Quem as matou fui eu

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Revisei uma vez esses.

Se tiver algum errinho  desculpem ***

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Clarke  o questionou novamente, no ambiente menos confortável da sala de  interrogatório. C. David finalmente aceitara o conselho de chamar representantes legais para acompanhá-lo, e três advogados vestidos com ternos de risca de giz e olhos frios colocaram-se ao lado do cliente,  à mesa de reunião.

Clarke  os tinha apelidado, secretamente, de Moe, Larry e Curly , porque eles se pareciam com os Três Patetas, do velho seriado cômico.

Moe, aparentemente, era a advogada que estava à frente dos três. Tinha uma voz dura, muito áspera. Parecia que uma tigela havia sido colocada em sua cabeça e o cabelo escuro cortado em volta, em linha reta. Foi isto que inspirou Clarke  a  batizá-la. Seus acompanhantes falavam  pouco, mas exibiam um ar sério, e ocasionalmente faziam anotações aparentemente  muito importantes nos pequenos blocos de papel amarelo dos quais os advogados jamais se cansavam.

De vez em quando Curly, com um franzido da testa larga, apertava alguns botões em sua  agenda eletrônica e sussurrava coisas em tom conspiratório no ouvido de Larry .

— Tenente Griffin —  Moe cruzou as mãos sobre a mesa; elas exibiam unhas afiadas e perigosas, pintadas de vermelho vivo. —  Meu cliente está ansioso para colaborar.

— Antes não estava —  afirmou Clarke  — , como vocês acabam de ver por si próprios na gravação da primeira entrevista. Depois de desistir da história original, seu cliente admitiu ter abandonado a cena do crime sem comunicar a ocorrência às autoridades.

Moe soltou um suspiro. Era um som tempestuoso que mostrava desapontamento.

— A senhorita pode, é claro, acusar o senhor Angelini desses pequenos lapsos. Nós vamos, do nosso lado, alegar capacidade diminuída, choque, além do trauma emocional causado  pelo recente assassinato de sua mãe. Isto tudo representaria apenas um desperdício do tempo  da Justiça, e do dinheiro dos contribuintes.

— Eu não acusei o seu cliente de tais... lapsos, ainda. Estamos lidando com  um  problema  muito maior aqui.

Curly rabiscou algo e virou o bloco na direção de Larry, para que este lesse o que  estava  escrito. Os dois murmuraram algo um para o outro e assumiram um ar grave.

— A tenente já confirmou o compromisso que o meu cliente marcara no Canal 75.

— Sim, ele tinha um compromisso, que foi cancelado às onze e trinta e cinco da noite. É estranho que a sua capacidade diminuída e o seu trauma emocional intenso tenham desaparecido durante um tempo suficiente para que ele pudesse cuidar de negócios. —  Antes que Moe tivesse chance de falar de novo, Clarke  se virou para David com olhar duro. —  O senhor conhece Costia Furst?

— Eu sei quem ela é. Já a vi no noticiário. —  Ele hesitou e se inclinou para consultar  Moe. Após um instante, concordou com a cabeça. —  Já a encontrei algumas vezes, socialmente, e conversei com ela rapidamente, após a morte de minha mãe.

Clarke  já sabia de tudo isso e cercou a sua presa.

— Tenho certeza de que o senhor já assistiu às reportagens dela.
Deve  ter um interesse velado no seu trabalho, já que ela vem cobrindo  os  recentes  assassinatos. E o assassinato de sua mãe.

— Tenente, qual é a relação que existe entre o interesse do meu cliente pela cobertura jornalística da morte de sua mãe e o assassinato da senhorita Kirski?

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