𝒍𝒐𝒗𝒊𝒏𝒈 𝒊𝒔 𝒆𝒂𝒔𝒚 - 𝕄𝕒𝕔𝕙𝕚𝕟𝕖 𝔾𝕦𝕟 𝕂𝕖𝕝𝕝𝕪

0.9 - Sweet Witch

petelho: estelar

eu: tô escovando os dentes

eu: me deixa em paz, parceiro

petelho: não

petelho: vem pra cá

petelho: me ajudar a limpar os vidros

eu: não

petelho: vai ficar fazendo oq o dia inteiro?????

eu: vou estar muito ocupada não te ajudando

petelho: parceiro

petelho: você pode usar meu jaleco

eu: ai

petelho: eu até risco o meu nome no crachá e ponho o seu por cima

eu: ai para tá me dando gatilho

eu: pq a gente não pode só fazer websexo como pessoas normais????

petelho: deixo você dar os remédios prescritos

eu: to ino

Guardo meu celular e volto pro meu quarto, empolgada para realizar meu sonho de ser farmacêutica por um dia — talvez seja crime, mas e daí? Se o Pete ainda não foi preso, por que eu serei? —. Abro minha gaveta de roupas e percebo a falta de muitas delas, então grito com a única pessoa na casa:

— Noah, você viu minha blusa listrada de gola alta?!

— Por que eu veria sua blusa?!— do seu quarto ele grita de volta.

— Hmm, porque você é a única pessoa na casa!

— Eu não vi!

Bufo e me dirijo pro batente de sua porta.

— Você não odeia Piratas do Caribe?— observo a camisa que papai comprou errado no aniversário de Noah, que havia pedido do jogo "Brutal Bloody Pirate" — não me pergunte por que mamãe aceita comprar esses jogos pra ele, porque eu não sei —.

Esse aniversário foi uma loucura só, um porco comeu o bolo, descobrimos que meu tio traía a esposa dele com uma prima nossa e minha tia foi parar no hospital porque uma cabra deu uma cabeçada em sua bunda e a jogou longe; ela acabou com a pelve fraturada. Eu ri muito.

— E odeio, mas minhas opções estão limitadas.

E, como se meus neurônios tivessem acabado de voltar de férias, eu lembrei que as coisas não se resolvem sozinhas se você não tiver uma mãe por perto.

— Porra, a mamãe que lavava a roupa!

— Jura?— ele usa seu costumeiro sarcasmo de sempre, mas eu sei que ele também não havia se ligado nisso.

— Cruella de Vil. — revivo o apelido que ele tanto odeia e saio desviando da meia suja que ele arremessa em minha direção, soltando um sarcástico "HÁ".

Paro no meio da sala e começo a analisar o nível de sujeira. Não está sujo, mas podia estar mais limpo. Prendo meu cabelo em um coque no topo da cabeça, pesco meu telefone no meu bolso e aviso Pete que não poderei ir por mais que esse seja meu sonho.

Saio das mensagens e conecto meu celular no sistema de som da casa, logo indo pra playlist que eu mesma fiz baseada na de Pete, organizada exclusivamente pra que eu rebole minha bundinha e dance sem vergonha enquanto exercito a stripper que há em mim caso veterinária seja muito punk pra mim. Sempre bom ter um plano B, criançada.