Dylan narrando...
Sexta-feira, 22:46h da noite.
Com a boa visão noturna que tenho graças a minha vida vampirica, consigo capturar cada parte de seu rosto.
A janela estava fechada, me afasto devagar da morena e caminho até a mesma a abrindo.
- Vem aqui. - a chamo esticando minha mão para a mesma.
Ela a segura meio incerta, consigo sair pela janela sem fazer muito barulho, indo até o meu antigo esconderijo.
O telhado da minha casa, o meu lugar favorito na terra...
Ajudo Lavínia a sair também, a mesma se assusta com a altura, se encolhendo em meus braços.
- Não precisa ter medo. - falo cauteloso, seguro suas mãos a guiando até uma parte pequena de concreto.
Me sento no lugar e a puxo para sentar ao meio das minhas pernas, ela deita sua cabeça em meu ombro, me fazendo sentir seu cheiro doce.
Acaricio sua coxa sua enquanto a mesma faz círculos imaginários em uma das minhas mãos.
Pego um cigarro no meu maço de Malboro, acendo e trago a fumaça sentindo meus músculos se relaxarem.
- Quando eu era adolescente, com meus 13, 14 anos... Passei por uma fase difícil da vida. - digo me relembrando de todo aquele inferno que passei.
- Sofria de crises de pânico, a ansiedade que habitava em mim era constante... E eles nunca conseguiram entender, sempre diziam ser frescura, e me mantia trancado dentro desse quarto... Sem amigos, parentes, a luz do Sol, nem o ar dos imensos jardins que tem por aqui. - falo e trago a fumaça novamente.
A morena escuta tudo atentamente, sua respiração é suave, ela se sente segura agora, nada está te incomodando, apenas o fato de ter que escutar o quanto seu namorado sofreu, e ela esteve aqui para ajudar.
- Me isolei do mundo, a única coisa que me fazia vivo, era vim aqui, nesse mesmo lugar, todas as madrugadas, observando as estrelas esperando que algo mudasse... - suspiro, sinto uma vontade grande de chorar - Esperando que algum dia, isso fosse embora, ou que até mesmo... Partiria, para um lugar melhor...
- Todos esse anos, até os meus 18, tive que suportar, esse isolamento desnecessário, que acabou com a minha saúde mental e vida social, acabasse de vez... - falo puxando a fumaça.
- E foi embora...? - sua voz delicada pergunta.
- Depois de você, ela nunca mais voltou... - digo baixo.
Um sorriso apaixonante se formou em seus belos lábios, ela me encara por cima dos ombros com seu olhar doce.
- Você é tão forte... - fala encostando seus lábios nos meus - E eu amo isso em você...
Começamos um beijo, saboreando cada parte de nós, nossas línguas em uma dança sensual, sua mão entrelaçada a minha, e a outra acariciando minha bochecha.
- Eu não quero te perder... - falo, o meu maior medo.
- Nunca... Nunca iremos nos perder meu amor... - fala e encosta sua bochecha a minha.
Sorrio e aperto mais em nosso abraço, ela ri e volta a encarar o céu estrelado.
A lua ilumina seu rosto, o seu cheiro se instala em meu corpo, suas carícias são como anjos me tocando.
- Nunca me apaixonei assim antes... - admite.
- Nem eu... - falo beijando seu pescoço.
- Temos essa conexão, que me faz tão bem... - diz sorrindo.