33. Culpas e tropeços

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Ela apenas olhou pra Miguel e teve vontade de correr e nunca mais voltar, mas lembrou do conselho de Amanda e seria forte o bastante mesmo que isso a arrebentasse mais. Ela olhou pra ele, e disse da forma mais profissional possível.

_ Seja bem- vindo, senhor Allende. Espero que o senhor aproveite sua estadia no nosso resort, e vou reformular o que acho incorreto do projeto apresentado e faremos uma reunião para que dê sua opinião tbm.

Ela apenas saiu deixando ele com a palavra na boca.

_ Ela é incrível não é? Uma grande profissional! E uma grande mulher...

_ Com certeza! Uma grande mulher, me dá licença um minuto. Vou atender uma ligação.

Ela estava ali parada ali, com a cabeça encostada esperando o elevador, a imensa vontade dela de sair dali era o que ainda impedia de desabar em choro, gritos e raiva. A porta finalmente abriu e ela deu graças a deus mas sentiu uma mão a segurando.

_ Por favor, Carol! Por favor, conversa comigo 1 minuto. Precisamos disso.

Ela o olhou com raiva e desprezo, e as palavras dele e o gesto ao invés de mostrarem suplica deram o efeito contrário. Ela apenas o soltou e apenas o estalo da mão dela no rosto dele foi ouvido.

_ NUNCA! Nunca mais toque em mim de novo, você ouviu seu canalha! Você perdeu esse direito há muito tempo. E eu não tenho nada pra falar com você.

Ele apenas passava a mão no rosto ainda assustado com o tapa, ela não era agressiva, mas ainda assim ele relevou.

_ Não precisa ser agressiva comigo eu jamais te machucaria.

_ Você já fez isso, e da pior forma possível!

As portas se fecharam, ela desabou no chão , as lágrimas tomaram conta dela e ela não pode segurar.

"Está terminado e acabado, mas a dor ainda vive aqui
E quem é a pessoa que você está abraçando em vez de mim, essa noite?

E onde está você agora?
Agora que eu preciso de você
Lágrimas em meu travesseiro
Onde quer que você vá
Eu vou chorar um rio
Que me leve até o seu oceano
Você nunca me verá desmoronar"

Ela rodou, andou durante o resto da tarde inteira, na praia, em alguma praça, qualquer lugar que fosse longe de qualquer lembrança dele. O telefone tocava, Amanda insistia, Adolfo, mas ela não atenderia ninguém, e assim foi, a noite caiu e ela apenas entrou em casa e foi apagou.

Ela acordou cedo e disse a si mesma que o dia seria incrível, e começava a ser, ao sair do elevador foi recepcionada com balões, alegria por parte dos funcionários que trabalhavam com ela, estavam felizes pela promoção. Alice, a mais próxima delas foi até ela e a parabenizou seguida de todos.

_ Você merece, preta. Batalhou pra caramba!

_ Obrigada, Alice! Aí, gente obrigada. Foi tanta coisa ontem, eu nem tava lembrando disso.

_ Como assim? Um momento desses e você esquece? Não, não! Vamo tomar uma hj e comemorar isso. Você merece!

_ Obrigada, vocês são únicos e agradeço de coração...

_ Vem, vamo ralar um pouco então! Venham comigo pra gente conhecer sua sala nova.

Alice a levou até uma bela sala, espaçosa e bem decorada, com uma janela e vista e abrindo as janelas, deu pulinhos de alegria.

_ Bem vinda, chefe! Sua nova sala. E sua secretária.

_ Mentira? Você? Ahh...

_ Ué, achou que seria quem bonita? Euzinha. Alice, pra cuidar de você e já aviso que sou uma funcionária modelo viu.

As duas riram juntas, tinha se conhecido desde que entraram na empresa, e haviam ficado próximas. Alice, tinha 20 e poucos anos, e vinha Carolina muitas vezes como amiga, e até uma irmã mais velha.

_ Eu não escolheria ninguém melhor! - Disse dando um forte abraço nela, Adolfo que entrou na sala, e trazia um lindo buquê de flores, e um sorriso no rosto.

_ Ah, eu perdi a surpresa? Você apressada como sempre né, Alice? Minha querida, são pra felicitar esse momento bonito e espero que você tenha gostado da sala...

_ Obrigada, Adolfo! Eu amei... E as flores, são lindas. Ah, Alice pode pegar minha bolsa na entrada acho que esqueci lá.

Ela colocou as flores na mesa e ficou olhando para elas, Adolfo que era muito observador resolveu perguntar.

_ O que foi, desde de ontem está com um olhar triste, um momento que você sempre quis, o que houve?

Ela pensou por alguns segundos, e suspirou.

_ As vezes a vida dá e tbm tira Adolfo, e quando resolve dá novamente te deixa sem chão... Não me peça pra ser clara agora, pq nem eu consigo. - Ele pensou alguns segundos e foi até ela, segurou suas mãos e disse.

_ Não vou pedir negrita, mas quando quiser eu estou aqui, conte comigo se precisar!

_ Obrigada, você é um cara bacana.
Ela apenas o abraçou, e seja pela fragilidade do momento ou confiança, o que for, Adolfo gostou e sentiu uma pontinha de esperança em seu coração..

Do outro lado, alguns metros, no resort, Miguel tbm estava confuso e com esperança, ele tinha nas mãos as duas alianças de noivado, em um colar que ele carregava no peito, e lágrimas caiam de seu rosto, flashes de felicidade e tristeza e se perguntava quando a felicidade foi embora das mãos dele.

"Nas palavras de um coração partido
Isto são apenas emoções tomando conta de mim
Presa à tristeza, perdida nesta canção
Mas se você não voltar, vir pra casa, pra mim, querido
Você não sabe que não haverá mais ninguém nesse mundo pra me abraçar apertado?
Você não sabe que não haverá mais ninguém nesse mundo pra me dar um beijo de boa noite?"

_Meu amor, amor meu! Nem que você bata mil vezes mas eu não vou permitir que saia da minha vida de novo...

Gente! O que foi esse tapa? comentem aí e deixem sua estrelinha 🌟.
Brigada ♥️

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