~ semanas depois ~
Pouso o rolo sujo de tinta na bandeja no chão coberto por jornais velhos, me afastando para olhar o resultado, em seguida. Sopro a mecha do meu cabelo para cima e uso meu antebraço para enxugar o suor da minha testa. Mesmo com as costas e braços doendo e o nariz irritado pelo cheiro de tinta, sorrio satisfeita.
Abaixo o volume da música a tempo de ouvir Noah dizendo "ela está no quarto", segundos antes dos meus dois amigos aparecerem na minha porta, trocando seus semblantes tranquilos para caretas pelo mau cheiro.
— Ela pintou mesmo o cabelo. — Bruce comenta com a garota que balança a cabeça em negação, desaprovando meu estado.
— Makena, a gente sabe que tinta é barato, mas o certo mesmo é terapia.
— Vai se foder. — digo simples, me agachando para fechar a lata de tinta e recolher o resto dos materiais do Sr. Miller, do 37, que me emprestou depois de uma breve conversa enquanto descíamos as escadas.
— Não vai ficar em casa em pleno feriado. — Blue avisa, deixando claro que eu não tenho escolha, o que me faz olhá-la com um olhar cansado. — É Dia de Saint Patrick, Makena! Não pode ficar em casa usando blusa do Crepúsculo sujo de tinta e calcinha do One Direction!
Então eu consigo relacionar o motivo de ambos estarem completamente vestidos de verde, os brincos de trevos da garota e a bebida verde no copo do outro. Estive no piloto automático esses dias, nem me liguei no que estava acontecendo.
— E se eu tentar?— me sento no chão, dirigindo um olhar desafiador para a garota, mas quem responde é Bruce.
— Vai morrer asfixiada. Todo mundo sabe que não pode ficar em lugar que acabou de ser pintado.
— E se eu quiser?
— Vai ficar querendo. Vamos logo!— a morena toma a frente me segurando pelos pulsos e me puxando para levantar.
Continuo sentada, fingindo que eles nem estão no meu quarto e isso é apenas uma alucinação pelo cheiro forte da tinta. Não sinto vontade alguma de me arrumar para ficar no meio de bêbados com roupas verdes e barbas falsas. Na verdade, não sinto vontade de fazer muitas coisas desde que briguei com Colson. Quando cheguei em casa esperava algum pedido de desculpa, mas não recebi nem uma mensagem ou ligação. Em vez disso, recebi um link de uma matéria especulando um romance entre ele e a Paris Hilton, alguns dias depois, seguida de uma conversa de 36 segundos sobre nós dois, por telefone. Não resolvemos nada, ele só deixou claro que não tinha nada com a socialite e depois desligou quando eu disse que estava tudo bem. Não perguntou sobre nós, o que faríamos, como estávamos, nada; a subcelebridade que meu irmão mais odeia era muito mais importante. Ele me mandou algumas mensagens, mas eu dava alguma desculpa porque não queria passar por outra conversa como aquela, depois ele só parou.
— Olha — inicia a garota, se sentando do meu lado e me retirando dos meus pensamentos. —, nós sabemos que você gostava dele, mas não pode continuar em casa.
— Por que não? É a minha casa. Eu não poderia se fosse de outra pessoa. — mudo de assunto.
Não acredito que eles ainda não entenderam que eu não quero falar sobre isso.
— É sério, Makkey. Não pode ficar triste pra sempre.
— Ele era especial. — digo por fim.
Levanto e pego uma roupa qualquer, aceitando que eles não vão me deixar em paz e que é melhor sair do que falar sobre isso. Mostro meu dedo do meio quando escuto a comemoração dos dois.
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𝒍𝒐𝒗𝒊𝒏𝒈 𝒊𝒔 𝒆𝒂𝒔𝒚 - 𝕄𝕒𝕔𝕙𝕚𝕟𝕖 𝔾𝕦𝕟 𝕂𝕖𝕝𝕝𝕪
FanfictionEnquanto eu sorrio abobalhada escutando você falar tão animadamente sobre seus projetos, eu me pergunto por que te amar é tão fácil.