Não tenho noção de como tudo aconteceu. Só sei que fui arrastada uns metros pelo cabelo, e jogada em uma sala.
- ABRAM A PORRA DA PORTA, CUZÕES. - dei um chute para tentar abrir - MERLE DIXON, ABRE ESSA PORRA AGORA. - Ouvi sussurros do outro lado. "ela não foi algemada, não abram até o Governador chegar". - QUEM É ESSE GOVERNADOR? HEIN? - dei voltas na sala, procurando por uma saída. Não tinha. - MAGGIE, GLENN, PODEM ME OUVIR? - bati nas paredes e ouvi um bem baixinho " Annabethh". Ufa, estão vivos.
Dali a pouco a porta foi aberta. Mas não tinha nada para me defender. Ouvi a voz de Merle "Pega leve com ela, por favor". " Eu faço o que eu quiser, Merle". " Você pode ser o Governador, o caralho a quatro, mas não encosta nela"
Um homem entrou.
- Sente-se querida, por favor. - apontou para a cadeira enfrente a uma mesa de metal.
- Qual é a sua, hein? - perguntei ainda parada no canto do cômodo.
- Não se preocupe, sente-se e vamos conversar. - sentei inspirando bem forte. - Qual seu nome?
- Qual o seu?
- O pessoal por aqui me chama de Governador. Sua vez.
- Não.
- Escuta - falou meio bufando - Vamos te levar de volta para seus amigos. Só diga aonde eles estam.
- Você acha que eu sou uma retardada, seu cuzão? Acha mesmo que vou entregar aonde meus amigos estão? Não sei nem porque me trouxeram aqui. Eu morro mas não abro a boca.
- Nervosinha, do jeito que eu gosto. Levante-se. - eu o fiz. - Tire sua regata.
- Não.
- Agora - tirou uma arma e apontou para minha testa, levantando em seguida. Veio por trás de mim. - Ou os seus amiguinhos vão virar isca de zumbi - tirei rapidamente. - Vamos, o sutiã também - tirei e cobri meus seios com as mãos. - Uau, você é realmente toda tatuada. - passou as mãos em meus braços, senti meu olho lacremejar.
De novo não, por favor.
Puxou meu pescoço e levou de encontro a mesa, meu corpo estava a sua merce. Ele ficou mais uns segundos me pressionando. Mas bufou quando viu que não arrancaria nada de mim.
- E-eu falei. Eu morro, mas não abro a boca. - me levantou puxando pelos cabelos. Por um corredor com dois guardas armados, senti o cano gélido na minha nuca. Me jogou em uma sala.
- ANNABETH - disse Maggie vindo correndo me abraçar. Observei que ela estava com a blusa do Glenn, chorei em seu braço.
- S-sinto m-muito.
- N-não é sua culpa. - ainda estava cobrindo meus peitos, Glenn queria se aproximar, mas virou para o outro lado respeitosamente quando viu que eu estava sem camisa. - Quer a blusa?
- Fique com ela Maggs - me abraçou novamente. Ela tirou a blusa - Juntas, tudo bem?
- Não, n-não precisa disso.
- Cortem, cortem no meio... na horizontal - disse o rapaz ainda de costas - Não vai ser muito incrível, mas vai estar coberta.
- Boa idéia, Glenn - falei esticando a camisa no chão - Como faremos isso?
Glenn esticou para nós um osso de zumbi, bem cortante. Fiz um pequeno corte e rasguei o resto.
- Toma, fica com essa - dei a parte melhor para ela, cortei o retângulo de tecido que estou, agora era uma faixa. - Amarra atrás, por favor? - me virei e ela o fez.
- Você é realmente muito tatuada. - disse ela - De um jeito bom, quero dizer, são lindas.
- M-meu pai... me maltratava. Todas essas tatuagens são para cobrí-la. - eles me abraçaram. Sequei as lágrimas. - Eu f-fiquei ainda mais traumatizada pelo calabouço. Era aonde ele me trancava. O dia que eu sumi na prisão, fiquei presa em uma cela completamente fechada. Me lembrava de lá. - me apertaram ainda mais.
- Você é forte. - disse Glenn.
- Nós somos - falei enxugando a última lágrima que caia e fungando para sessar o choro- E vamos arranjar uma forma de sair daqui, beleza? - eles assentiram, eu estava de volta. - Vamos usar esses ossos para atacar os guardas assim que abrirem a porta. Quando eu estava vindo para cá, observei dois guardas, estavam armados.
🧟♀️💛
Ficamos rendidos, nosso plano não deu certo.
Mas ao fundo ouvi umas pessoas gritando e então uma bomba de gás foi arremeçada na rua em que estavamos. Um braço me puxou e nem reconheci de quem era. Assim que saí abanando a fumaça do meu rosto e tocindo muito forte, consegui enxergar o ser humano:
- DARYL - pulei em seu pescoço, ele me abraçou de volta.
- Morena - desceu o olhar por mim - Mas o que?
- Sem tempo D, temos que sair daqui. - ele segurou meu braço, tirou seu colete, depois sua blusa, colocou-a em mim. Depois vestiu o colete novamente. - Obrigada - fiquei um pouco sem graça.
- VAMOS PESSOAL. - gritou Alex nervoso.
Corremos e eu não tive nem tempo de pensar como eles nos encontraram.
...
Invadimos uma das casas do condomínio fechado em que tudo aconteceu. Uma mulher de pele escura, que eu não conhecia, fechou a porta pelo lado de fora e saiu.
- Quem era aquela? - perguntei apontando para a porta. Sem respostas, Daryl veio e me puxou para um abraço espontâneo, deitei com a cabeça em seu peito, mas ainda olhava para o xerife.
- O que aconteceu com vocês? - retrucou Alex.
- Merle aconteceu.
- Merle? Meu irmão está vivo? - perguntou olhando para mim, ergui meu pescoço e respondi.
- Está. Ele nos trouxe para cá. É o braço direito do tal Governador.
- Ele jogou um zumbi em mim, e iam matar a gente. - disse Glenn.
- Ele sabe que estou com vocês? - perguntou o moreno e Maggs fez que sim com a cabeça.
- Rick desculpa, falamos aonde estavamos, ele estava torturando a Maggie e não conseguimos aguentar - disse o coreano.
Opa, opa, opa, essa eu não sabia.
- Não precisa se desculpar. - o nosso "líder" explicou que o carro estava a alguns quilômetros daqui. Daryl queria encontrar o irmão. Rick negou. Eles discutiram um pouco. Mas seguimos nosso caminho, reconheci um dos presos, Oscar. O xerife me entregou uma ak-47, só meti bala em quem aparecesse. Jogaram bombinhas de gás nas ruas. Daryl estava atirando ao longe, disse que daria "cobertura". Papo furado.
Quando finalente chegamos aos muros de saída daquele lugar, subi no ônibus escolar, que funcionou como uma escada para o lado de fora, com a ajuda de Oscar. Já de pé, virei para trás para procurar ele.
- DAAARYL, VEM. - estava um pouco longe da gente.
- JÁ VOU.
- AGORA PORRA - ele não ia vir. Ia procurar pelo irmão.
- VÃO.
Fui puxada abruptamente para o outro lado. O moreno tinha ficado para trás. Eles iam matar Daryl.
- ME SOLTA, ALEX - me debati quando percebi que seus braços estavam ao meu redor.
- NÃO.