Eu quase dormia durante minha antepenúltima aula do dia, batia minha caneta no meu caderno com o rosto apoiado na outra mão, tentando me manter focada, mas tudo que consigo prestar atenção é nos ponteiros do relógio pendurado na parede. Quando não estou pensando que preciso prestar atenção para não reprovar e morar debaixo da ponte, me amaldiçoo por ter ficado até tarde ajudando o Davidson.
Vencida pelo tédio pego meu telefone, cuidando para que o professor não visse. Estranho ver o nome de Noah nas minhas notificações e várias chamadas perdidas de um número desconhecido. Droga de modo silencioso, tão viciante.
pirralho: Makena?
eu: cê não devia tá na aula, moleque???
pirralho: então
pirralho: sobre isso...
eu: q merda você fez??????????
pirralho: nada além do certo
eu: e você tá na diretoria?
pirralho: sim
eu: então não foi tão certo assim
pirralho: foi sim
pirralho: aquele idiota do lance esbarrou de propósito na Casie e derrubou o almoço dela
pirralho: daí eu dei com minha bandeja na cabeça dele
eu: caralho pirralho
eu: não devia ter feito isso com testemunhas né
eu: assim que minha aula acabar, eu vou correndo pra aí
eu: ok?
eu: não diga nada q possa te incriminar
pirralho: eu já tô incriminado
eu: então não fala nada
eu: ou faz a dança da raposinha do deserto
pirralho: vai se ferrar.
eu: a vovó adorava
Checo as horas antes de desligar meu telefone, constando ainda faltar 40 minutos até o fim da aula que eu simplesmente não posso perder mais. Noah que espere.
...
Eu corria pela calçada, apressada para chegar à escola de Noah, que já faz mais de 1 hora que me disse para ir lá.
Estava tão concentrada em correr que, por pouco, não noto a presença do meu irmão sentado na calçada, um pouco distante da escola.
— Tá fazendo o que aqui fo— O que aconteceu com a sua cara?!— me interrompo no momento que o garoto me olha. Seu nariz sangrava como seu lábio inferior e sobrancelha esquerda, e eu sei que não acaba por aqui, com certeza há mais hematomas por baixo da blusa. – Foi qual daqueles filhos da puta?!
— Esquece, Makena. — resmunga se levantando.
— O caralho! Como o diretor te deixou sozinho aqui fora?!
— Como você tava demorando, ele ligou pro Colson e me pediu para esperar fora da sala quando ele chegou, aí o Martin e o Lance me arrastaram pra cá.
— O Colson...?
— Tá lá dentro. — responde antes mesmo que eu pudesse perguntar.
Enquanto eu olho pro rosto do meu irmão, sinto uma onda de lágrimas querendo usar meus olhos como ralos, mas impeço e abraço o corpo alheio.
— Makena, não precisa...
— Cala a boca. Eu preciso disso. — passo meus dedos pelos fios castanhos, sentindo a culpa me preencher por ser uma péssima irmã.
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𝒍𝒐𝒗𝒊𝒏𝒈 𝒊𝒔 𝒆𝒂𝒔𝒚 - 𝕄𝕒𝕔𝕙𝕚𝕟𝕖 𝔾𝕦𝕟 𝕂𝕖𝕝𝕝𝕪
FanficEnquanto eu sorrio abobalhada escutando você falar tão animadamente sobre seus projetos, eu me pergunto por que te amar é tão fácil.