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Alessa

– Ele não podia ter feito isso com você, minha querida, me sinto tão culpada, aquele maldito tentou abusar de você e ainda Dante fez pior, se tivesse aqui, nada disso teria acontecido.

Queria morrer para não sentir tanta dor, Dante mandou Cláudio me tirar do galpão de manhã, foi uma das piores noites da minha vida, a dor física e mental não me permitiam dormir, tive a cia de Cassandra que depois de muito tempo em silêncio começou a conversar comigo, fui ficando mais calma mas decidi que ela ficará no meu lugar, não suporto mais essa vida.

– Você não podia fazer nada, preciso que saiba que as coisas vão mudar, não se assuste, mas preciso ficar longe senão vou acabar cometendo uma loucura.

Fechei meus olhos deixando Cassandra assumir, ela vai conseguir sobreviver melhor que eu a todas essas torturas, meu erro foi confiar que Camille conseguiria afastá-lo de mim mas Dante jamais vai me deixar em paz ou esquecer de mim, ele percebeu que consegue me destruir e tem prazer em fazer isso, o certo é deixar Cassandra lidar com ele.

Cassandra olha para Léia com carinho, ela gosta muito dela, por isso pedi para tentar não falar tanto espanhol com ela e também com os outros, existe uma rivalidade entre os Albertini e os espanhóis, ficar conversando na língua do inimigo não é bom e pode causar problemas e confusões.

– Criança, o que está dizendo?

– Alessa está descansando, vou tomar conta de tudo, Léia, fique em paz! Vou tomar um banho e me arrumar, faço questão de servir o almoço hoje.

Minha irmã se levantou, tirou a roupa, abrindo a torneira da banheira enchendo com sais que ela mesmo fez, tinha um cheiro bom de canela e cravo, lavou os cabelos com o shampoo e depois os penteou com um creme feito por ela, secou os cabelos e passou um óleo de coco que comprei, se olhou no espelho percebendo as marcas que as agulhas deixaram como também os cortes no rosto que a luva de açougueiro deixou, ela é tão vaidosa deve estar se sentindo tão mal.

– Pagará por lastimarnos, Alessa, te lo juro. Pero ahora tengo otros planes: esa cabrona de Camille va a saber lo que les pasa a los que no cumplen sus promesas. (Ele vai pagar por ter nos machucado, Alessa, isso eu juro. Mas, agora, tenho outros planos: aquela vagabunda da Camille vai saber o que acontece com quem não cumpre com suas promessas.)

Cassandra saiu com os cabelos soltos indo em direção das casas dos soldados até chegar a casa de Cláudio, ela sorriu para ele de uma maneira sedutora como se quisesse ter algo com ele aqui e agora.

– Alessa, lamento pelo que houve, Dante deveria ter acreditado em você e não em Negrini.

– Dante contou para todos o que houve, não é? Quero que todos saibam mesmo, deveria ter deixado aquele velho me estuprar pelo menos ele tinha me prometido dinheiro mas aquele pau mole nem ao menos conseguiu fazer o que queria antes de Dante chegar. Mas não vim aqui falar sobre isso: Cláudio, estava pensando na sua proposta de voltarmos a conversar mas não daquele jeito, sabe, estava pensando em algo diferente.

Cláudio olhou para ela como se não acreditasse, mas nem eu estou acreditando, Cassandra está se oferecendo a ele.

– Você deve estar confusa, é muito para você absolver, Dante tem essa habilidade de deixar a mente de quem tortura confusa, não gostaria de tomar um café da manhã comigo? Podemos ouvir músicas e conversar, só isso, sei que ele violentou você, não deve pensar em sexo agora, vai acontecer no tempo certo.

Cassandra respira fundo e sorri, ela sabe que ele é bom e jamais faria algo para nos prejudicar, queria ser livre para pertencer a Cláudio, ele sim merece meu amor e atenção.

– Aceito o convite, você é bom, Cláudio, sinto não sermos livres para pertencer a você, talvez em uma outra vida posterior a essa podemos nos encontrar, e sei que será diferente.

Católicos não acreditam em reencarnação, mas Cassandra acredita, ontem no galpão acabei descansando um pouco ouvindo contar as histórias do nosso clã e também das vidas passadas que estranhamente ela diz se lembrar, penso que ela inventou tudo isso mas naquelas horas que estive presa foi a melhor distração possível. Cláudio olha para ela sem entender mas ela se despede beijando o canto de sua boca, o deixando totalmente sem reação.

Logo a frente encontramos Jarbas ele nos encara com uma expressão de pena, Cassandra detesta esse tipo de expressão e sei que vai acabar ofendendo Jarbas bem diferente do que eu faria.

– Alessa, sinto muito pelo que houve, o senhor Dante agiu sem pensar.

– Está defendendo ele, Jarbas? Ou melhor, queria estar lá com ele para trepar comigo? Não, melhor que isso, você gosta de observar como um grande pervertido que é. Dispenso sua pena e misericórdia fingida, preciso de dinheiro para pagar a minha dívida, e como sei que um motorista merdinha como você não tem, dispenso sua atenção camuflada de pena.

Jarbas ficou com uma expressão de espanto ao ouvir Cassandra, minha irmã não tem freios na língua, jamais diria isso mas ela sem pensar duas vezes diria. Cassandra virou as costas seguindo para mansão, ajudou na cozinha e cumpriu com algumas tarefas antes do almoço, foi até o canil e brincou com Chiquinho, ele sentiu que não era eu e sim Cassandra que estava com ele mas o cãozinho também gosta muito dela.

– Mi amor, te amo, extrañaba a tu gitana, ¿no? Oye, tu mami me va a hacer una broma, voy a necesitar sacarte algo que ya no necesitas, pero no te preocupes, es por una buena causa.(Meu amorzinho, amo você, estava com saudade da sua cigana, não é? Escuta, sua mãezinha vai fazer uma travessura, vou precisar pegar algo seu que você não precisa mais, mas não se preocupe é por uma boa causa.)

Chiquinho lambeu o nosso rosto sendo acariciado atrás das orelhas como gosta, Cassandra foi até a lixeira pegando o cocô do cachorro colocando em um saquinho, voltou para cozinha pedindo para que a cozinheira deixasse que preparasse o almoço pedindo para todos saírem, foi até a mesa de jantar preparando a lugar para o almoço. Primeiro Dante chega posteriormente Camille visivelmente sem graça ao olhar para o meu rosto.

Cassandra está com tanto ódio por ela não ter cumprido a parte do acordo mas ao mesmo tempo grata por isso, Negrini poderia ter nos estuprado mas se ela tivesse com Dante no momento que chegou talvez conseguisse convencê-lo que nada estava acontecendo da maneira que Dante interpretou. Minha irmã começa a servir o almoço com a expressão séria mas de cabeça erguida, vai a cozinha para buscar o prato principal colocando na frente de Camille que estranha.

– Porque esse prato é diferente, bastarda?

– Ele é diferente porque é especialmente para Camille, senhor, ela merece tanto, não é mesmo? Sempre tão linda, perfumada, bem vestida, com certeza uma dama da máfia Albertini estando nas melhores festas e eventos, só gostaria de mostrar a ela como é realmente.

Cassandra tira a tampa do prato mostrando o excremento de Chiquinho a ela, Camille grita colocando a mão na boca e no nariz mostrando como está enojada com o que vê, ela começa a vomitar enquanto Cassandra ri indo em sua direção mostrando o prato cheio de cocô.

– A próxima vez que não cumprir com suas promessas feitas a mim, não será apenas um prato de merda que vou servir a você, vou esfregar bosta de cachorro na sua cara, sua vadia incompetente.

Ela falou em um tom ameaçador que somente Camille pudesse ouvir, Dante ficou olhando toda cena totalmente perplexo, Camille gritava e chorava pedindo ajuda a Dante que não teve tempo de ir atrás de nós enquanto saiamos em direção da cozinha, Léia e os outros empregados já estavam na cozinha e escutaram com toda certeza o que aconteceu na sala de jantar.

– Você enlouqueceu, menina?

– Sim, Léia, estou louca mas isso já tem anos, desde de quando tinha cinco anos de idade, não se preocupe, Dante não vai me matar por isso, ele me quer bem viva seja para satisfazer seu desejo asqueroso ou por causa de uma dívida que sabe bem que não vou conseguir pagar. A senhora sabe que no final somente eu ficarei com ele.

Alessa, Nos Caminhos Da Loucura E Do Destino ( Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora