1.2 - Cratera de Darvaz

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Eu acho incrível a forma que eu autossaboto minha felicidade. Por que eu não podia ter simplesmente ficado de boa com os formigamentos e não ter ido ao Google pesquisar sobre suas ex's namoradas? Eu não estaria tão incomodada agora e ignorando as mensagens de Colson porque uma ex era mais bonita que a outra e eu não chego nem aos pés delas.

Por que ele iria querer uma veterinária com bronquite se pode ter a Amber Rose?

Tenho total noção de que pareço uma idiota emocionada, mas é apenas como eu me sinto: angustiada e insuficiente pra uma pessoa que eu nem ao menos oficializei alguma coisa.

- Makena?- Noah aparece na porta do meu quarto, se escorando no batente. - Faz burritos pro jantar?

- Tá. - dou de ombros e pego minha mochila. Otária, mas otária estudiosa.

- Sério?- ele desconfia porque eu nunca aceito me esforçar tão facilmente - ainda mais de graça -.

- Sim, tô a fim de comer comida mexicana, mesmo. - passo pelo meu irmão passando os dedos por seu cabelo e jogando minha mochila sobre minhas costas.

Saímos juntos já que ambos estamos prontos e seguimos decidindo o que colocaríamos nos burritos, antes que tivéssemos que nos separar pra eu pegar meu metrô.

Entro na minha primeira aula já revirando os olhos ao ouvir os gritos escandalosos dos meus "colegas". Sento no meu lugar de sempre e pego meu celular, há algumas mensagens de Colson que eu prefiro ignorar.

...

As aulas passaram se arrastando e eu até comemoraria se a última aula não fosse do nojento do meu professor de farmacologia. Esses dias ele me mandou uma mensagem perguntando por que eu faltei sua aula, eu apenas visualizei e ignorei. É foda não poder simplesmente ter minhas aulas sem um engraçadinho que tem idade pra ser meu pai, fazendo piadinhas sexuais e jogando indiretas pra mim. A única coisa que me alivia nisso é que falta pouco pra acabar e, felizmente, nunca mais terei que ver ele ou qualquer outra pessoa desse inferno.

- Makena?- escuto o demônio me chamar. - Me dê um exemplo de um anestésico dissociativo.

Por que eu se sou impecável nessa disciplina e ele sabe disso?

- Cetamina. - nem olho em seu rosto.

Após um comentário inconveniente sobre mim e mais 20 minutos de aula, somos liberados. Atrapalho-me na hora de guardar meu estojo, o que causa uma bagunça de canetas coloridas pelo chão.

- Porra, caralho, que inferno!- resmungo e começo a catá-las.

- Quer ajuda, Makkey?- Blue indaga.

- Não precisa. - tento soar confiante, pelo contrário, ela me ajudaria e iria me acompanhar até a estação de metrô, contando sem parar sobre como ajudou a desencalhar uma baleia ou algo assim.

- Tá bem! Até amanhã!- seus passos se distanciam e tudo fica silencioso.

Guardo minhas coisas ás pressas ao perceber que fui a única a sobrar na sala.

- Quer uma carona, Makena?

E parece que eu não estou sozinha.

Estremeço de susto ao ouvir a voz de Roger, meu professor. Ponho minha mochila sobre as costas e percebo que ele estava apenas a alguns passos de mim, enquanto meu cérebro grita pra eu correr daqui.

- Não, obrigada.

- Eu tenho um Jaguar. - tá aí uma coisa que não me surpreende: carros.

- Tá. - saio pelo lado contrário do dele e ele me segue.

𝒍𝒐𝒗𝒊𝒏𝒈 𝒊𝒔 𝒆𝒂𝒔𝒚 - 𝕄𝕒𝕔𝕙𝕚𝕟𝕖 𝔾𝕦𝕟 𝕂𝕖𝕝𝕝𝕪Onde histórias criam vida. Descubra agora