2.4 - Aliexpress

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Me deito na minha cama, exausta de ajudar Noah a espalhar coisas nojentas por sua fantasia, mesmo sendo falsas é de embrulhar o estômago. Tive que ficar uns bons minutos lavando minhas mãos a fim de tirar o cheiro de plástico queimado que o vômito falso tinha.

Bruce e Blue me mandaram uma foto com suas respectivas fantasias, perguntando se nos encontraríamos em alguma festa, eu respondi apenas "hmmkk não sei, bjs". Mesmo sem querer participar do Halloween, não deixei passar a oportunidade de usar meu moletom preto com desenhos de esqueleto que comprei pelo AliExpress há nove meses, mas que só chegou semana passada.

Abro meus olhos ao ouvir um barulho na escada de emergência, ao lado da minha janela.

— Noah?— chamo-o alarmada ao ouvir barulhos de passos, mas aflita demais para conseguir me mover e fechar a janela.

Antes que eu pudesse chamá-lo de novo, eu grito assustada ao ver um ser de máscara branca com x's nos olhos e respingos de sangue.

— Makena, sou eu!— o possível assassino grita comigo, do outro lado do quarto tentando discar o 911.

— Seu merda!— corro até Colson e começo a estapeá-lo quando ele retira a máscara, quase morrendo do coração enquanto ele me olha preocupado e ri.

— Amor, eu te avisei ontem que iria te assustar. — ele põe as pernas pra dentro do meu quarto, logo entrando completamente.

Na mesma hora Noah chega correndo com um bastão de baseball com uma faca presa na ponta, procurando o motivo do meu grito.

— Cadê?! Cadê?!— ele segura firme, pronto para atacar a qualquer momento. Quando seus olhos castanhos param em Colson, ele abaixa sua arma e me olha decepcionado, com uma mão na cintura. — Sério, Makena?— aponta pro loiro.

— A culpa não é minha!

— Nunca vou poder usar o Desestabilizado de Humanos, desse jeito!— sai chateado, chutando o vento.

Tão durão, mas usa referências de Steven Universo.

— Ele tá fantasiado de quê?— o homem franze o cenho, confuso.

— Padre possuído. — respondo. Pulo de susto ao entrar na cozinha e encontrar Casie sentada no balcão comendo doces, toda ensanguentada. — Que família desgraçada.

A garota pula pro chão e gira para me mostrar seu vestido. Antes que eu pudesse tentar adivinhar, ela diz:

— Fantasma de uma princesa assassinada. — e termina pondo uma coroa sobre sua cabeça. — Tá fantasiada de quê?

— De otária.

Antes que mais alguém pudesse dizer algo, batidas na porta são ouvidas. Era Pete, vestido de morte, mas mais parecendo um emo.

— Agora só trevas habitam meu coração. — diz dramaticamente.

...

— Cuidado na rua!— grito antes que as três crianças sumissem de vista.

Volto pra dentro, me jogando ao lado do meu namorado no sofá. O homem passa os braços ao meu redor, então pergunta:

— Já tá pronta?

— Pra quê?— pergunto de volta, me esticando para enfiar a mão na embalagem aberta de Peeps sobre a mesa de centro.

— Pra sairmos. — o olho tipo "até parece", mordendo um dos marshmallows roxos. — Achou mesmo que eu iria pagar Pete pra ficarmos em casa?

— Pensei que faríamos coisas adultas. — essa parecia à alternativa mais óbvia.

— Faremos quando voltarmos.

𝒍𝒐𝒗𝒊𝒏𝒈 𝒊𝒔 𝒆𝒂𝒔𝒚 - 𝕄𝕒𝕔𝕙𝕚𝕟𝕖 𝔾𝕦𝕟 𝕂𝕖𝕝𝕝𝕪Onde histórias criam vida. Descubra agora