Parte 2 ✖ Capítulo 06

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Primeiramente gostaria de pedir desculpas pelo atraso da postagem desse capítulo, eu realmente tento postar ao menos uma vez na semana, mas final de ano é bem corrido pra mim.
Segundamente, queria dizer que quem não chorar no capítulo de hoje até soluçar é uma pessoa totalmente sem coração!!!!!

Por ultimo, mas não menos importante, DESFRUTEM ♥

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– O que vocês estão aprontando? – Jujuba disse assim que entrou no carro.

– Como assim? – Herrera respondeu sem graça, era um péssimo mentiroso.

– Você e a mãe estavam estranhos. Nunca saem só com uma de nós. Se nos querem separadas é por que estão aprontando algo. Poncho, qual foi a última vez que saímos juntos, só nós dois?

– Hm... Deixa eu contar nos dedos... – Ele então começou a fingir que contava apontando um dedo e outro. – Nunca. – Ele disse cheio de graça.

– Exatamente. Nós nunca saímos juntos. – Constatou cheia de razão.

Ele deu partida no carro e seguiram para fora da mansão.

– E isso é por que mesmo? Por que você nunca quer. E eu não entendo Jujuba, qual é o grande problema que nós temos. Eu não suporto pensar que você me odeia, por que eu amo você, você é a minha filha, você é filha da Laura e da Anahí. – Ele sentiu seus olhos marear.

Ele não soube porque agora, mas aquilo estava trancado em sua garganta há tantos anos e ele nunca havia conseguido colocar para fora. Mas naquele dia, sozinho com sua filha no carro, ele não conseguiu se controlar. Ele não podia obrigar sua filha a amá-lo e querer ele como pai, mas podia dizer a ela como se sentia, como se sentiu nos últimos sete anos.

Ele pôde ver a menina baixar a cabeça. Não sabia se estava chorando ou não.

– E-Eu, eu não odeio você. – Ela respirou profundamente. – Na realidade eu lembro de tanta coisa. Eu lembro de você comigo no hospital, foi você que esteve do meu lado durante o transplante, e durante quase toda minha recuperação quando a mãe esteve mal. Só que eu não sei explicar, eu não sinto que a Laura seja minha mãe e eu não sinto você como... – Ela não teve coragem de falar. – Eu nunca senti. Eu te amo, muito. Mas não...

Herrera suspirou. Aquilo cortou o coração dele.

– Eu sinto muito Poncho, eu sei que você é meu pai, e eu disse isso mil vezes na frente do espelho, mas sempre que eu repetia era estranho. Mas isso não quer dizer que eu não goste de você. Eu não te odeio.

– Eu queria saber tanto por que disso Jujuba. Eu queria saber o que eu fiz de errado para não merecer ter o amor de pai. Por que filha, eu te amo tanto. Tanto.

Ele estacionou o carro na primeira vaga que encontrou, seus olhos estavam muito molhados pelas lágrimas para poder continuar a dirigir. Era bom colocar tudo para fora ainda que a realidade fosse triste e dolorida. Devia ter dito isso para ela há tanto tempo.

Alfonso não queria chorar na frente da filha, ainda sim, foi inevitável. Ele se deu por vencido e se deixou ficar triste, arrasado para falar a verdade. Olhou para o lado, e viu que a menina também chorava.

– Julia Um diz que eu sou ingrata. – Ela desabafou. – Ela diz que eu deveria pensar em tudo que vocês fizeram para me manter viva. E o quanto vocês me amam. Só que cada vez que ela diz isso eu só sinto raiva e mais raiva. E eu não consigo controlar isso. Eu não consigo controlar meus sentimentos. – Ela fungou.

Ela não conseguia olhar nos olhos do pai. Ela olhava para seus joelhos e segurava o banco com as mãos firmes.

– Todo mundo fala sobre o que fizeram por mim, sobre estarem ao meu lado. Só que esquecem que eu estava lá, que eu vi tudo, e eu lembro de tudo. Eu lembro da mãe chorando ao lado da minha cama por que você disse que eu não era sua filha, ela achava que eu estava dormindo, mas eu não estava. Eu lembro das noites em claro que a mãe passou do meu lado. Eu lembro das noites em claro que você, o tio Allan, a Beth e a vó passaram ao meu lado. – Ela não conseguia parar de chorar. – Eu lembro da Julia Um raspando o cabelo comigo. Eu lembro da mãe engravidando do Noah por minha causa, e lembro dela perdendo ele, eu lembro que ela ficou louca, e lembro que você mentiu para nós por semanas para nos proteger. – Ela respirou profundamente, como se tivesse sentindo falta de ar. – Eu lembro da mãe chegando em casa antes do meu transplante sem conseguir fazer nada, eu lembro que ela parecia um robô, eu lembro que ela esqueceu de mim e de quem eu era. Eu lembro que mesmo quando ela lembrou de mim, ela não lembrava que eu estava doente.

Coincidence Of Love ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora