3. Rosa-branca

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Se passaram 2 semanas desde de que nosso "quase casal" conversavam.

Miguel estava tão encantado com Carolina, que resolveu ficar mais alguns dias no país e ela por sua vez também estava fascinada com ele. 

Ele encontrou nela coisas das quais ele até havia esquecido que existiam; A simplicidade da boa conversa, o compartilhamento do dia a dia, das pequenas coisas, e sobre tudo sua paixão pela poesia, e sua mais nova paixão pela música brasileira.

Ficavam por horas conversando em longas chamadas telefônicas até que muita vezes um dos dois acabava dormindo, mas a necessidade do contato físico já alcançava seu limite máximo e exigia um encontro.

_ Acho que vou dormir, tô morta! — Dizia ela em mais uma chamada e, ao mesmo tempo, não querendo encerrar, porque algo mais poderoso que essa boa conversa entre eles, era á poderosa voz de Miguel. Sim, aquela voz grave, a fazia imaginar como era aquele homem pessoalmente." Esse homem não sabe o poder que essa voz tem sobre mim" — Pensava ela enquanto deitava na cama.

_ Você tá aí ainda ou já dormiu? Carol? — Chamava triste ao imaginar que sua bela já havia apagado quando, na verdade, ela estava ali ainda, mas com "outros" pensamentos causados por aquela voz.

Carolina finalmente voltou a si:

_ Desculpa, Miguel! Eu me distrai com outra coisa. — Disse ela quase sem graça e ruborizada ao pensar nas coisas que aquela voz lhe causavam.

_ Ah, sim! Devo está sendo bem chato mesmo. Vou desligar e deixar você dormir, então! — Já quase desligando o telefone e um pouco chateado por pensa que estava sendo deixado de lado. Homens, né?

_ Miguel, espera! Não é isso. É que sua voz me faz viajar para outro lugar. — Disse com um fio de coragem que apareceu do nada.

Ele riu baixo, e sentando a borda da cama suspirou, um suspiro gostoso, e profundo que a deixou "viajando" ainda mais, e em mais um momento de coragem e com olhos fechados de forma calma disse:

_ Eu quero te ver, quer dizer, te conhecer pessoalmente. Não posso mais falar somente ao telefone. — No mesmo instante enfiou sua cabeça ao travesseiro como se fosse uma avestruz procurando um buraco para se esconder.

Ele apenas respondeu surpreso:

_ Amanhã. Que tal? Eu não quero ir embora sem te conhecer. — Tomou seu último gole de uísque e caminhou até a janela admirando mais uma vez á paisagem da praia de Copacabana.
A belíssima e agora poética Copacabana tinha outro sentido para ele, e o faziam querer acabar com aquela solidão de uma vez.

Ele agora queria algo nem que fosse por uma noite e gostaria que fosse com alguém que valesse á pena, para ele o sexo era um conjunto e não um mecanismo, um conjunto de inteligência, atração química, bom humor e muita sedução e Carolina se encaixa...

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Ele agora queria algo nem que fosse por uma noite e gostaria que fosse com alguém que valesse á pena, para ele o sexo era um conjunto e não um mecanismo, um conjunto de inteligência, atração química, bom humor e muita sedução e Carolina se encaixava perfeitamente nisso. Mesmo que ela não fosse atraente ele estava disposto a ir ao fundo dessa "atração", bem "fundo" — pensava ele, e deu uma pequena risada, (homens, né mulheres?)

_ Miguel? Migueel? — Agora era Carolina que o chamava carinhosamente ao mesmo tempo, um pouco nervosa pela forma direta dele e andava de um lado para o outro devagar.

_ Perdon, preciosa! Me perdi em meus pensamentos. — E que pensamentos, pensava ele enquanto desapertava o último botão de sua camiseta branca de linho. Deixando um pouco o peito descoberto...

Os dois continuaram em silêncio, um silêncio que seria facilmente cortando com uma faca! Um aguardando a resposta do outro, e com o medo de ser indelicado ou apressado demais.

