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Dante

– Você estava bem animado hoje, Dante, me deu até falta de ar.

Camille está deitada na minha cama sorrindo por depois de tanto tempo ter transado comigo mas a cada movimento meu durante o ato só conseguia pensar em Alessa, no que está fazendo e no que Léia falou, eles podem fugir e casada com Henrique, não poderei fazer nada para evitar visto que nunca me casei oficialmente com ela.

Ela jamais seria digna de carregar o sobrenome do meu pai, ainda assim, não a quero com Henrique e nem com nenhum outro, sei que no final dos anos estipulados no contrato, Alessa seria minha de maneira definitiva mas não tenho segurança alguma agora pois tudo pode acontecer. Henrique pode ser um monstro pior que eu ou um homem diferente de mim conquistando assim o afeto de Alessa, sei que se isso acontecer será culpa minha.

– Se vista, Camille, não se esqueça que agora é governanta dessa casa.

– Vai continuar com essa palhaçada? Dante, já aprendi a lição, acredito que pelo meu desempenho hoje mereço um voto de confiança. Não sirvo para trabalhar de empregada, sabe muito bem disso, deixe sua esposa de mentirinha com essa função, ela realmente foi feita para servir os outros com essas funções domésticas, enquanto eu sou muito mais útil em sua cama, não acha?

Queria ter o poder de voltar no tempo, não teria jamais aceitado a proposta, para não escutar mais as lamúrias de Camille a dispenso deixando que vá embora, tomo um banho para refrescar a mente mesmo assim não paro de pensar neles juntos como um casal, usufruindo de momentos sexuais como se não existisse nada para os impedir. Desço para o meu escritório encontrando Jarbas no caminho, mandei que vigiasse Henrique, sei que não é função dele mas mandei Cláudio junto com ele para dar o suporte se fosse necessário.

– Diga, Jarbas, percebeu algum movimento?

– Sim, senhor, eles saíram de manhã bem cedo foram para um aeroporto, acredito que saíram do país.

Foi impossível não demonstrar minha ira, por isso fui até a estante arremessando um vaso que havia ali na parede, não consigo manter a calma sabendo que o filho da puta levou Alessa para outro país sem avisar.

– DESGRAÇADO! JARBAS, ESSE INFELIZ VAI ME PAGAR POR TER FUGINDO COM ALESSA, ELA É MINHA, ELE NÃO PODIA TER FEITO ISSO, MALDITO, MIL VEZES MALDITO!

Jarbas estava calmo olhando para minha reação sem controle, ele já me viu em outras situações que perdi o controle mas não sabe que diferente das outras vezes estou furioso. Peguei meu celular pois Henrique vai voltar ainda hoje com Alessa pois não permiti que a levasse para fora do país, vou até o inferno atrás deles, Henrique não vai levá-la de mim.

Henrique

O brilho dos olhos dela ao olhar a igreja da entrada até estarmos aqui dentro é o mais bonito do que qualquer outro que tenha visto na vida

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O brilho dos olhos dela ao olhar a igreja da entrada até estarmos aqui dentro é o mais bonito do que qualquer outro que tenha visto na vida. Ela parecia uma menina olhando tudo e sorrindo para cada explicação dada por mim ou por algum guia, mas o momento mais emocionante foi quando viu as imagens sacras, ela chorou extremamente emocionada, acabei segurando sua mão para talvez sentir um pouco dessa emoção.

– Reze uma Ave Maria comigo, Henrique, rezar sozinha é bom mas ter uma cia é melhor. Trouxe seu Rosário?

Mostrei o Rosário que ganhei de presente da minha avó que sempre carrego comigo, rezamos juntos, e confesso que fazia tempo que não sentia essa paz e tranquilidade, depois de rezarmos o terço saímos da igreja sem que ela percebesse estávamos de mãos dadas, Alessa me faz querer ter alguém para cuidar, admirar e talvez amar, porque não poderia amar Alessa? Ela é perfeita, meiga, educada, íntegra e muito atenciosa.

– Alessa, está com fome? Podemos ir ao um restaurante muito bom perto daqui.

– Estou morrendo de fome, Senhor Henrique, percebeu como a igreja é linda?

