Um... guarda-chuva?

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BOA NOITE PRA QUEM EHHH DE BOA NOITE

VAMOS DESCOBRIR LOGO LOGO QUEM É O ASSASSINO !!!! CARALHOOO

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Harrison Tibble era um veterano, já com trinta anos na força policial. Ele galgara seu caminho a partir do posto de guarda, trabalhando nos bairros pobres do West Side, onde os policiais e suas presas ainda usavam revólveres. Ele até mesmo fora atingido certa vez: levou três tiros terríveis no abdômen, que poderiam ter matado um homem menos corpulento, e daria ao mais comum dos policiais motivos para considerar seriamente a escolha da carreira. Tibble, porém, estava de volta à ativa em menos de seis semanas.

Era um homem enorme, com mais de dois metros de altura e cento e dezoito quilos de puro músculo. Depois que as armas foram banidas, ele usara o corpanzil e o aterrorizante sorriso de galhofa para intimidar os adversários. Ainda tinha a cabeça de um policial de rua, e a sua ficha era tão limpa quanto água de nascente.

Tinha um rosto grande e quadrado, a pele da cor de ônix polido, mãos do tamanho de uma escotilha de navio e pouca paciência para papo-furado.
Clarke gostava dele e, secretamente, admitia que também tinha um pouco de medo de sua figura.

- Que monte de merda é esse em que você se enfiou tenente?

- Senhor - Clarke olhou para ele, com Whittle e Whitney dos dois lados dela, embora soubesse que, naquele momento, ela estava completamente sozinha. - David Angelini estava no local do crime, na noite em que Louise Kirski foi morta. Temos a confirmação disto. Ele não possui álibis sólidos para os horários dos outros dois assassinatos. Está deve ndo muito dinheiro a capangas ligados ao jogo e, com a morte da mãe, enche os bolsos com uma bela herança. Já foi confirmado que a mãe se recusou a livrar a cara dele, desta vez.

- Procurar pelo dinheiro é uma ferramenta investigativa testada e comprovada, tenente. Mas e quanto às outras duas vítimas?

Ele sabia de tudo aquilo, pensou Clarke , enquanto lutava para não se mostrar embaraçada. Todos os fatos de todos os relatórios já tinham passado por ele.

- Ele conhecia Yvonne Metcalf, senhor, já estivera no apartamento dela, estavam trabalhando juntos em um projeto. Ele precisava que ela se comprometesse com ele de vez, mas ela estava se fazendo de difícil e tentava manter as suas posições. A terceira vítima foi um erro. Acreditamos plenamente que a vítima-alvo do crime era Costia Furst, que por sugestão minha, e com minha cooperação, estava colocando muita pressão na história. Ele também a conhecia pessoalmente.

- Até agora está tudo muito bem. - Sua cadeira estalou com o peso quando ele se mexeu, recostando-se nela. - Muito bem mesmo. Você o colocou em uma das cenas dos crimes, estabeleceu os motivos, pesquisou as ligações. Agora chegamos na parte difícil. Você não tem uma arma, não tem sangue algum. Não tem nadinha que possa apresentar como prova física.

- No momento, não.

- Você também tem uma confissão, mas não do acusado.

- Essa confissão nada mais é do que uma cortina de fumaça - contribuiu Whitney. - A tentativa de um pai para proteger o filho.

- Isso é o que você acredita - disse Tibble, com a voz calma. - O fato, porém, é que agora já está tudo registrado, e já é do conhecimento público. O perfil psicológico não combina, a arma não combina e, na minha opinião, a promotoria estava ávida demais para colocar os holofotes em cima do caso. Acontece quando a vitima é um dos seus.

Ele estendeu a mão, do tamanho de uma bandeja, antes que Clarke conseguisse falar.

- Vou lhe dizer o que temos, tenente, e o que está parecendo para todas aquelas pessoas honestas que estão assistindo à TV. Temos uma família enlutada que está sendo importunada por policiais, temos provas circunstanciais e três mulheres com a garganta cortada.

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