brunette, daryl dixon

3

Ainda não falava muito. 

Preferi ter uma boca fechada do que uma grande.

Precisava de cigarros.

Na manhã seguinte Glenn e Maggie vieram falar comigo. Eu ainda estava deitada. Ele não estava mais ali.

- Anna, o que acha de ir no supermercado com a gente? - disse a mulher.

- Podemos achar suprimentos, coisas legais e catar umas coisinhas para a Judith. - completou ele.

- Olha, se você não tiver afim tudo bem? Só achamos que seria interessante você dar uma volta, e não ficar o tempo todo olhando para esse teto. - desviei o olhar do teto cinza e virei para eles. - O que acha? - pensei nos meus cigarros e se der sorte uma cerveja.

- Ok - falei brevemente, eles sorriram felizes. Eu estava de poucas palavras agora. Vesti uma calça de moletom e um top, calcei meu all-star, que agora estava beeem surrado. Fiz uma trança, não queria nada no meu caminho. 

🧟‍♀️💛

 Saí do meu "quarto" e fui em direção aonde comíamos.

- Ann, que bom te ver - disse Beth, olhei para ela e acenei com a cabeça - Aqui, estou preparando uma comida deliciosa.

- Enlatada - disse Carl me abraçando, ele tinha crescido tanto.

- Mas deliciosa - retrucou a Greene mais nova olhando para o mini-xerife. Tive que rir de leves.

- Olha só, vi uma risadinha aí - disse a loira me encarando. Sorri. Ela me serviu uma porção generosa de carne de panela e salada de batatas. Comi bem devagar para saborear aquela comida mais que deliciosa.

- Está ótima Beth - falei e eles me encararam felizes, por estar, aos poucos, voltando a falar.

- Você está linda hoje, Ann - disse a loira, a fitei confusa - Não sei explicar, tem um brilho no seu olhar, tem algo a mais - auto e inconscientemente pensei em Daryl. Corei. - Ficou vermelhinha do nada por que? - ri. - IIII tem homem envolvido. Mas quem? Rick não, nem meu pai - ela passou a analisar - Glenn está com a minha irmã, Carl é muito novo. JÁ SEI - aí não - É UM DOS PRISIONEIROS?

- É Beth Greene, é um dos prisioneiros - falei ironica. E encostando um copo de água na boca.

- To brincando, eu sei que é o Alexander - cuspi a água na mesa, ela riu.

- Não.

- ANNABETH - disse Glenn vindo correndo - Está pronta? - fiz que sim com a cabeça. - Já voltamos, não é.

- Sim, já voltamos. - me aproximei dela e cochichei em seu ouvido - Daryl - ela deu um grito e começou a sorrir. Sorri junto e me afastei.

🧟‍♀️💛

Fui para o banco de trás do carro, óbvio que o casal ia na frente. 

Assim que chegamos no mercadinho, Glenn foi o único que entrou, ficamos ambas de reta-guarda.

- Já volto - falei entrando no ambiente pouco iluminado. Fui direto para o caixa, aonde eu provavelmente acharia meus cigarritos. - Marlboro? To no céu - falei rindo para mim mesma, coloquei o máximo que consegui na mochila. Taquei uns pirulitos e balinhas que restavam ali.

Saí e voltei ao lado da Maggie. Ela me encarva, como se tivesse em dúvida.

- Fala logo Mag.

- O que foi fazer lá dentro? - curiosa do jeito que é. Apenas abri a bolsa mostrando a ela o monte de caixas de cigarro e balas - Meu Deus, isso vai te matar.

- Que mate. - dei de ombros.

- Não fala assim, Ann. - disse me abraçando de lado. Dali a pouco o coreano apareceu com uma cestinha vermelha de super-mercado com coisas para Judith, o bebê que eu ainda não vi. E alguns outros suprimentos que ele achou.

- Pega aquele pato ali, o cachorrinho também - apontéi, e ele catou.

- Para que isso?

- Porque eu tenho fetiche em brinquedo - eles me encararam - Claro que não né bocos, é para bravinha. Uma criança crescendo em uma prisão completamente cinza vai precisar de brinquedos.

- Boa idéia, Ann.

- Acho que a Ann está de volta.

- Ora, ora, ora - eu reconheceria essa voz a quilômetros. Merle Dixon. - Eu também estou de volta.

- Merle? Achavamos que estava morto - disse Glenn. Mirou a arma em nós.

- Nossa, Dixon, seu irmão me contou que cortou sua mão fora, eu não havia acreditado, se bem que ficou mais foda - falei também apontando minha arma.

- Morena - abaixou a arma. Veio se aproximando.

- EI vai para trás - gritou Maggie mirando a sua arma.

- Tá tudo bem querida, Jesus - ergueu as mãos - Poderiam me dizer aonde está meu irmão, ou se ele pelo menos está vivo.

- Ele está, Merle. Se quiser encontrar com ele, espere aqui, voltamos para o  grupo e o trazemos - ele não ia simplesmente aceitar que foi preso em um cano no telhado de um prédio, eu tenho absoluta certeza que ele planejava vingança.

- Não vai rolar, me levem até ele e eu deixo quieto tudo o que aconteceu em Atlanta.

No segundo seguinte em que negamos ele veio para cima de nós. Com uma pistola ele atirou na janela de trás do carro. Quando dei a volta, vi Maggie imobilizada, com uma arma apontada para sua cabeça.

- Solta ela - disse Glenn - SOLTA ELA.

- Coloquem as armas no carro. Agora. Muito bem, agora vamos dar uma voltinha. Entrem no carro. Glenn você vai dirigir. 

FODEU.