Lavínia narrando...
Sábado, 5:50h da manhã.
Não, não...
Tire ele de cima de mim!!
Alguém, por favor...
- Não... - sussurro.
Me levanto abruptamente da cama aonde estou deitada, mas logo perco minhas forças e caio no colchão.
O arder dos meus olhos é por causa da luz forte.
Esfrego meus olhos com uma das minhas mãos, conseguindo ver um pouco melhor, observo que estou em um hospital.
Há a bolsa de soro pendurada, que desce até minhas veias, me deixando agoniada.
Meu rosto está muito dolorido, minha cabeça dói muito, e estou morta de sede.
Procuro por alguma garrafa de água, mas encontro...
Dylan...
O mesmo dorme sentado na poltrona ao lado da cama, sua respiração é agitada, ele parece estar em um pesadelo.
Me assusto quando vejo sua blusa branca manchada de o que parece ser sangue...
- Não... Não posso te perder... - sussurra agitado, tento levantar da cama mas estou cheia de agulhas, espalhadas pelo meu peito e braço, arranco todas sem pensar duas vezes e tenho correr até o mesmo.
- Lavínia não... - grunhindo ele diz.
- Dylan, eu estou aqui!! - digo, falhando cima voz, sacudo seu braço - Acorde!!
- Hmm... O-oque...? - abre os olhos devagar - O que está fazendo de pé?! Você não pode...
- Ei, eu estou bem. - o tranquilizo.
- Não, você não está bem. - diz e me pega no colo, me surpreendendo, o mesmo me coloca na cama com delicadeza.
- Me desculpe te atrapalhar, é que você estava agitado e...
- Não tem problema, estou melhor agora. - fala após se sentar novamente, sua voz sai rude, me acertando em cheio - Quero dizer, estava em um pesadelo... Eu que tenho que agradecer...
- Tudo bem... - digo baixo.
- A quanto tempo está acordada? - pergunta, mudando seu tom de voz.
- A dois minutos... Também tive um pesadelo, com... - minha garganta se fecha e meus olhos pesam em lágrimas.
- Shii... Não precisa falar nada, descanse... - vem até mim se sentando ao meu lado na cama.
Os flashs da noite anterios veio como um tsunami, inundando toda minha mente.
- Ele me machucou... - sussurro fracamente.
Permito encostar minha cabeça no ombro do mais velho, que de imediato me agarra, me fazendo desmanchar em lágrimas.
- Eu sou tão fraca e...
- Não diz isso! - me repreende alisando meu cabelo com sua mão - Você é forte e corajosa pequena.
Eu senti tanta falta desse pequena...
Sua voz soa cautelosa, ele beija o topo da minha cabeça e me prende em seus braços, soluços e suspiros escapam da minha garganta, lágrimas teimosas molham sua blusa.
- Não quero que me veja assim. - digo me afastando e cobrindo meu rosto entre as mãos.
- Ei ei, pare com isso... - pede tirando minhas mãos - Não precisa ter vergonha de mim...