7.0 - Mén*ge

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25.12.2019

- E aí minha irmã apareceu, e eu beijei a minha irmã. Foi o pior pesadelo da minha vida. - Tom termina de contar, enojado. - Nem sei como olhar na cara dela de novo. Meu Deus, eu vou direto pro inferno. Isso é tão nojento.

- Seria estranho se você estivesse tratando normalmente. - tento acalmá-lo ao mesmo tempo que rio da situação.

Enfio minhas mãos nos bolsos do meu casaco e continuamos andando pelo zoo vazio pelas pessoas e animais, graças ao frio. Como Colson não está dando sinal de vida, ou que vai aparecer com o meu almoço como tem feito desde que chegou, caminhamos lentamente até a lanchonete. Tom parou de dar em cima de mim porque quer fazer amizade com o Machine Gun Kelly e, segundo o mesmo, não vai conseguir isso se continuar dando em cima da namorada dele. Então agora posso conversar com ele sem correr o risco de receber um flerte.

- Sério, eu acordei com vontade de vomitar. Eu fecho os olhos e vejo perfeitamente, é tão perturbador. Acho que preciso de terapia.

Almoçamos e logo voltamos ao trabalho, o último check up dos animais do ano. Não demorei muito a ir pra casa, já que Tom e todos os outros fizeram questão pelo meu aniversário. Não os conheço há muito tempo, mas parece haver um certo zelo entre todos. Aprecio isso.

Ando pelo corredor procurando minhas chaves na minha mochila, o que acaba sendo inútil já que está entreaberta. Ao mesmo tempo que me pergunto se fui tão irresponsável ao ponto de deixar a porta aberta para qualquer louco invadir minha casa e me assassinar, agarro o spray de pimenta do meu chaveiro-mortal que comprei assim que recebi minhas chaves - ele ainda vem com um taser, um quebra vidro e um apito, foi meu melhor investimento -, pronta para cegar qualquer um. Assim que abro a porta, Colson sai do nada e me abraça.

- Seu filho da puta, eu ia espirrar isso em você!- estapeio seu braço, ainda meio desnorteada pelo susto.

- Ainda bem que não espirrou. - me retira do chão por um momento com um abraço.

No segundo seguinte, ao pôr meus pés para dentro, levo outro susto com os múltiplos gritos:

- Surpresa!

- Filhos da-

Pulo novamente, tanto pelo susto da gritaria, quanto pela quantidade de pessoas na minha casa. Os amigos de Colson e Casie estão acomodados no tapete e sofá, enchendo balões rosas e deixando pelo chão; Bruce, Blue e Pete tem suas cabeças para fora da cozinha, com sorrisos tão largos que sinto a genuína alegria por me verem. Eu fico igualmente feliz, até porque pensei que passaria meu aniversário apenas com meu namorado. Não consigo me segurar e corro na direção dos meus três amigos, pulo no abraço de Blue até Bruce mostrar o que estavam fazendo na cozinha: um bolo com a cobertura rosa, enfeitado por delicadas margaridas de glacê por ele todo.

- Essa é a coisa mais fofa que alguém já fez pra mim. - declaro chorosa, encantada com o cuidado e toda a delicadeza que depositaram no bolo, preferindo ignorar a pilha de louças na minha pia.

- E o que eu fiz no dia de Saint Patrick, não foi?- Colson retorna para perto de mim, passando seu braço ao redor dos meus ombros, como sempre.

- Não, na verdade foi estúpido. - Blue responde por mim, sem um pingo de compaixão.

- E eu levei uma multa no dia seguinte. - finalizo.

𝒍𝒐𝒗𝒊𝒏𝒈 𝒊𝒔 𝒆𝒂𝒔𝒚 - 𝕄𝕒𝕔𝕙𝕚𝕟𝕖 𝔾𝕦𝕟 𝕂𝕖𝕝𝕝𝕪Onde histórias criam vida. Descubra agora