Um mês depois
Dante
- Ela não reage, tudo que estava ao nosso alcance foi feito, medicações e o tratamento para a tuberculose foram feitos conforme procedimento que são adotados nos casos como o dela. Se ela não melhorar, infelizmente sua esposa vai morrer ou permanecer em coma por toda vida, sinto muito, não temos mais nada a fazer.
Os cabelos dela cresceram em um mês, agora estão grandes, começo a rir mentalmente ao pensar que cortei para não crescer ou nascer novamente com falhas mas não aconteceu isso, eles cresceram lindos e fortes, como se não tivessem sido cortados como foram. Os cabelos loiros claros estão mais lindos que antes, Alessa está tão serena e calma como se nada tivesse acontecido.
- Entendo, façam o que estiver ao alcance de vocês mas uma dúvida: ela sente dor ou algo assim?
- Não, ela está dormindo, sem dor ou qualquer outro mal.
Sem dor, ela não sente nada, acredito que não tem muito o que fazer aqui, tentei não vir aqui durante dias mas a cada informação negativa que não acordava mais apreensivo ficava, por fim resolvi vir hoje, todos os empregados vieram ver Alessa, trouxeram flores inclusive fizeram novenas junto Léia para que ela acordasse mas nada, o Deus que ela tanto acredita a abandonou junto com as santas de sua maldita devoção.
Saio da frente do vidro do quarto do hospital olhando Alessa pela última vez, seu rosto calmo como se estivesse preparando seu corpo para ir embora, lembro do dia que meu pai morreu, depois de perder todas as habilidades que adquiriu com uma doença que retardou seu corpo e mente, melhoro um dia antes de morrer, lembrou de Catarina, Heloísa e dos filhos que morreram, parecia arrependido com tudo que fez e conquistou.
- Sinto falta dela! No final, ela parecia tão distante, nem mesmo as surras a faziam reagir, Heloísa morreu em vida, sem nunca me amar, ela não sentia nada por mim nem mesmo desprezo. Catarina se parecia com ela, até no jeito de falar, acho que nasceu para me lembrar do que fiz com a mãe dela.
- Não deveria pensar nisso, porque não vai descansar? O médico vai vir mais tarde.
- Os dois que morreram eram meninos, se não tivessem mortos teria três varões fortes, meus herdeiros juntos com você. Morreram como Heloísa e provavelmente Catarina também está morta.
No dia seguinte, Patrício Fontana morreu enquanto dormia, ninguém além de mim e Dário foram no velório e enterro, naquele momento, Dário se tornou meu Don mesmo que não fosse oficialmente perante o resto da família, sempre terá minha lealdade e respeito pois sei que a recíproca é verdadeira. Vejo Cláudio me esperando, ele ficou aqui durante esse um mês acompanhando qualquer informação e repassando tudo para mim.
- Cláudio, quero que volte para suas funções, Alessa não vai acordar tão cedo, está perdendo seu tempo aqui, tem coisas mais importantes para dar atenção. Henrique está aqui na cidade, preciso de toda assistência dos meus soldados inclusive você.
Ele ficou em silêncio andando ao meu lado, é um soldado exemplar que sabe que me deve obediência, Henrique veio apenas para concretizar o seu contrato comigo e Negrini, ele ficou no hotel e a festa dessa vez será na casa de Negrini. Até que é bom Alessa estar assim, não iria suportar vê-lo olhando para ela, cobiçando algo que é meu, já é complicado ter que ser seu sócio somente por saber que se deitou com Alessa.
Cheguei na empresa 30 minutos depois, Negrini já me esperava com Henrique fiz questão que a reunião acabasse rápido, não quero prolongar um minuto com esse homem, Henrique parecia estar aqui apenas cumprindo um compromisso quando Negrini mencionou da festa, disse que apenas iria pois tudo já estava preparado mas que não ficaria por muito tempo. Quando estava saindo, Henrique me chamou com o semblante sério.
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Alessa, Nos Caminhos Da Loucura E Do Destino ( Concluído)
ChickLitQuando fiz cinco anos minha vida mudou, perdi minha mãe e tudo que sabia sobre amor se foi junto com ela. Me enviaram para um convento onde encontrei a fé que salvou minha vida achando no amor a Deus e Santa Bárbara a vocação para toda vida, até o d...