4.3 - Let's make love

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— O que tá fazendo aqui?

Antes que eu pudesse impedir, Colson passa por mim, carregando uma bolsa vermelha, e diz:

— Vim te buscar.

Solto uma risada irônica e fecho a porta. Só o que me faltava.

— Vamos ser sinceros

— Claro. — se senta em um dos bancos altos da cozinha, apoia seus cotovelos no mármore e me olha, depois de deixar sua bolsa ao lado do sofá, no chão.

— Você não tá na posição de chegar invadindo a minha casa, dizendo que veio me busca como se estivesse tudo bem. — retiro meus tênis, desviando os olhos de sua expressão irritantemente calma. — Ainda mais depois de ter simplesmente desligado na minha cara.

— Eu precisava pegar um avião, né. — defende-se. — Se eu dissesse que estava vindo, você diria que não precisava.

— E você viria de qualquer jeito. — murmuro me dirigindo para a cozinha.

— Ainda bem que sabe. — gira na cadeira até que tivesse os olhos sobre mim novamente, que estava ocupada descascando uma tangerina. — Agora podemos conversar.

— Na verdade, tivemos a semana inteira pra conversar. — ele revira os olhos e eu vou para o meu quarto trocar de calça. — Você que não quis. — acrescento alto, mas o loiro já se encontrava encostado no batente da porta.

— Mas- Ah. Ok!— se interrompe assim que minha calça vai parar no chão. — Isso é uma vingança?

— Claro que não, só tô me vestindo. Você que invadiu minha casa. — visto meu short e jogo a peça jeans de qualquer jeito para dentro do armário, pego minha tangerina sobre a cômoda e sento na cama.

— Pensei que já tivéssemos passado essa fase. — me acompanha, sentando perto dos meus pés.

— E passamos, mas quando você me ignora, voltamos outras três. — devolvo a fruta para o lugar de antes ao sentir o gosto azedo de seu suco.

Colson fica em silencio por um momento, encarando suas mãos enquanto rodava seus anéis por seus dedos, pensativo. É até estranho não abraçá-lo, porque nem parece real. Colson Baker não parece real, nem esse momento. Uma hora ele está em outro estado, e, quando menos espero, está na minha casa.

— Pode falar agora — ele inicia, voltando a me olhar. —, eu não vou te ignorar.

Encosto-me na cabeceira, quieta, observando a roupa preta que o Baker vestia, me sentindo sonolenta graças às poucas horas que realmente passei dormindo essa noite. Quase durmo, mas seu rosto vira de volta para mim, curioso pela minha demora, o que me faz despertar novamente.

— Podemos-

— Cala a boca. — corto-o antes que ele pudesse vir para perto de mim, para me abraçar, como fazia menção de fazer.

— Você que tá quase dormindo.

— Eu não dormi essa noite. — espreguiço-me e torno meus olhos para o seu rosto, me segurando para não passar as mãos por sua barba rala e descolorida.

Reviro os olhos para o meu pensamento, lembrando que estou descontente com ele. Mas quando alguém como eu namora alguém como o Kelly, que não vê todos os dias, a emoção acaba falando mais alto que a razão. E nesse momento eu preciso ouvir minha razão para que ele me leve a sério.

— Eu pensei que aquela tivesse sido a ultima vez que eu falaria sobre isso com você, mas parece que você não se importa com nada do que eu falo; e não é a primeira vez que parece que só eu tô me esforçando e que você simplesmente não quer ficar comigo. — paro para observar sua expressão, mas ele não move nem um músculo de seu rosto, apenas assente para eu continuar e volta a mexer em seus anéis. — E é tão cansativo esperar sua boa vontade pra falar comigo; eu não tô procurando uma pessoa que só conversa pessoalmente porque não tem escolha. Eu tô colocando todo o meu tempo livre em nós dois. Não acredito que evitamos esse joguinho pra você querer joga, logo agora. — acabo atropelando minhas palavras no final, o que me faz parar e inspirar profundamente antes de continuar. — Desculpa se eu pareço doida, mas você é tão fechado que talvez esteja perdendo o interesse e eu nem tô-

Ele solta uma risada nasal, o que me faz olhar confusa para o mesmo, depois arquear as sobrancelhas, procurando a graça. Eu acabei de abrir meu coração, isso não é engraçado.

