Uma de seis

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Boa noiteeee!!!!

Mais uma história...pra quem me acompanha, tinha começado essa no spirit porém acabei perdendo tudo de lá =(

Então estou respostando por aqui.

Espero que alguém acompanhe HEHE'

Pra quem curte uma história intrigante, um romance policial acho que vai curtir 😝😝😝😝😝🌈🌈🌈

LEXA G!P

Boa leitura e aquele abraço

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Ela acordou no escuro. Através das lâminas da persiana na janela os primeiros indícios turvos do amanhecer escorriam, lançando sombras oblíquas sobre a cama. Era como acordar dentro de uma cela.

Por um instante permaneceu deitada, simplesmente, estremecendo, sentindo-se aprisionada, enquanto o sonho ia desaparecendo. Depois de dez anos na polícia, Clarke ainda tinha pesadelos.

Seis horas antes, ela matara um homem, e assistira à morte penetrar em seus olhos. Não era a primeira vez que usara força extrema, ou tivera pesadelos. Aprendera a aceitar o ato e suas conseqüências.

Era a criança, porém, que a assombrava. A criança que ela não conseguira chegar a tempo de salvar. A criança cujos gritos haviam ecoado no sonho e se misturado com os dela mesma.

Todo aquele sangue, Clarke pensou, limpando o suor do rosto com as mãos. Uma menina pequena demais para ter tanto sangue dentro dela. E Clarke sabia que era vital descartar aquela lembrança.

Os procedimentos usuais do departamento exigiam que ela passasse a manhã fazendo testes. Qualquer policial que tivesse usado a arma em uma ação que terminasse em morte era obrigado a passar por testes de limpeza emocional e psiquiátrica antes de voltar às suas funções. Clarke achava esses testes ligeiramente desagradáveis.

Ela passaria por eles, como já fizera antes.

Quando se levantou, as lâmpadas automaticamente se acenderam no nível de luminosidade baixa, tornando claro o seu caminho em direção ao banheiro. Ao dar com o seu reflexo, recuou ligeiramente. Seus olhos estavam inchados devido à falta de sono, e a sua pele quase tão pálida quanto a dos cadáveres que ela encaminhava ao Instituto Médico Legal.

Em vez de ficar apreciando aquilo, entrou no chuveiro, bocejando.

- Quero a água a 38 graus, em força máxima - disse em voz alta, enquanto abria a torneira para sentir o jato atingi-la em cheio no rosto.

Deixou o vapor envolvê-la e a espuma escorrer indiferente enquanto revivia os acontecimentos da noite anterior. Não era esperada na Seção de Testes antes das nove, e usaria as próximas três horas para deixar o pesadelo se dissolver por completo.

Pequenas dúvidas e mínimas impressões de arrependimento eram frequentemente detectadas, e poderiam significar uma nova rodada de testes, ainda mais intensa, cercada pelas máquinas e pelos técnicos com olhos de coruja que as administravam.

Clarke não pretendia ficar fora das ruas por mais de vinte e quatro horas.

Depois de colocar um robe, foi até a cozinha e programou o AutoChef para fazer café bem forte e torrada tostada em nível médio. Através da janela, já podia ouvir o zumbido pesado do tráfego no ar, carregando os viajantes madrugadores para os escritórios e trazendo os notívagos de volta para casa. Ela escolhera aquele apartamento, há alguns anos, pela boa localização e o estilo leve , e gostava do barulho e das multidões. Dando mais um bocejo, olhou pela janela, acompanhando o movimento chocalhante de uma antiga aeronave para transporte público que recolhia os trabalhadores que não tinham a sorte de ter um emprego na cidade ou em locais próximos de casa.

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