer, mas se tiver algum problema, pode contar comigo.

𝐓𝐇𝐄 𝐄𝐈𝐆𝐇𝐓𝐇 𝐂𝐀𝐍𝐃𝐋𝐄 ▪ LEO VALDEZOnde histórias criam vida. Descubra agora