Alessa, Nos Caminhos Da Loucura E Do Destino ( Concluído)

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Para melhor entendimento desse capítulo, leia o capítulo Sessenta e um do livro Lídia e o pacto de sangue.

Algumas semanas depois

Estou tão cansada!

Confesso que tudo que queria era tomar uma sopa de legumes e carne que gosto de fazer acompanhada com torradas, tomar um banho e dormir mas estou aqui no noivado de Lídia, ela me enviou um lindo vestido com uma tiara de flores feita de pedras brilhantes, não podia negar o convite ainda mais vindo de uma amiga tão querida.

Dante me olhava como se fosse um ser sujo, indigna de estar ao seu lado por isso preferi ficar atrás dele enquanto cumprimentava cada um dos membros, percebi que me olhavam diferente pareciam admirar minha condição de gestante, houve um momento que um casal ignorou totalmente Dante para conversar comigo.

– Está quase ganhando sua bebê, também quero ser mãe, sou recém casada e meu marido quer aproveitar esse primeiro ano.

– É compreensível, sinto que terá uma linda família, dois meninos e uma menina, inclusive já está grávida.

Cassandra subiu fazendo suas previsões, Dante olhou para nós como se quisesse nos matar, a mulher sorriu dizendo que era impossível já que estava com o período menstrual em dia, o marido pareceu estranhar a previsão mas estava ocupado demais me elogiando deixando Dante visivelmente incomodado.

– Tenho certeza que terá uma filha belíssima como a mãe, conte qual é o segredo que o fez conquistar uma mulher tão educada e benquista como Alessa, Dante? Minha esposa me contou como sua mulher ocupa uma posição favorável com as mulheres da família Albertini.

– Sabe da origem dela? Alessa é uma bastarda, filha de uma traidora vagabunda, Negrini a vendeu para mim.

Dante não poderia perder a oportunidade de me humilhar e destratar na frente dos outros, fiquei tão envergonhada mas a resposta da mulher foi inesperada.

– Isso não importa! Vou dar uma festa em minha casa depois do casamento de Lídia, gostaria muito que fosse, mandei o convite para as mulheres da família Albertini e todas confirmaram presença. Você vai, não é?

– Se for possível eu irei sim, agradeço o convite.

Dante saiu sem se despedir do casal apenas fiz um aceno com a cabeça me despedindo deles. Ele me fez andar para cumprimentar cada família, alguns me olhavam com desprezo enquanto Dante contava com orgulho como era suja, me deixando cada vez mais constrangida. Ao parar na família Negrini, senti vontade de morrer, comecei a conversar baixinho com minha filha que não parava de chutar minha barriga.

– Será que essa criança é sua, Dante? Sabe como é: essa garota pode ter puxado a mãe e ter traído você com qualquer soldado que trabalhe para você.

Sofia é venenosa e cruel, sempre respeitei Dante mesmo nunca sendo respeitada, Vivian olhou para mim percebendo como estou triste e envergonhada, Dante sorriu e não me defendeu, acredito que realmente pense que seria capaz de traí-lo. Pedi licença não me importando com nada indo para o banheiro, Dante consegue me desestabilizar com tanta facilidade que fico até mesmo atordoada.

– É só o cansaço, Alessa, você somente precisa descansar, isso vai acabar, a hora está chegando!

Pensei que estava sozinha no banheiro foi quando vejo uma menina com o rosto marcado sentada no chão tremendo muito, parecia que havia levado um tapa, me assustei quando reconheci quem era.

– Milene?

Ela parecia tão magra e atordoada mas o volume em sua barriga mesmo que disfarçada deixava evidente sua condição. Não foi preciso muito para me reconhecer, ela correu para os meus braços e começou a chorar como quando se machucava ao brincar no convento e vinha até mim, seu olhar já não tinha a inocência e pureza de antes, somente tristeza e dor.