7.1 - Comunidade amish

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— Vamos dar o fora antes que essa merda fique mais estranha, Makena. — Colson declara, desligando a televisão que exibia as informações de uma nova doença meio estranha.

— Mas e a Casie?— o sigo até o closet, vendo-o deslizar seu dedo pela tela do seu telefone, buscando por alguém em seus contatos.

— Foi com a Emma visitar a família dela no interior. É melhor darmos um tempo da cidade também. O que tá acontecendo na Itália é loucura.

— Colson, eu sei que tá estranho, mas não podemos simplesmente entrar no mato, comprar uma espingarda e ameaçar qualquer pessoa que tente se aproximar.

— A espingarda até que é uma boa ideia. — comenta, ignorando completamente todo o resto, inclusive a ironia que fiz questão de colocar em minhas palavras.

— Colson, é sério. — suspiro cruzando os braços, e só então ele retira os olhos do seu telefone.

— Eu também tô falando sério. Quando as pessoas começarem a virar zumbis e nós estivermos seguros criando galinhas, não se esqueça de me agradecer.

Eu não consigo me segurar e acabo rindo. É surreal como sua pose se desmancha com poucas palavras.

— Tem razão, Daryl Dixon. — ele parece meio assustado por mais que não queira mostrar, e eu me rendo. — Alcança minha bolsa, por favor?— aponto para a grande bolsa rosa na prateleira que o Baker só precisa esticar o braço para pegar. — Vamos ficar por quanto tempo?

— Só até acabar. — então ele leva o telefone para sua orelha. — Não deve durar muito.

— Também acho que não. — deixo um rápido beijo em sua boca, tempo o suficiente para a pessoa do outro lado da linha atender. — Levo que tipo de roupa?

— Uhum, uhum... Qualquer uma, Makena. — responde tapando o microfone com sua mão.

— Mas é tipo uma fazenda?— pergunto e ele repete o ato.

— Não, Makena, não é uma fazenda. É uma casa de campo... Sim, sim, estou aqui. — então retoma para a ligação.

— Vou dar uma de Maria Antonieta, mas sabe... Com cabeça. — rio da minha própria piada, já puxando alguns dos vestidos bordados, até me lembrar de uma coisa. — Colson, não vai dar hoje, vamos ter que esperar até amanhã. — ele sibila um "por que caralhos?". — Porque eu comprei muitas coisas na internet e não tô nem um pouco afim que algum vizinho roube da sua porta... De novo.

Colson, para me convencer a mudar para sua casa, gosta de dizer que eu vivo em uma "boca de fumo", mas foi só encomendar uma coisa para o seu endereço, que roubaram, o que nunca me ocorreu no meu aconchegante "depósito de pobre" - outro apelido carinhoso que ele deu -. Espero que o ladrão faça bom proveito do cortador de batatas que comprei em promoção e com frete grátis. Canalha.

— Só um minuto, por favor. — ele diz ao telefone, então volta a tapar o microfone. — Pera, estamos no meio do surto de uma doença desconhecida, e você quer enfiar encomendas lacradas cheias de sabe-se lá o que na nossa casa?

— Por aí.

— Puta que me pariu, sinceramente. — esfrega o rosto, suspirando.

— Ah, qual é? Não vai ser uma extensão de cabelo que vai nos infectar, até porque faz uns meses que eu encomendei. Se acalma.

— Tá bom, mas se morrermos a culpa é sua.

...

Acordamos cedo no outro dia, tanto para receber minha entrega quanto para pegarmos a estrada logo. Assim que separei as coisas que levaria, incluindo o Ben — ou, como o Colson gosta de chamar, Diablo —, adentramos o carro. Dormi o caminho inteiro graças ao clima chuvoso lá fora, só acordei quando Colson parou em um mercado local, em um lugar completamente desconhecido por mim. Demorou um tempo até ele voltar com algumas bolsas e jogar no banco de trás, se sentar ao meu lado e reclamar:

𝒍𝒐𝒗𝒊𝒏𝒈 𝒊𝒔 𝒆𝒂𝒔𝒚 - 𝕄𝕒𝕔𝕙𝕚𝕟𝕖 𝔾𝕦𝕟 𝕂𝕖𝕝𝕝𝕪Onde histórias criam vida. Descubra agora