Diego narrando...
Me sinto um grande filho da puta por ter feito isso com a minha filha.
A minha única filha...
Lutei por anos para conseguir pelo menos chegar perto, mas a insegurança sempre falava mais alto.
Vi Lavínia crescer aos poucos e mesmo de longe eu vibrava por suas conquistas.
Quando ela completou 21 anos, a idade que sua mãe me... Abandonou, eu a decidi viver sem interferir em nada mais.
Agora eu estou tão feliz por ter me reaproximado!
Tenho a minha baixinha de volta, com a sua inteligência e beleza maravilhosa!
Eu amo muito essa garotinha!
- Dá para ligar o aquecedor? - a dona da voz mais deliciosa que já ouvi na vida reclama.
Ah Diana... Se você o quanto soubesse que ainda atormenta meus sonhos e pensamentos...
- Está com frio? - pergunto dirigindo pela estrada pouco movimentada.
- Sim? - fala como se fosse óbvio- Olha aqui, para deixar bem evidente. Eu não queria estar aqui!
Eu amo esse jeitinho marrento dela...
- É eu sei. Mas pelo bem de nossa filha, eu prometi te levar até seu hotel em segurança. - faço menção e ela bufa - Aliás, não é como se eu fosse te comer.
- Vai se foder Diego! Me respeita seu babaca! - grita e eu respiro fundo vendo que ela interpretou do modo errado.
- Eu não falei nessa malícia Diana! Você anda com a cabeça muito poluída ultimamente. - me concentro em desviar uma carro em alta velocidade.
- Vai bater a droga do carro! - se desespera agarrando meu pulso no volante.
No mesmo instante tudo parece congelar.
Aquelas lembranças... Seus toques, seus beijos, seu perfume....
Fito seus olhos azuis me fazendo engolir em seco, ela me encarava com a mesma intensidade da última vez que nos fizemos amor...
- A-acha que não sei o que estou fazendo? - me xingo mentalmente por ter gaguejado.
Sua mão ainda repousa no mesmo lugar, seus olhos fixos ao meus.
De repente sou surpreendido ao sentir seus lábios macios pressionando os meus.
Acabo quase perdendo o controle do carro pois fecho os olhos aproveitando do momento.
- Porra! - Diana grita parecendo acordar para realidade - Não, eu não fiz isso!
- É... Você fez. - admito mais para mim mesmo.
- Que droga Diego! - esbraveja me olhando - A culpa é toda sua!
- Minha?! Minha culpa?! Você que me beijou! - digo indignado.
- Seu... Miserável! - vira o rosto para janela irritada - Você... Continua tão... Bonito...
Tentei ao máximo não sorrir mas falhei miseravelmente, vê-la falando assim me deixou muito feliz...
- E você também... Tão bela quanto da última vez que a vi... - a olho brevemente - Será que podemos parar em uma lanchonete, eu preciso de um cigarro agora...
Tossi discretamente antes de prosseguir a fala, a mais nova me olha e acena devagar.
Mudo a rota agora indo em direção a uma lanchonete que conheço aqui pertinho.