Se o comportamento recente de Lexa podia servir de exemplo do que era ter uma esposa, Clarke disse a si mesma que não era tão mau. Ela tinha sido colocada na cama, o que foi obrigada a reconhecer que foi o melhor a fazer, para ser acordada cinco horas mais tarde pelo aroma de café quente e waffles recém-preparados.
Lexa já estava em pé, vestida, e recebia uma importante transmissão de negócios.
Clarke ficava incomodada, de vez em quando, com o fato de que a morena parecia necessitar de menos horas de sono do que um ser humano normal, mas ela não mencionava isso . Este tipo de comentário só faria com que Lexa lhe lançasse um daqueles risinhos.
Foi um bônus o fato de Lexa não ter lembrado a Clarke a forma com que estava cuidando dela. Sentir aquilo já era estranho o bastante, sem ter ninguém para apregoar o fato.
Assim, ela foi em direção à Central de Polícia descansada, bem alimentada e em um veículo totalmente consertado, o qual, em menos de cinco quarteirões, decidiu surpreendê-la com um novo defeito. O indicador de excesso de velocidade no painel mudou para vermelho, embora ela estivesse completamente parada em um engarrafamento. Ela foi avisada por uma voz agradável:
ATENÇÃO: O MOTOR VAI SUPERAQUECER EM MENOS DE CINCO MINUTOS SE O VEÍCULO CONTINUAR NESTA VELOCIDADE. POR FAVOR, REDUZA A MARCHA OU COLOQUE O CARRO NO PILOTO AUTOMÁTICO.
— Pode me prender — sugeriu ela, de forma não tão agradável, e dirigiu o resto do caminho com o aviso constante, dado em um tom de voz animado, de que a velocidade deveria ser reduzida, senão o motor ia pifar.
Clarke não queria deixar aquilo afetar seu estado de espírito. As horríveis nuvens escuras de chuva que passavam e provocavam caos no trânsito aéreo também não a incomodaram. O fato de que era um sábado, faltava apenas uma semana para o casamento e ela ia enfrentar um dia difícil e potencialmente brutal no trabalho não diminuía o seu prazer.
Entrou a passos firmes na Central de Polícia com um sorriso fixo e sombrio.
— Você parece ávida para devorar carne crua — comentou Whittle .— É o melhor jeito de comer carne. Alguma informação nova?
— Vamos pelo caminho mais comprido para eu colocá-la a par dos novos dados.
Ele entrou em uma das passarelas aéreas deslizantes, quase vazias no meio do dia. O mecanismo estremeceu um pouco, mas levou-os para cima. Manhattan se transformou em uma linda cidade de brinquedo, cheia de avenidas que se entrecortavam e carros com cores brilhantes.
Relâmpagos cortavam o céu seguidos pelos respectivos trovões, que balançavam a estrutura de vidro em volta da passarela. A chuva penetrava por fendas e caía alegremente em imensos recipientes.— Eu acabei de chegar. — Whittle olhou para baixo, olhando pedestres que pareciam bater uns de encontro aos outros como formigas enlouquecidas. Um ônibus aéreo buzinou com fúria e tirou um fino do vidro ao lado deles. — Nossa! — Whittle colocou a mão sobre o coração, que estava aos pulos. — Onde foi que estes palhaços tiraram carteira?
— Qualquer pessoa que esteja viva consegue licença para dirigir um desses monstros que entopem o céu. Você não vai me ver dentro de um deles nem sob a mira de um laser.
— O transporte público nesta cidade é uma vergonha! — e pegou um saquinho de amêndoas com cobertura doce, para se acalmar.
— Enfim, seu palpite sobre as ligações feitas de Maui estava certo. Justin Young ligou para Jerry Fitzgerald duas vezes antes de pegar um voo de volta para casa. Também pagou pela transmissão de todo o desfile direto para o telão do quarto do hotel. Foram duas horas de transmissão.
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In Death
ActionCarke Griffin é tenente a mais de dez anos, e nunca viu nada igual a um caso que está investigando. Sabe que a própria sobrevivência depende de seus instintos. E apesar de todos os avisos para não se envolver com a bilionária Lexa, a paixão e sed...