QUARENTA E CINCO

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(amores, não vou poder postar amanhã, então o capítulo de amanhã sairá hoje. Ou seja, teremos dois capítulos hoje. Quero interação, hein?! Amo vcs)

Zaniel recebeu um telefonema inesperado de uma escola que havia se candidatado para ser professor de história e o diretor queria vê-lo o mais rápido possível, por isso ele teve que se despedir da irmã e ir embora. O rapaz desejava navegar por novos mares, aprender e repassar um pouco do que sabia, ajudando cada vez mais pessoas. Essa sempre foi sua meta, então apesar de sentir uma grande vontade de pedi-lo para ficar, Karol o entendeu. Ela sabia que Zaniel tinha uma missão muito linda a cumprir.

E depois de tudo o que ele lhe disse, ela se sentia muito mais forte para tomar as decisões certas.

─ Você sabe que sempre poderá contar comigo, não é? ─ Ele disse antes de ir, segurando o rosto dela nas mãos. ─ Pode me ligar a qualquer momento. Também deixei o telefone do Cassiel. Nós estamos juntos, irmã. Mas, acima de tudo, o Pai está com você. Tente ouvir o que ele diz através do seu coração. E ouça também o que o Hugo disse. Eles sempre souberam.

Karol concordou, chorosa.

─ Obrigada. Obrigada por ser tão paciente comigo, por me ajudar, por me ouvir...

─ Sempre fomos bons de conversar. Eu nunca me esqueci dos ensinamentos que colhemos juntos, do quanto você sempre me apoiou. Somos uma família, irmã. E ninguém nunca mudará isso.

Ela o abraçou, enterrando o rosto no peito dele.

─ Eu te amo pra sempre, Zani.

─ Eu te amo para sempre, Agla.

Quando se desvencilharam, a garota chorava muito, mas abraçou o próprio corpo, apoiada à porta, observando-o sair, mas parar logo depois da soleira, olhando-a com aqueles olhos puros e brilhantes.

─ Fale com o Raziel.

─ Eu vou falar.

─ Acima de tudo, eu os amo. E o Papai também.

─ Adeus.

─ Até breve. ─ E lhe lançou uma piscadela, correndo para o carro, partindo logo em seguida.

Karol ficou ali sozinha, mas ao mesmo tempo mais acompanhada do que nunca. Naquele momento ela soube que precisava agir e que não era mais o medo o seu maior companheiro, mas sim a força e a determinação que foi agraciada quando nasceu.

۞

A empregada da casa de Pietro deixou que Karol entrasse assim que ela chegou, avisando que precisava falar com Ruggero.

A garota seguiu pé ante pé até a porta da frente que estava largamente aberta.

O ar ficou preso em seus pulmões.

Ruggero estava parado em frente às portas francesas que tinham vista para o jardim. Os braços cruzados rentes ao peito, o olhar acinzentado exalando preocupação, o rosto ligeiramente contraído num franzir bem visível.

Parecia estar distante, pesaroso até.

Karol se apoiou ao batente da porta, observando-o.

Os singelos raios de sol rasgavam as nuvens cinza e se derramavam sobre a pele alva dele, os cabelos ondulados pareciam estar mais claros além de bagunçados, dando a impressão de que ele havia acabado de passar as mãos pelos fios, assanhando-os; algo que o rapaz sempre fazia quando estava distraído com algum pensamento.

Com certa cautela, Karol entrou na casa e os solados de suas botas fizeram barulho contra o piso, despertando Ruggero de seus devaneios, fazendo-o percebê-la prontamente.

A Marca dos AnjosOnde histórias criam vida. Descubra agora