Tudo estava simplesmente incrível.
Muitos meses se passaram desde que os moradores de Woodbury vieram morar com a gente. As celas precisaram ser divídidas, ou seja, eu não estava mais sozinha. Eu dividia cela com Carl. E quando necessário eu ia para fora com Daryl para beijarmos.
A prisão virou um lar.
Um de verdade. Colorido, com plantas, plantações, pequenos casebres com animais. Diariamente os zumbis se acumulavam no portão. Era minha função e de mais algumas pessoas matá-los. Era exaustivo mas legal. Semanalmente eram enviados grupos de caça - Daryl liderava - e recolhimento de suprimentos - Glenn.
O xerife virou um verdadeiro campeiro. Cuidava das hortaliças, vegetais, animais. Carl estava um pouco bravo em relação a isso, mas nada que pudessemos fazer. Beth tinha um novo namorado.
- Bom dia, Sra Fanny - uma senhora simpática que vivia na cozinha fazendo geléias e pães para todos.
- Bom dia minha querida, hoje foi geleinha de laranja.
- Que delícia, vou procurar pelo Daryl e já volto comer, tudo bem? - ela assentiu. - Fui para fora, encontrei-o comendo na cozinha de fora. Ouvi vários "bom dia Annabeth", respondi a eles. Cheguei por trás do caçador e tampei seus olhos.
- Você faz a mesma coisa nos últimos meses, eu sei que é você - disse sem nem se virar.
- Nossa - passei os braços pelo seu pescoço cheirando-o - Tomou banho? Está tão cheirosinho, nem parece o Dary que eu conheço.
- Ah, cala a boca - rimos - Prova isso, o Patrick que fez - disse colocando na minha boca um pedaço de carne.
- Hmmm - tava horrível - Que delícia Patrick - falei quase cuspindo para o garoto que se aproximava.
- A-ah o-obrigado, A-anna.
- O que usou para temperar? - perguntei enquanto Dixon ria contra meu pescoço.
- A sra Coelho - uma senhorinha que se disponibilizou lipar as celas uma vez por semana - Achou em um dos quartos um saquinho com temperinho verde.
- Sabe aonde ela achou? - perguntei sabendo que a maconha que eu achei na última busca tinha sumido.
- Não sei não, eu ainda não provei, espero que esteja gostoso - Daryl riu me apertando mais. Quase soquei ele.
- Tá gostoso, só não dá para crianças, nem idosos ok? - ele saiu assentindo confuso. - Puta merda Daryl - soquei sua barriga rindo. - O que a gente vai fazer?
- Não sei - falou rindo para caramba.
- Olha para aquilo - falei apontando para a grade. - Ela tá enchendo muito rápido.
- Mais nossos atraem mais deles.
- Temos que matar todos. Se não vai encher demais. - ele me olhou parecendo não ligar - O que foi?