Capítulo 9

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Oi gente, eu ando boazinha, postando bastante, é porque ADORO quando vocês comentam nem que seja um "posta mais". 

AVISO LEGAL: Após esse capítulo é proibido ameaças a escritora. Ela também não fornece cardiologista, psicólogo, psiquiatra e não se responsabiliza por suores, surtos, palpitações e quaisquer outros sintomas.

Desfrutem ♥
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Eles haviam combinado de se encontrar na cafeteria que havia no saguão do hospital. Durante o caminho Herrera atualizava o sistema do laboratório a cada semáforo que pegava, e chegando no hospital, fazia isso o tempo todo. Estava ansioso. Allan o acompanhou, mas não trocaram mais palavras que o necessário, e logo avistaram Anahí sentada de cabeça baixa, pensativa e cansada.

Ao se aproximarem da mesa, Anahí se levantou para cumprimentá-los e ergueu a cabeça.

– Anahí, esse é meu cunhado Allan.

Os dois se olharam e ficaram estáticos. Quando eles se deram as mãos sentiram uma corrente percorrer todo o corpo deles, e parecia que haviam lhes tirado o ar. De mãos dadas, ainda em um cumprimento, eles não falaram nada, apenas fixaram seus olhares. Herrera não percebeu o clima que rolou ali, pois não tirava o olho do smartphone, atualizando e aguardando o resultado do DNA.

– Saiu o resultado. – Ele falou rápido.

O tom de Herrera tirou Anahí de seu estado de transe e a fez soltar rapidamente a mão de Allan. Ainda de pé, os três se amontoaram em volta do smartphone, enquanto Herrera clicava no link que geraria o resultado. Aqueles segundos pareceram uma eternidade, mas logo o resultado estava claro.

Julia Portilla era filha de Alfonso Herrera. E Julia Herrera era filha de Anahí Portilla. E não havia nenhum grau de parentesco com as meninas que criaram como filhas.

O sentimento deles era diferente. Anahí já sabia que não era mãe de Julia Portilla, e ela se sentia aliviada de ter encontrado a família biológica, já que era a maior chance de cura da sua menina. Há algumas semanas, quando recebeu a notícia que ela não era sua filha biológica sentiu-se sem chão e desesperada. E esse era exatamente o sentimento de Alfonso naquele momento.

– Vocês me dão um segundo? Eu... Eu preciso ir ao banheiro. – Fora o que ele se limitou a dizer.

Sem esperar resposta ele se afastou, mas ao invés de ir ao banheiro, ele saiu do hospital. Precisava tomar um ar e digerir a situação antes de continuar aquela conversa. Ele caminhou um pouco até chegar a capela que havia no lado de fora do hospital, desde a morte de sua esposa ele não pisava em uma igreja. Nem a sua filha ele havia batizado. Ele era extremamente religioso, mas quando perdeu sua esposa, perdeu a fé na humanidade e em Deus também. Por fim ele entrou na capela e se ajoelhou no apoio de joelhos que havia no último banco da igreja. Juntou as mãos e deixou que as lágrimas escorressem de seus olhos por seu rosto. Naquele momento, seis anos depois, ele chorava a morte de Laura pela primeira vez em sua vida. Mas ele também chorava o fato de sua filha não ser sua, o fato de sua filha biológica estar doente. Ele chorava o medo, a solidão, a angústia. E ali rezando baixinho, ele se sentia novamente vulnerável, pedindo a Deus um rumo ou respostas.

Nesses vinte minutos que Herrera esteve ausente, Allan e Anahí conversaram sobre as meninas. Anahí contava como era a sua Julia, sobre a doença. Enquanto Allan admitia que Herrera era um pai amoroso, ainda que um pouco ausente, e que a filha biológica de Anahí havia crescido em uma casa cheia de privilégios e amor. Era estranho para Anahí, mas tinha algo em Allan que a tirava do eixo, a fazia sentir-se mais leve e por alguns momentos até conseguia sorrir. No entanto, ambos se calaram ao perceber que Herrera havia chegado. Era visível que ele não estava bem. Anahí o entendia, entendia aquele sentimento, entendia seus medos. Não era uma situação fácil.

Coincidence Of Love ✖ AyA {finalizada}Onde histórias criam vida. Descubra agora