_ Sim, amanhã! — Respondem os dois no mesmo instante e quando percebem riem juntos. 

_ Saiba que minha amiga vai me monitorar á noite inteira, e me ligar umas 500 vezes para saber se você não vai me sequestrar, roubar meus órgãos, ou me traficar — Disse Carolina de forma desesperada.

Ele ri alto, e se joga na cama.

_ Se fosse para te sequestrar seria para não deixar você voltar nunca mais, mulher!
Eu enfrentaria sua amiga por isso. Mas prometo me comportar, sim? — Completou de forma sedutora, e pode sentir a respirada profunda de Carolina do outro lado da linha, e riu de canto.

_ Entonces muy bien. Como te reconhecerei?

Miguel se levanta pensativo, e vê uma das tantas flores que decoram á suíte presidencial que ele ocupava.

_ Una rosa! Estarei com uma rosa-branca, sei que são às suas preferidas. — diz ele cheirando levemente a flor.

_ Você lembrou disso? — Questiona uma Carolina extremamente emocionada, ao mesmo tempo, se recriminando e dizendo para si própria "segurar a onda".

_ Não esqueci de nenhum dos teus gostos, mulher! — E como ele queria conhecer seus gostos, todos os" gostos".

_  Às 20:00 então, amanhã eu te mando a localização. Vou dormir,  boa noite! 

Tentou parecer seca ao desligar o telefone porque era afinal só um, cara, dizia ela, afinal ele iria  embora para outro país. Nada de se apaixonar! É só para 'sentar' como dizia sua amiga Amanda!

Ela riu e foi dormir sonhando com o sucesso ou fracasso desse encontro.

Do outro lado da cidade, alguém não conseguia dormir. De repente aquela suíte havia se tornando grande demais para ele, sobrava espaço e não havia com quem compartilhar. Ele caminhou até á janela e abriu seus braços se apoiando nela e pensando por alguns segundos.

Sentou- se na beira da janela rindo de si mesmo por está parecendo um adolescente nervoso para um 1° encontro.

Ele caminhou até seu celular e colocou uma música, na esperança de se distrair um pouco, mas enquanto olhava a rosa-branca que havia deixado na cama e se deixou levar...

Marina De La Riva
Sonho meu

Sonho meu, sonho meu
Vai buscar quem mora longe
Sonho meu

Vai mostrar essa saudade
Sonho meu
Com a sua liberdade
Sonho meu
No meu céu a estrela guia se perdeu
A madrugada fria só me traz melancolia
Sonho meu

Sinto o canto da noite
Na boca do vento
Fazer a dança das flores
No meu pensamento

Traz a pureza de um samba
Sentido, marcado de mágoas de amor
Um samba que mexe o corpo da gente
E o vento vadio embalando a flor

Traz a pureza de um samba
Sentido, marcado de magoas de amor
Um samba que mexe o corpo da gente
E o vento vadio embalando a flor
Sonho meu

Sonho meu, sonho meu
Vai buscar quem mora longe
Sonho meu

Sonho meu, sonho meu
Vai buscar quem mora longe
Sonho meu

Vai mostrar esta saudade
Com a sua liberdade
No meu céu a estrela guia se perdeu
A madrugada fria só me traz melancolia
Sonho meu "

E ele se perdeu em uma simples canção. Essa mesma canção havia sido enviada por ela em uma de suas longas conversas. E principalmente pelo poema a parte que estava na música e que ela tanto gostava.

[Inserção de Poema: Cultivo Una Rosa Blanca por José Martí]

Cultivo una rosa blanca
En junio como enero
Para el amigo sincero
Que me da su mano franca

Y para el cruel que me arranca
El corazón con que vivo
Cardo ni ortiga cultivo
Cultivo la rosa blanca

_ Carolina! Ah, Carol! Me estás volviendo loco, mujer — Foi seu último pensamento e adormeceu.

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Desculpem os erros gramaticais.






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