A ligação era dinheiro

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Boa noite 🌙   boa leituraaaaa!!!!

*sem revisão

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O caso estava tomando muitos rumos diferentes ao mesmo tempo, decidiu Clarke . O melhor a fazer era tornar o caminho mais familiar. Ela foi para as ruas. E foi sozinha.

Deixou Octavia com uma pilha de dados para averiguar, ligou para Whittle , pedindo uma atualização das pesquisas, mas saiu desacompanhada.

Não queria ficar de papo-furado com ninguém e também não queria ninguém olhando para ela muito de perto. Tivera uma noite ruim e sabia muito bem que dava para perceber isso.

O pesadelo tinha sido o pior de todos os que ela já tivera. Foi como se lhe tivessem apertado a garganta e batido nela até que acordasse, transformando-a em uma massa disforme e suada. Seu único alívio foi que o dia já estava raiando quando o sonho atingiu o ponto máximo. E ela estava sozinha na cama, pois Lexa  já se levantara e estava tomando banho.

Se Lexa a tivesse ouvido ou visto naquele estado, Clarke  jamais teria conseguido se livrar dela. Talvez fosse uma espécie de orgulho bobo, mas ela usou de todas as táticas que conseguiu para evitá-la,   e então deixou-lhe um rápido recado antes de escapar de casa.

Ela também evitara Anya e Leonardo, e estivera  com  Summerset apenas o  tempo suficiente para ser agraciada com um dos seus olhares gélidos.

Clarke  se virara em direção à porta e saíra  de  casa. Havia  uma sensação doentia  dentro dela  de que, ao sair, estava dando as costas para algo muito maior do que tudo aquilo.

Trabalho era a resposta para o problema, pelo menos foi o que pensou. Trabalho era uma coisa  que ela compreendia. Estacionou na porta da Boate Baixaria, no East End, e saiu do carro.

— Oi, você aí, branquela!

— Como é que vão as coisas, Crack?

— Ah, não tem pintado muita sujeira por aqui não! —  Ele riu para ela, um gigante negro com o rosto cheio de tatuagens. O peito largo de quem malhava muito estava parcialmente coberto com um casacão revestido de penas que descia abaixo dos joelhos e lhe dava um ar elegante contrastando com a sunga rosa choque que exibia por baixo. —  Hoje vai ser outro daqueles dias quentes pra caramba!

— Está com tempo para entrar comigo, a fim de me refrescar oferecendo-me um drinque?

— Pode ser, só porque é para você, bundinha doce... Resolveu seguir o conselho  de  Crack, desistiu de trabalhar na polícia e está a fim de balançar a peitaria aqui na Boate Baixaria?

— Enquanto estiver viva, não.

— Sabe, não sei por quê, mas eu gosto de você —  e riu, batendo na barriga brilhante.  — Entre  comigo então, molhe o bico e conte ao Crack tudo o que está rolando.

Ela já estivera em boates piores e se sentiu eternamente grata por já ter visto outras melhores também. O fedor pesado da noite anterior ainda estava no ar: incenso, perfume barato, fumaças de origem duvidosa, corpos sujos e sexo casual.

Ainda era cedo demais, mesmo para o mais assíduo dos frequentadores. As  cadeiras estavam com os pés para cima, colocadas sobre as mesas, e dava para ver que alguém passara um pano molhado, com pouco cuidado, sobre o chão pegajoso. Substâncias que ela não queria nem identificar haviam sido deixadas para trás.

Mesmo assim, as garrafas que ficavam atrás do bar principal brilhavam  sob as luzes coloridas.  No palco à direita, um dançarino envolvido por uma rede cor-de-rosa ensaiava  um  número ao som simulado e ensurdecedor de metais eletrônicos.

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