Bom diaaaa
------x-----
No seu escritório, com a porta trancada, Clarke reviu o disco do assassinato de Lola Starr com Whittle. Não piscou ao ouvir o leve espocar da arma com silenciador. Seu sistema já não recuou, naquele momento, diante do estrago que a bala provocou na carne.
A tela ficou parada nas letras finais: Duas de Seis. Então, a tela ficou vazia. Sem dizer uma palavra, Clarke pegou o disco do primeiro assassinato, e eles assistiram Sharon DeBlass morrer, mais uma vez.-O que você tem a me dizer? - perguntou Clarke quando acabou.
- As gravações foram feitas com uma MicroCam Trident, aquele modelo de cinco mil dólares. Foi lançada há uns seis meses, é caríssima. Mais de dez mil delas foram vendidas em Manhattan, só na última temporada, sem contar as que entraram pelo mercado paralelo, ou vieram de outros lugares. Não é um número tão grande quanto se fosse o caso de um modelo mais barato, mas mesmo assim são câmeras demais para tentarmos rastrear. - Ele olhou Para Clarke , baixando os olhos logo em seguida. - Adivinhe quem é o dono da Fábrica das Câmeras Trident.
- As Indústrias Lex .
- Adivinhona! Aposto que as chances de a própria chefona possuir uma dessas são bem altas.
- Bem, certamente ela tem a facilidade de conseguir uma delas.
- Clarke guardou esse detalhe na cabeça e resistiu à lembrança da sensação que sentira quando os lábios dela roçaram seus dedos. - O assassino usa um equipamento bem caro, de elite, ao qual poucos têm acesso, e que ela própria fabricou. Arrogância ou burrice?
- Burrice não combina com esse tipo.
- Não, não combina. E a arma?
- Localizamos umas duas mil por aí, em coleções particulares - começou Whittle , mordiscando uma castanha de caju. - Três mil no total, em toda a cidade. Isso, contando apenas as que foram registradas - acrescentou, com um sorriso discreto. - O silenciador não precisa de registro, pois não se qualifica como mortal, por si só. Impossível rastrear. - Recostando-se, começou a tamborilar com os dedos no monitor. - Quanto ao primeiro disco, andei examinando. Descobri algumas sombras. Tenho certeza de que ele gravou mais do que o assassinato. Só que não consegui recuperar nenhuma imagem. Quem quer que tenha editado o disco conhecia todos os recursos, ou tinha acesso a equipamento de edição automática sofisticado.
- E quanto ao pessoal do laboratório?
- O comandante ordenou que eles voltassem lá para vasculhar tudo, mais uma vez, a seu pedido. - Whittle olhou para o relógio.
- Devem estar no apartamento neste instante. Apanhei todos os discos recentes do sistema de segurança do prédio e os analisei. Temos um buraco de vinte minutos, começando às três e dez da manhã, na noite de anteontem.
- O canalha voltou lá valsando, com a maior cara-de-pau - murmurou Clarke. - A vizinhança é podre, Whittle , mas é um prédio de alto padrão. E ninguém reparou nele, em nenhuma das vezes; isso significa que é um sujeito comum, que se mistura com facilidade em uma multidão.
- Ou então todos estão muito acostumados a vê-lo por lá.
- Porque talvez fosse um dos clientes regulares de Sharon. Agora me explique por que um homem que é cliente regular de uma prostituta cara, sofisticada e experiente escolhe uma outra, novata, de baixo nível, poderíamos dizer até ingénua como Lola Starr, para ser sua segunda vítima?
- Ele gosta de variar? - Whittle apertou os lábios.
- Não. - Clarke balançou a cabeça. - Talvez tenha gostado tanto da primeira experiência que agora resolveu não ser tão seletivo. Ainda faltam quatro, Whittle . Ele nos contou logo de cara que era um assassino em série. Anunciou isso para nos mostrar que Sharon não tinha nenhuma importância em particular. Era apenas a primeira de seis. - Nesse ponto, ela soltou o ar com força, insatisfeita. - Então, por que foi que ele voltou lá? - perguntou baixinho a si mesma. - O que procurava?
VOCÊ ESTÁ LENDO
In Death
AçãoCarke Griffin é tenente a mais de dez anos, e nunca viu nada igual a um caso que está investigando. Sabe que a própria sobrevivência depende de seus instintos. E apesar de todos os avisos para não se envolver com a bilionária Lexa, a paixão e sed...