Alessa, Nos Caminhos Da Loucura E Do Destino ( Concluído)

32

Votem e comentem!

Dante

A arma estava em cima da mesa!

É só atirar nele e sumir com o corpo, ninguém sentirá falta de um monte de merda em formato de homem, o sorriso dele como se estivesse me desafiando é o pior de toda essa maldita situação, Alessa foi perfeita nos mínimos detalhes do jantar a moda brasileira, a sobremesa deliciosa e o café, todos elogiaram a organização pensando que tudo havia sido ideia minha mas fiquei mais surpreso do que qualquer outro com o que houve nessa noite.

Henrique sorriu, demonstrava sua empolgação inclusive abraçou Alessa que ficou totalmente sem reação ao ataque dele para amenizar a situação ele também fez o mesmo gesto comigo, sabia muito bem que havia algo errado com o jeito que ele olhava para Alessa, sou obrigado a dar o braço a torcer afinal ela foi perfeita e se não fosse ela provavelmente essa festa não seria o sucesso que foi mas ainda tinha a beleza natural e simples dela que com certeza o encantou.

No final, ela cumpriu com o papel que esperava dela apenas não imaginei que Henrique também ficaria encantado com sua postura e beleza dela, pensei que quisesse ficar com Camille e sem problemas iria cedê-la a ele mas Alessa não, ela é tudo que tenho além das riquezas e prestígio que estou acumulando que realmente vai ficar.

Sua beleza, elegância, postura, educação e modéstia são meus como ela também, nenhum outro homem pode ter isso por mais vantajoso que seja para mim. Sei que vou perder muito em não aceitar mas Alessa não pode ser de mais ninguém apenas minha, não suporto pensar que outro a terá como eu.

– Está em dúvida, Dante? No seu lugar, também estaria, sua esposa é linda, educada, gentil e excelente anfitriã mas é claro que não lhe dá o devido valor a colocando em posição de serviçal, não que isso seja ruim, mas se me permite uma colocação: Camille que deveria ser sua esposa e não Alessa, pelo que Luma de maneira depreciativa me informo você comprou Alessa de Negrini como uma mercadoria, dessa maneira, entendi porque a trata como uma empregada por isso digo que deve aceitar meu acordo. É nítido que não se importa com ela, já que a considera como uma mercadoria ou propriedade não vejo porque não permite que passe uma noite comigo.

– Henrique, entenda que para um homem em minha posição é complicado “ceder” minha esposa a você, tenho uma moral a zelar perante todos.

– Entendi, mas não é só a moral que está nessa equação, não é mesmo? Gosta dela apesar de tratá-la tão mal, sabe como ela é muito mais do que quer fazer os outros acreditarem.

Alessa é muito importante e a cada dia ocupa um espaço na minha vida, porém ela não é nada, não tem valor algum para mim, o negócio com Henrique tem muito mais valor que uma bastarda.

– Ela é minha propriedade, a comprei por um preço muito alto, portanto o contrato com você deve valer muito para que possa dá-la dessa maneira.

– Barganhando comigo, Dante? Sabia que faria algo assim, façamos o seguinte: tenho uma fazenda no interior do Brasil, no Estado de Minas Gerais vou passar ela para o seu nome, além do contrato vitalício comigo em todo e qualquer negócio que fizer daqui para frente, também renovação do contrato de transporte do meu café para toda Europa não só para a Itália mas não quero só uma noite, quero um mês com sua propriedade como colocou tão bem. Aceita os termos, Dante?

Calculei rapidamente todos os ganhos que teria com certeza superando em muito a dívida que Alessa tem comigo, algo que jamais vou receber portanto por mais que não queira preciso pensar no meu benefício acima de qualquer sentimento inútil, pensando bem será melhor ficar longe daquela imunda já estou muito ligado a ela, e não posso correr o risco de deixar o que realmente importa por alguém que não tem importância alguma.

– Aceito, Henrique!

Alessa

– Boa noite a todos, até amanhã!

A cozinha já estava devidamente limpa com a ajuda de todos foi bem mais rápido, aproveitei que acabei ficando por último e comi um pouco do que sobrou incluído a sobremesa e tomando uma pequena xícara de café, realmente é o melhor café que já tomei na vida. O homem do jardim que descobri ser o sócio importante de Dante não tirou os olhos de mim, deixando aquela sensação horrível de incomodo em mim mas consegui disfarçar, se Dante percebesse algo com certeza não estaria aqui terminando de aguardar as louças de prata.

Fui em direção do meu quarto com a sensação de dever cumprido, fiz o meu melhor e agora vou descansar como uma boa filha de Deus, Cassandra está calada, sei que Dante escolher ficar com Camille ao invés de estar conosco como cia na festa a deixou bem incomodada mas dessa vez vou ficar calada, minha irmã precisa de tempo para entender e absolver que Dante nos vê como inferiores a ele. Lavo meu rosto tirando toda maquiagem, depois passo um creme para retirar os resíduos da maquiagem que ficaram, retiro o vestido ficando apenas de calcinha e sutiã.

Coloco meu vestido para dormir me preparando para rezar como sempre faço antes de dormir, me ajoelho perante minha mãezinha, colocando a rosa do seu lado, sei que ela ficará feliz. Pego meu rosário para começar quando a porta do meu quarto é aberta por Dante, fico assustada pensando que veio abusar de mim por isso seguro o terço em minhas mãos com força pedindo mentalmente que não seja isso.

– Coloque uma roupa decente, arrume uma mala com poucas roupas e venha comigo.

– Senhor, o que está acontecendo?

Ele se aproximou me fazendo levantar do chão, segurou meu rosto com tanta força que senti muita dor nas minhas bochechas, o que será que fez de errado?

– Apenas me obedeça sem questionar, bastarda!

Dante parecia irado mas conseguia ver no seu olhar algo como dor ou arrependimento, não sei bem o que é, Cassandra permaneceu calada, mas sei que também sentiu que tem algo errado. Me arrumei rápido sobre o seu olhar, peguei o frasco de perfume de Cassandra e outros itens de higiene, como se um pressentimento me falasse que deveria ficar pronta para tudo. Sigo Dante até seu escritório mas antes de entrar ele segura meu braço com força como se quisesse quebrá-lo.

– Não ouse desagradar Henrique, se possível dê até os buracos do seu nariz para ele, quero e vou ter tudo que ele me prometeu portanto faça tudo que ele quiser.

– Senhor, não estou entendendo, o que fez?

– Ele quer trepar com você por um mês, algo em você o agradou, não sei o que é mas Henrique a quer, em troca de cedê-la a ele terei uma fazenda, um contrato vitalício e uma renovação do acordo de exportação que já temos, tudo isso para comer sua boceta.

Senti uma tontura, mas fechei meus olhos para não desmaiar, Dante não podia fazer isso comigo, me entregar para outro homem como se fosse uma mercadoria.

– Não, senhor, sou praticamente sua esposa, vai deixar que outro homem se deite comigo? Pense bem, senhor Dante, por favor, não me humilhe dessa forma.

– Vou deixá-lo fazer o que quiser, entenda que para mim você não significa nada, é minha propriedade e o que ele me ofereceu é muito mais do que o valor que paguei para tê-la. Agora, vamos, não posso deixar meu sócio esperando por causa de suas frescuras.

Comecei a chorar sentindo que nada poderia me salvar, viver com Dante sempre será um ciclo de humilhações e maldades, e nada e nem ninguém poderá me salvar dele e de sua perversidade.