5.2 - DR

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— Por que você não passa óleo no seu bigode?— Makena pergunta para Baze, curiosa e incomodada de um jeito que parece saber do que está falando, o que é estranho.

— O que você sabe sobre bigodes?— pergunta de volta.

— Meu pai tem bigode.

— Verdade. — afirmo, do outro lado da bancada, fumando e bebendo um copo de café.

Ela aponta para mim sem desviar os olhos do outro, como se provasse o seu ponto.

— O bigode do pai dela brilha de tão hidratado. — acrescento, e Makena concorda.

— Meu pai vai adorar saber que não gasta cinquenta dólares com óleo todo mês, pra nada. — avisa, prende o cabelo e volta para sua tigela de cereal com iogurte.

— Que óleo seu pai usa?— Truck volta a se pronunciar, parecendo interessado, e pega seu telefone.

— De girassol antes de dormir, manteiga de karité durante o dia pra deixar os fios juntos, e lava com shampoo de ojon pra não ressecar. — responde, me deixando genuinamente surpreso com o cuidado que seu pai tem porque nunca tive bigode, e pra mim era só lavar e foda-se. — Ele até chama de moustache care pra não parecer tão ridículo, mas só parece duas vezes mais.

Rio e volto pro meu café. Baze se retira e Makena para de comer pra sorrir pra mim, sorrio de volta e pego meu telefone para checar a mensagem que acaba de chegar. É apenas uma tia me enviando o atual endereço da minha mãe. Não me dou o trabalho de responder, desligo-o e devolvo pro meu bolso.

— Ainda quer que eu vá?— a garota pergunta, como se tivesse lido a mensagem.

— Claro.

Ponho sua tigela vazia na pia para que a mesma não precise andar, aproveito para apagar meu cigarro que se encontra no fim e jogar no lixo, então volto para perto da mesma e tenho minhas bochechas acariciadas, em seguida.

— O que aconteceu ontem?— Makena muda de assunto. — A última coisa que eu me lembro é você me carregando pra fora do hospital.

— Eu descobri porque não pode misturar àquele remédio com bebida. — rio um pouco das lembranças, já Makena continua com a mesma cara.

— O que eu fiz?

— Desmaiou por uns dez minutos, daí acordou, brigou comigo e me bateu. — ela arqueia as sobrancelhas, pasma.

— E-

— Ainda não terminei. — interrompo. — Quando chegamos eu te coloquei no banho, mas você encheu tanto meu saco falando que a água tava caindo pra cima, que te mudei pra banheira; você quase se afogou, daí me pediu desculpa, tentou me chupar e desmaiou de novo.

Um bico se forma nos lábios da Montgomery, que ressoa um baixo e longo "hmm", digerindo todas as informações.

— Acontece. — dá de ombros e estala a língua no céu da boca. — Vou me arrumar.

Makena pula do banco e dá a volta na bancada, para em minha frente e se estica o máximo que pode, mas mesmo assim tenho que abaixar meu rosto para poder beijá-la. Depois que a mesma me dá as costas para ir se maquiar — mesmo eu dizendo que não é necessário —, sento no sofá para esperá-la, pois me encontro "arrumado", não demais, apenas o que achei o suficiente para passar por essa situação.

Fico observando as guitarras penduradas na parede, até escutar leves batidas na porta, que me faz checar as horas no meu relógio e fazer uma careta ao ver os ponteiros marcando 08:20. Quem vai na casa dos outros à essa hora? Eu e Makena só estamos acordados porque Noah ligou pra sua irmã às sete da manhã pra reclamar que o acordaram para ir à missa, pelo contrário, dormiríamos até o meio dia.

𝒍𝒐𝒗𝒊𝒏𝒈 𝒊𝒔 𝒆𝒂𝒔𝒚 - 𝕄𝕒𝕔𝕙𝕚𝕟𝕖 𝔾𝕦𝕟 𝕂𝕖𝕝𝕝𝕪Onde histórias criam vida. Descubra agora