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Demos as mãos e aos poucos saímos da casa.
Andando no meio de dezenas de zumbis ao por do sol.
Que lindo.
Bem romântico.
Rick era o primeiro, já eu era a última da fila, estava de mãos dadas com o padre Gabriel, ele estava suando muito, não o julgo. Fomos conversar para perto do lago.
- Gabriel, pode levar a Jud para a Igreja?
- Com toda a certeza - respondeu firme, mas o xerife o encarou contrariado.
- Eu confio no Gabriel, Rick. Ele vai conseguir. - me afastei deles e agachei na frente de Simon - Escuta amigão, eu sei que está com medo, mas precisa ser forte - ele balançou a cabecinha dizendo sim.
Anoiteceu.
Demos as mãos novamente, dessa vez eu estava na frente de Carl. A ordem era assim: Rick, Mich, Spencer, Eu, Carl, Ron, Jessie e Simon. Nosso objetivo era chegar a pedreira e afastar os zumbis com carros.
O plano foi destruído quando a criança começou a se exaltar.
- Sam, Sam, vem - sussurrava a loira. Ele dizia que não queria. Quando o menino chorou um pouco mais alto, dois zumbis o atacaram, então mais gritos, trazendo mais zumbis. Jessie em choque não largava a mão de Carl. Ela começou a gritar e os zumbis a atacaram também. Sem pensar muito passei um corte limpo sobre a mão dela, livrando Carl.
Ron, o adolescente "amigo" de mini-xerife ficou puto. Seu pai havia morrido, seu irmão e depois sua mãe. Ele sacou uma arma que não sabíamos que ele possuía e apontou para Rick. "É TUDO CULPA SUA" : foi o que ele gritou antes de dar dois tiros seguidos, senti dor e sangue se esvaindo de mim, tinha sido atingida de raspão no ombro direito, olhei por cima do mesmo e o xerife não havia sido ferido. Suspirei aliviada quando os zumbis partiram para cima do garoto.
- P-pai? - me virei e era Carl. A segunda bala foi nele, em seu olho direito, milésimos depois ele estava no chão.
Rick pegou o no colo.
- Denise, temos que levar para ela. - eu, Spencer e Mich fizemos uma pequena formação ao entorno do pai e filho, se caso algum zumbi tentásse nos atacar, mataríamos. Eu ia na frente abrindo caminho junto com o rapaz, e a mulher cobria atrás.
🧟♀️💜
A médica abriu a porta assim que nos viu chegando, indicou o local. Rick deitou seu filho na maca, senti lágrimas se formando nos meus olhos. Pobrezinho, ele não vai morrer.
Não hoje.
Não assim.
Lavei as mãos na pia e me aproximei de Denise.
- O que eu posso fazer para ajudar? Foi um tiro no olho.
- Queima-roupa - completou Michonne.
- Salve meu filho - pediu Rick chorando.
- Rick, vai para fora - apontei a saída - AGORA - ele obedeceu e saiu junto com Mich e Aaron.
- Preciso de luz - pediu a loira, Spencer alcançou a luminária.
Ela foi fazendo as coisas, e eu só ali auxiliando. Quando percebi que daria conta. Deixei que a raiva tomásse conta do meu corpo, peguei um facão na mão esquerda e minha espada na direita. Abri a porta com um chute e fui matar os zumbis.
Eu chorava, gritava, matava.
Raiva e ódio.
As duas únicas coisas que jaziam dentro de mim naquele momento. Eu não conseguia pensar em nada, só: matar, matar, matar.
Quando olhei ao meu redor, os moradores de Alexandria me acompanhavam, trucidando os errantes, também enraivecidos. Todos estavamos consumidos por uma força sobre natural. Meus braços doíam - principalmente o que estava "rasgado" - mas não iria parar, não agora.
Vi o portão sendo aberto, um caminhão forte (aqueles que transportavam dinheiro) entrou pelo portão da frente, era Daryl. Juntamente com Sasha e Abraham. Eles conseguiram, eles voltaram. Olhei para trás e Glenn lutava ao lado de Aaron. Rick matava-os com machadinhas, outros com facas e facões. Depois vi Rosita, Eugene, Gabriel, Carol, Morgan, Olívia e Tara se juntando a nós. Muitos outros também.
Unidos.
Juntos.
Me joguei no chão quando o último deles foi morto.
- AMOR - Daryl se arremessou por cima de mim, gemi pela dor. Ele me apertou mais - Desculpa, d-desculpa. - ele ia se afastar mas puxei-o contra mim.
- Não - falei deixando as lágrimas rolarem - Me abraça mais, me aperta mais - assim ele o fez. E pela primeira vez no dia me senti segura, chorando contra seu pescoço.
...
Já de manhã.
- Que porra é essa? - perguntei vendo um ferimento nas costas de D.
- Arrumei briga, morena - ri de leves, virei ele na maca para fechar seu ferimento, nem um segundo ele reclamou de dor - E o seu?
- Arrumei briga, moreno - ele riu erguendo a cabeça, de uma forma muito sexy. Ele me virou na maca, ajeitou a agulha e me consertou. Assim como ele consertou meu coração. - PORRA.
- Desculpa.
- Tá - respondi rindo do seu susto - O dia vai ser corrido, mas podemos tomar um banho juntos, o que acha? - perguntei sorrindo maliciosa.
- Eu acho ... Eu acho não, tenho certeza que te amo - me deu um selinho e depois um beijo.
Limpamos Alexandria.
🧟♀️💜
Semanas se passaram, Carl estava bem, sem um olho, mas bem.
Todos estavamos mais unidos e cooperativos.
- Está pronta, amor? - perguntou se apoiando no batente da porta (gostoso). Encaixei uma machadinha no coldre de trás.
- Estou - coloquei minha mochila nas costas.
...
Hoje seria dia de busca. Agora as pessoas faziam listas do que queriam, e nós procurávamos.
Fui no banco da frente com Daryl, e Rick no de trás.
- Espero achar mais cigarros hoje - falei dando de ombros.
- Um maço por dia, assim não dá. - falou D brincalhão.
- CALA A BOCA - falei rindo e me virando para Rick - Sabia que esse idiota aqui começou a fumar? Burro - eles riram.
- Vocês se amam de um jeito diferente - rimos. - Com sorte vamos achar roupas, alimentos, talvez pessoas - fiquei na negativa, nada de pessoas.
- PARA O CARRO - ele parou na mesma hora, apontei para uma moto - Vou usar ela se estiver boa - E estava, Daryl não gostou muito da idéia. - Olha, eu vou para o posto 12, se tiver coisas boas lá eu volto e chamo vocês, o tanque está cheio - avisei. E estendi o walkie-talkie - Se precisarem de algo, linha 4.
- Não acho uma boa ideia.
- E eu ligo para o que você acha? - falei divertida, eles riram.
As vezes estar sozinha é bom.
É essencial.
O resto do dia passei vagando por aí atrás de coisas boas. Avisei no rádio que estava voltando para Alexandria, não obtive resposta.