Acordei com uma barulheira estranha.
TIROS.
Levantei da cama de supetão, vesti a roupa que deu e saí descalça pelos corredores frios.
- ESTAMOS SENDO ATACADOS - gritou um salvador. Peguei uma AK-47 que achei ali. E saí apontando para todas as direções.
- Joel, o que está acontecendo? - perguntei ao homem quando passou por mim.
- Não sei ao certo. Fique por aqui, os homens estão cuidando disso. - ouvindo essa frase não aguentei atirei direto na sua nuca. Fui covarde por matar ele pelas costas.
Foda-se.
Larguei a arma no chão.
Saí dali correndo, não sei o que aconteceria com Daryl (talvez comigo) se soubessem o que eu fiz. Assim que cheguei ao salão (tava mais para o centro da fábrica) vi Daryl abaixado ao lado do esfregão (ele virou faxineiro, coitado) e Negan ao seu lado, quando me viu, Dixon se jogou por cima de mim.
Os tiros cessaram.
Mas continuei me apertando contra o caçador.
Sentia falta do seu calor.
De fazer amor com ele.
Dele.
- Ora, ora, ora - disse Negan sendo levantado por um de seus parceiros. - Que cena mais merda. Se afastem imediatamente - Daryl não parecia propenso a recuar, então eu o fiz - Obrigada Daryl, por salvar minha mulher. Agora vamos dar uma olhadinha no que tentou atacar a minha comunidade.
Ao sair pela porta me deparei com um garoto (com apenas um olho) ajoelhado, com muitas armas apontadas para sua cabeça.
- CARL GRIMES O QUE ESTÁ FAZENDO AQUI? - gritei nervosa me aproximando dele, o ajudando a levantar.
- Para aí mesmo ou - disse um salvador.
- Ou o que cuzão? Vai me matar é? - perguntei já irritada com toda a situação. - Mata, micro-pênis.
- Cala a boca - disse mirando a arma em mim.
- Cala você - disse Negan batendo com a Lucille nele no instante seguinte - É dessa mulher poderosa que eu gosto. Mas veja só, garoto caolho? Filho do covardão? - me coloquei na frente dele, mesmo que agora o "Baby Carl" seja mais alto que eu.
- Não vai encostar nele, Negan.
- Lógico que não ... Mas esse garoto matou homens meus, quantos foram Gordo?
- Três.
- Uau, tudo isso? Mandou bem minha máquina mortífera. Você é uma graça. Não se preocupe, amor - olhou para mim - Não vou machucar minha mais nova pérola, minha mais nova aquisição. Saia. - mandou para mim.
- Não.
- Saia ou eu mato ele.
- Não vou sair, e você não vai matar ele. - ele sorriu.
- ESTÃO VENDO? É disso que eu gosto. Tudo bem, vamos lá então, morena - Dixon se aproximou.
- Não pode me chamar assim.
- Porque? Porque o Baby Daryl te chamava assim? - riu - Vem garoto vou te mostrar o lugar - bufei irritada.
🧟♀️🤎
- Matei um cara - falei sentada em um banco (na sala de trocas dos pontos) jogando água de propósito no chão. Foi a nossa forma de se comunicar nos últimos dias. Ele não olhava para mim, e eu não olhava para ele.
- O que houve? - perguntou preocupado.
- Me irritou ... Vou matar eles, pouco a pouco.
- Tome cuidado, morena.
- Você viu a audácia do Negan me chamando pela forma que só você pode me chamar? Fiquei puta.
- Eu fiquei mais, acredite ... Você está controlando ele ... - ficou um pouco vermelho e perguntou - D-d-dormiu c-com ele?
- Por que acha isso? - perguntei observando ele secar (demoradamente) o chão.
- Porque quando fizemos amor pela primeira vez, eu me senti do jeito que ele está ... enfeitiçado.
- Não transei com ele, Daryl. E não vou. Sou sua, e já disse isso antes.
- E eu sou seu, morena. Sempre e para sempre.
- DARYL - era um cara aleatório - Uma grávida vomitou no quarto 13. Limpeza. - ele se levantou e foi correndo, nem pude me despedir.
🧟♀️🤎
Mais tarde Negan ordenou que todos fossemos na sala principal.
Carl estava sem a faixa que protegia seu ferimento.
Queria ir até lá, mas fui impedida quando o líder começou a falar.
- BOM, Como todos sabem, minha garota nos faz apresentações. E em uma dessas eu vi, você - apontou para um velho nojento que me encarava sempre nos corredores - Batendo uma punheta - riu - DIGAM - falou se abaixando.
- AS REGRAS NOS MANTÉM VIVOS - disseram todas as pessoas se ajoelhando. Patético.
- Que falta de respeito e consideração com a mulher dos outros, Lipe. Por isso, Dwight, meu querido, está aquecendo ferro. - o velho estava no meio da roda preso a cadeira. - Bom, as regras são o que fazem tudo funcionar, eu sei que não é fácil, mas sempre tem um custo. E o seu de hoje é ferro. Todos de pé.
Observei que Daryl estava com o esfregão de limpeza a poucos metros de Lipe. Negan vestiu uma luva anti-térmica e segurou o ferro na mão. Um segundo depois o calor entrou em contato com a pele do velho. E então gritos. Parti para a frente de Carl e puxei seu rosto para baixo.
- Não olhe para isso, maninho. Olha para mim.
Os gritos continuavam sem parar.
- O que veio fazer aqui?
- Matar Negan e salvar vocês.
- Disse que deveria me obedecer, Carlitos.
- Limpe a bagunça - disse Negan a Daryl, puxando Carl pelo braço - E você querida, vá se aprontar, quero uma dança especial hoje - nojento, monstro, cu arriado.
Mais tarde ele levou Carl de volta a Alexandria, me deixou nervosa.
Mas não tinha nada que eu pudesse fazer.
Acendi um cigarro.