2.5 - Bolhas de sabão

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— Essa foi a pior ideia que você já teve. — declara Colson, destrancando a porta de sua casa.

— Você é o adulto aqui, eu só tenho treze anos. — retruco.

Depois do que deduzo ter sido horas — visto que o sol começa a raiar —, chegamos a sua casa. Agora, mais sóbria, me pergunto por que não tivemos a capacidade mental de pensar em pegar um táxi.

Não voltamos pra minha casa porque Colson afirmou que sua casa era muito mais perto; ele estava errado. Mas não importa, foi divertido, até perdi a conta de quantas campainhas tocamos e saímos correndo depois.

— Me empresta uma blusa?— pergunto já em seu quarto, observando-o recolher alguns cinzeiros e roupas do chão.

— Pra quê?

— Não vou dormir sem tomar banho.

— Ah. — murmura e passa por uma das portas presentes no quarto, logo voltando com um moletom preto e uma toalha. — Ali é o banheiro. — aponta pra outra porta.

Assinto e lhe dou as costas. Deixo a porta entre aberta, analisando o cômodo inteiramente revestido por mármore, elevando em 10000% meu conceito de que Colson sabe no que gastar seu dinheiro. Entro no box ainda de roupa, estranhando ao ver cinco registros mas nem um chuveiro.

— Uhh! Que chique!— pulo feito uma criança ao encontrar o chuveiro no teto, camuflado com uma pintura de mármore.

Retiro minhas roupas e deixo minha criança interna se divertir. Alterno abrindo um registro de cada vez pra ver o que cada um faz, depois abri os cinco de uma vez e fiquei estranhamente decepcionada — não sei o que eu esperava, provavelmente fogos de artifício —. Nessa minha brincadeira, acabei molhando meu cabelo e quase perdi meus cílios postiços — quase me afoguei algumas vezes também —.

Me apresso quando meu lado ambientalista me diz pra parar de desperdiçar água porque já basta as grandes indústrias. Volto pro quarto já vestida, encontrando meu namorado apoiado na janela, fumando e observando o horizonte.

— Tava brincando com o chuveiro?— ele pergunta, sem nem se virar.

— Não. — minto, mas logo me entregando ao rir.

— Eu ouvi suas risadinhas. Já esperava isso. — ri levemente e joga o resto de cigarro no cinzeiro ao seu lado.

— Não vai me abraçar até tomar banho. — aviso, espalmando minhas mãos contra seu peito para afastá-lo.

— Tá bom, vovó.

Me sento em sua cama, assistindo o programa que passava na televisão ligada, mas me foco em procurar um carregador e uma tomada pro meu telefone descarregado. Após uns minutos procurando, bato na porta do banheiro, só falando quando Kells desliga a água, indicando que estava me ouvindo.

— Tem carregador?

— Tem um na tomada do lado da cama. — responde e volta a abrir a água.

Encontro o carregador e plugo no meu telefone, não me surpreendendo ao não receber nem uma mensagem. Como Noah sabe se virar sozinho melhor do que eu, nem me preocupo em ligar, além do mais ele me mataria por acordá-lo às seis da manhã.

Me deito na cama, observando algumas notificações de novos dez seguidores no meu Instagram, nada muito estranho desde que Colson começou a me seguir. Deixo meu celular sobre o criado-mudo e me cubro com o grosso edredom, sentindo todo meu sono me acertar de uma vez só.

...

Abro meus olhos, encontrando meu namorado sentado ao meu lado, comendo cereal e assistindo TV em um volume não muito alto. Se não fosse pelo relógio digital ao meu lado marcando 15:37 PM, eu não saberia que é dia por causa das grossas cortinas escuras que chegam até o chão e deixam o cômodo completamente escuro.

𝒍𝒐𝒗𝒊𝒏𝒈 𝒊𝒔 𝒆𝒂𝒔𝒚 - 𝕄𝕒𝕔𝕙𝕚𝕟𝕖 𝔾𝕦𝕟 𝕂𝕖𝕝𝕝𝕪Onde histórias criam vida. Descubra agora