— Makena, acha mesmo que eu tô perdendo o interesse?— volta a me olhar. Antes que eu pudesse responder, ele me interrompe. — As coisas não funcionam assim. Se eu estivesse desinteressado o último lugar que eu estaria, é aqui.

Pondero por um segundo, tempo o suficiente para ele perceber meu semblante e que eu havia entendido.

— Nós brigamos bastante, mas não: eu ainda amo você. Se eu parar, você será primeira a saber. — balança levemente os meus pés, olhando para mim de uma forma séria, mas leve. — Entendi o que você quis dizer, mas moramos em estados diferentes; não posso estar com você o tempo todo, mas eu tento. — ok, é verdade. Um prova disso é esse idiota estar aqui agora. — E sobre eu ter sumido essa semana: esse assunto da minha família é muito fodido pra te envolver.

— Não pode decidir as coisas por mim. — respondo.

— Sabia que iria dizer isso. — ri brevemente. — Mas você vai ficar triste e isso não vai nos levar a lugar algum. — ele encerra o assunto.

Ficamos em silencio enquanto eu absorvia suas justificativas, até o Baker interrompê-lo momentaneamente.

— E eu não vou voltar pra Cleveland sem você. — olho-o tipo "sério?", com sobrancelhas arqueadas e tudo, mas por dentro eu já estava o perdoando. — Então se ainda estiver com raiva de mim, vai ter que me aguentar.

Seguro minha risada, com o humor muito melhor para o idiota sentado no pé da minha cama. Já aconteceu isso uma vez, e eu o perdoei por muito menos. Pelo menos, dessa vez, ele tem uma resposta.

E quem eu quero enganar? Sou uma otária compreensiva. Dramas muito longos não me servem.

— Complicated, got you frustrated, every single night I keep you waiting.

— Não canta Mac Miller, sabe que isso me deixa triste. — protesto e ele sorri feito o idiota que é, o que me faz aliviar minha expressão e suspirar antes de abrir meus braços. — Vem logo.

Colson ri e deita sua cabeça sobre meu peito, relaxando seu corpo sobre o meu. Passo minhas pernas ao redor de sua cintura e os braços por suas costas, mexo nos brincos de sua orelha, escutando o homem ainda cantarolar a música.

— Para. — deixo um tapa em sua cabeça.

— Baby you so cold, never had no sun. — canta.

— Impossível namorar você. — sua risada sai abafada por ele enfiar o rosto no meu peito.

Fico um tempo enrolando meus dedos nos fios descoloridos, calmamente. Até acho que ele havia dormido, mas o mesmo levanta a cabeça e canta:

— I know you don't want nothin' to do with me, but just one more time, let's make love.

Sorrio e solto o ar pelo nariz.

— Só se parar de cantar.

— Quem tá cantando?— olha em volta, se fazendo de desentendido.

— Tá. — reviro os olhos. — Mas eu por cima.

🌟

Oi, clã. Sim, vai ter explicit, e vai sair amanhã porque agora tá tarde e eu preciso dormir, quando eu acordar vou terminar de revisar. E eu prometo que o próximo vai ser bem maior.

Tia ama vocês, boa noite.

𝒍𝒐𝒗𝒊𝒏𝒈 𝒊𝒔 𝒆𝒂𝒔𝒚 - 𝕄𝕒𝕔𝕙𝕚𝕟𝕖 𝔾𝕦𝕟 𝕂𝕖𝕝𝕝𝕪Onde histórias criam vida. Descubra agora