Ela falava o caminho inteiro das partes que mais gostou do passeio e de como ficou feliz de ver a igreja, como Alessa é linda, e quando sorri fica ainda mais bonita, estou realmente encantado com ela. Quando chegamos no restaurante, formos logo direcionados para uma mesa com vista para costa, ela olhou o cardápio ficando sem jeito com certeza pela questão dos valores.

– Deixe que peça a comida que vamos almoçar, não quero que se preocupe com nada, Alessa. Veja esse um mês como uma espécie de férias, não precisa se preocupar ou se estressar com absolutamente nada.

– Agradeço, Senhor Henrique, mas sei que tudo isso tem um preço, como disse anteriormente não é certo trair Dante, apesar de todas as circunstâncias que cercam nosso relacionamento, somos casados, não oficialmente ou perante Deus mas ainda assim é meu marido. Não quero me deitar com o senhor, aprecio sua cia e cuidado mas não posso oferecer nada além de amizade e respeito.

Sua sinceridade me deixa mais admirado, mesmo não merecendo Dante tem um tesouro nas mãos, uma mulher que seria incapaz de trair seu marido postiço, não recebendo a mesma reciprocidade que Alessa tem com ele.

– Vou fazer um acordo com você: Somos amigos a partir de agora mas não dispenso uma transa caso você mude de ideia, a vi nua e não posso dizer que não gostei da bela visão. É uma gostosinha!

– Henrique, assim você me deixa constrangida, acabamos de sair da igreja, não seja um depravado.

Alessa realmente ficou envergonhada com o rosto avermelhado, pedi nosso almoço enquanto não chegava conversava com ela apreciando cada momento ao seu lado, tentando entender também porque em tão pouco tempo senti essa atração forte, como se tivesse vivido toda a minha vida para encontrá-la, quando o almoço chegou, meu celular começou a tocar é Dante mas não quero atender, desligava todas as chamadas por fim acabei colocando o celular no silencioso.

– Gostou da carne? Está bem saborosa mas ainda prefiro o seu bife acebolado.

– Gostei sim! Percebi mesmo, comeu duas vezes no jantar que fiz, e notei que só não comeu mais para não passar vergonha, a melhor parte de estar entre os empregados é que podemos ser o que quisermos, comer como quiser sem ligar com o que vão dizer.

Ela comia como uma dama, ter vindo de uma vida pobre não permitiu ter a educação que ela tem sendo tão jovem mas o tempo que vivi na Argentina pude ter oportunidade de aprender essas frescuras todas, o dinheiro entrou na minha vida de maneira inesperada mas mudou muito o jeito de ver a vida.

– Gosto de ser rico mas o que envolve esse título não me agrada muito, na minha fazenda vivo do jeito que gosto, três pratos no mínimo para ter força para lidar com a vida de fazendeiro.

– Então, o senhor além de rico é fazendeiro? Gostaria de saber mais sobre!

Alessa demonstrava interesse por mim e pela minha história, como se realmente quisesse ser minha amiga, só não consigo entender como pode ser fiel a um homem que a trai com uma prostituta colocando a mulher no lugar que deveria ser dela.

– Lá tem só pé de café? Nem uma vaquinha ou porquinho? Não acredito.

– Nas fazendas de São Paulo e Minas Gerais somente café mas a fazenda que vivo tem animais. Gostaria de conhecer, Alessa?

Seu rosto antes iluminado ficou sombrio como se falar sobre algo relacionado ao futuro a fizesse lembrar de Dante, o seu carcereiro.

– O senhor Fontana sabe que viajamos?

– Porque ele tem que saber? Estar com você custou caro, Alessa, além disso, faço o que quiser principalmente porque paguei.

Alessa ficou triste, não deveria ter falado desse jeito mas me incomoda ela pensar daquele homem estando comigo.

– Alessa, não quis ofender!

– Está tudo bem, senhor Albuquerque, não está errado em pensar assim. Gostaria muito de ir embora, estou cansada, podemos ir?

Mesmo longe, Dante é uma sombra maldita sob Alessa e agora também sobre mim. Acabei estragando um dia perfeito por causa desse infeliz.

Alessa, Nos Caminhos Da Loucura E Do Destino ( Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora