Capítulo 23

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Notas iniciais: Demorei um pouquinho, mas apareci. Desfrutem ♥

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Herrera e Anahí conversaram pouco nos dias seguintes, e o que falavam era estritamente sobre as crianças. Parecia haver um elefante na sala, e nenhum dos dois parecia ter vontade de tocar no assunto. De um lado tinha Anahí, que não estava arrependida de sua decisão, porém se sentia desconfortável de estar na casa de Alfonso depois de tudo que haviam falado, ainda sim, não podia sair de lá, e não podia dizer que tudo ia ficar bem, pois sabia como ele se sentia. E de outro estava Herrera, com coração partido, mas que ao mesmo tempo entendia que não podia obrigar ela a amá-lo.

Herrera não sabia o que fazer, queria dizer para Anahí que tudo estava bem entre eles, mas ele não se sentia assim. Ele nunca havia gostado de ninguém após Laura, e quando seu coração finalmente se abriu para um novo amor, ele estava indisponível e pertencia a outro. Ele não sabia se devia lutar por ela, se devia tentar conquistá-la, ou desistir dela. Allan havia lutado por ela desde o primeiro segundo que pôs os olhos nela, era atencioso e estava presente, e ele não havia feito nada. Agora não sabia se fazer qualquer coisa teria diferença, ou se era tarde demais. Sentia-se velho para essas coisas, enferrujado e sem prática.

Ele se enterrava mais e mais no trabalho. E Anahí se dedicava as meninas e a sua gestação. Ela não havia voltado ao trabalho, e mesmo contra gosto, deixou que Herrera cuidasse da parte financeira até que o bebê nascesse e Julia não corresse mais risco de vida. Então, dentro de um ano ou um pouco mais, quado tudo desse certo, tudo poderia voltar a normalidade.

...

Anahí estava sentada em sua cama, pensativa, enquanto Julia tinha aula com a preceptora. Ela vinha somente três vezes na semana, para não cansá-la, e ajudava Julia a colocar as matérias em dia. A ideia havia sido de Herrera e havia funcionado muito bem: Dar uma rotina e distração para Julia, havia ajudado ela a esquecer o quão forte e díficil era o tratamento para a leucemia. Então, ela seguida forte e sem intercorrências, além das demais. As Julias já haviam se adaptado bem as perucas e trocavam uma com a outra com frequência. Não dava mais para usar a cor do cabelo para identificá-las, uma vez que cada dia, cada uma estava com a peruca loira e castanha. Nesse dia, em especifico, Jujuba utilizava a sua cor original, castanha, enquanto Ju havia ido para escola com a loira.

A preceptora, Rafaela, era uma mulher jovem, bonita, de cabelos escuros e olhos verdes. Ela era gentil, inteligente e tinha muita paciência com a menina.

– Anahí, está tudo bem? – A preceptora perguntou ao fim da aula de Julia, quando já havia liberado a menina para brincar fora do quarto.

– Claro, está sim.

– Desculpa a intromissão, é que você está meio quieta hoje. Está tudo bem com a Jujuba?

– Está sim. Ela está ótima. Eu só estou com alguns problemas na cabeça.

– Bom, eu no seu lugar estaria surtando. – Ela sorriu. – Desculpa, não quis parecer intrometida. Mas se quiser conversar, estou aqui viu.

– Tudo bem. É só Alfonso e...

– Allan. – A menina deixou escapar sem querer.

– Como você... – Anahí parecia desconfiada.

– Desculpa. – Ela disse visivelmente envergonhada. – Eu juro que nã queria me meter. É que a casa tem muitos empregados e as vezes rola umas conversas e eu acabei ouvindo um por aí, e eu juro... juro... – ela enfatizou – que eu não falei nada.

– Tudo bem. – Ela sorriu.

– Bom, agora que eu já me intrometi mesmo. Eu diria que, apesar de não conhecer o senhor Allan, eu conheço o senhor Herrera, e ele é um homem... Como posso dizer isso sem ser extremamente antiprofissional?

Coincidence Of Love ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora