Lavínia narrando...
Terça-feira, 18:38h da tarde.
Meu expediente já acabou, Tália saiu um pouco mais cedo, eu também deveria ter saído, mas preferi deixar tudo agilizado para amanhã.
Pego minha bolsa e saio do escritório, tranco a porta e vou em direção o elevador.
Espero ele chegar e entro. Aperto o botão do terraço, e espero. O elevador indica que irá subir, e meu sangue já congela.
A porta se abre revelando o senhor D'black. Ele parece surpreso.
- Oi senhorita, o que faz aqui essa hora? Já passou das 17:00h. - ele pergunta e entra no elevador.
- Oi senhor, fiquei para resolver algumas coisas, para não ter mais trabalho para amanhã. - digo.
Até que enfim consegui abrir a boca!
Fico nervosa só de pensar que nesse momento seus olhos hipnóticos estão sobre mim.
- Ah sim... - ele murmura e encosta na parede do elevador.
Tento não demonstrar meu nervosismo. Então pego meu celular e entro em minha rede social.
- A quanto tempo mora em Beverly Hills? - ele pergunta curioso.
Me viro para encara-lo, mas quase me arrependo quando vejo que o mesmo está sem seu blazer.
Igh, que homem maravilhoso!
- Desde que nasci. - digo e ele acena em concordância. Seu olhar intenso me deixa arrepiada, um silêncio paira entre nós, então decido quebra-lo - E o senhor, desde quando mora aqui em Londres?
- Desde os meus 5 anos, meus pais se mudaram da Califórnia quando eu era criança. - ele diz.
O elevador apita indicando que chegamos ao terraço.
Quando eu iria me despedir ele diz.
- Está bem tarde é perigoso para uma dama sair a rua essa hora, aceita uma carona? - ele pergunta cauteloso.
Em certa parte ele tem razão, a noite já se instala, e tenho medo de pedir um motorista sozinha. O que me resta é aceitar.
- Não irá te incomodar? - pergunto e ele ri baixo.
- Não há incômodo nenhum senhorita. - ele diz e sorri enquanto fita minha boca.
Sinto minhas bochechas pegando fogo, e fito seus olhos.
- Er... Então eu aceito. - digo e ele concorda. - Não é muito longe daqui, apenas alguns quarteirões.
- Ok. - ele diz e se aproxima de mim.
Minha respiração falha e me sinto ainda mais arrepiada.
Como um homem pode mexer tanto assim comigo?!
- Está gostando da cidade? - ele pergunta.
Sua voz rouca e lenta me chamou atenção desde o primeiro momento que ouvi. Olho para o lado e lá está ele, me encarando de uma forma diferente.
Engulo em seco e volto a fitar a porta de metal a minha frente.
- Sim, é bem diferente da minha natal. - digo sentindo minha voz trêmula.
Droga de novo não! Firma a voz Lavínia!!
Ele concorda em silêncio e a porta se abre. O mesmo me espera sair e me segue.
Avisto uma Lamborghini prata. A mesma de ontem, fico surpresa, pois nem imaginei que ele seria o dono.
Ele destranca a mesma e abre a porta para mim. Agradeço e me sento ao banco do passageiro.