Alessa, Nos Caminhos Da Loucura E Do Destino ( Concluído)

117

Votem e comentem!

Feliz ano novo!

Alessa

- Ela não vai aceitar, Sandro. Como eles tiveram coragem de pedir isso? Deveria ter indo com vocês nessa reunião, eles estão loucos se vou permitir isso, minha mulher não é culpada pela falta de controle de Dante.

Jarbas está furioso, nervoso e qualquer motivo é para brigar e discutir com todos até comigo, mas tento entendê-lo, Cassandra está nervosa também acredito que agiu no calor do momento sem pensar nas consequências e agora tem medo de que tentem tirar nossa filha de mim mas estou tranquila pois estou disposta a voltar para Fontana se for necessário mas sem Bárbara não fico. Desde que soube sobre o hospital que Dante estava internado fiz questão de ir até ele para acompanhar sua recuperação.

Me sentia culpada por tudo que houve, mesmo não sendo, Cassandra apenas nos protegeu por amor, ela teve medo e é compreensivo, o jeito que Dante olhou para mim no quarto de hospital me fez ter certeza que ele não pararia até ter o que deseja, talvez contando minha história possa ter um resultado diferente do que teria se não aceitasse.

- Primo, aceito participar desse julgamento, é minha oportunidade de mostrar a verdade sobre minha história, aquela que ninguém sabe.

- Não, Alessa, você não vai.

- Sandro, pode nos dar licença, quero falar com Jarbas as sós.

Não sei se ter passado por tantas situações adversas me deixou forte para suportar todo tipo de situação principalmente agora que preciso lidar com Jarbas e seu descontrole.

- Jarbas, compreendo que não era isso que queria para o início do nosso casamento, e acredite que também não queria isso para mim mas aconteceu, temos que lidar com essa situação, fugir ou adiar é uma imbecilidade sem tamanho. Dante já me expôs demais, ou você pensa que todos não sabem da minha suposta origem ou até mesmo de Henrique e quem sabe até de Cláudio? Porque devo me esconder? O certo é contar minha versão, mostrar para todos que não devo nada a ninguém. Você tem razão quando diz que não deveria ir, realmente não tenho nada a relatar que eles não saibam mas quero que eles entendam por qual motivo Dante não merece ficar com Bárbara, que sempre lutei e sempre vou lutar pela minha filha. Agora se esse julgamento causa algum incômodo por outro motivo a você, o momento é agora de me contar antes do casamento, tinha dito para você e se houvesse algo oculto, deveria me dizer, a hora é agora.

Sinto que tem algo errado, Jarbas está mais instável do que o normal, bebendo mais do que o aceitável e também fumando como nunca, sei que isso é comum entre os homens mas não posso fingir que não me incomoda. Dante fumava charutos e bebia uísque como se fosse água, ele sempre foi agressivo lúcido, jamais precisou de algo para ser cruel comigo mas odiava o cheiro repugnante do charuto e álcool.

- Não estou escondendo nada e você? Passou dias naquele quarto de hospital feito uma esposa relutada aguardando que seu amado marido despertasse, talvez você queira voltar para ele e tenha se arrependido.

- Jarbas, de verdade, vou relevar esse comentário maldito, sou sua esposa, e mereço respeito. Sabe muito bem como me senti em relação a tudo que houve, sei que está chateado mas isso não lhe dá direito de me ofender ou insinuar qualquer coisa. Você querendo ou não, estarei nesse julgamento, não manda em mim.

Começo a dar razão para Cassandra que fala em minha mente que Jarbas quer nos controlar e moldar a seu modo. Não vou permitir que faça isso, não depois de tudo que passei.

- Posso até estar casada com você mas nada nesse mundo pode me fazer voltar a viver sobre a servidão, nem você e nenhum outro homem é meu dono.

Dante

- Julgamento? Dário, foi você que sugeriu?

- Sim, mas não pense que terá benefício algum, não se esqueça: ouviremos todos sem exceção, portanto, sua situação é muito mais ruim do que boa, Dante.

Era melhor do que nada, poderia mostrar meu arrependimento, falar sobre o pacto como também da paternidade de Bárbara, era uma possibilidade de falar minha versão sem esconder meus erros abomináveis.

- Não se anime, Dante, tem muito mais testemunhas de acusação do que defesa, não vou excluir ninguém, espere por surpresas desagradáveis.

- Qual a sua orientação?

Apesar de ter me tirado do conselho e da minha responsabilidade de conselheiro pessoal dele, Dário ainda me vê com bons olhos, estive com ele quando era considerado um demônio, assassino descontrolado de mulheres e agora como um homem casado e pai de três filhos.

- Você é inacreditável mas ainda assim ser seu amigo é o único pecado dos vários que tenho que não consigo me arrepender. Veja bem, no seu caso, não há muito o que se fazer. Quis ser o mais rápido na escolha do dia para o julgamento, todos que vão testemunhar já foram acionados portanto esteja pronto, será nesse final de semana, apenas posso desejar boa sorte pois você vai precisar.

Dário apertou meu ombro e me deixou sozinho, recebi alta rápido depois que acordei, já estava em casa mas tendo muito cuidado para não exagerar, Léia acompanhava tudo que fazia como seu fosse meu guarda costa. Chiquinho ficava nos meus pés recebendo o carinho atrás das orelhas que tanto gosta, ele não fica mais no canil, agora fica na mansão e dormi próximo a minha cama.

- Chiquinho, sua mãe Alessa inventou um nome bem diferente, mas confesso que melhor do que meu pai deu a você.

Ele olhou para mim jogando sua cabeça para o lado como se estivesse entendendo, meu cachorro não me atendia pelo antigo nome e depois do que Alessa me contou entendi perfeitamente o motivo.

- Vou tentar trazer Alessa e Bárbara para nossas vidas.

Ele jogou suas patas em meu colo como se estivesse animado com a informação.

- Vou tentar, não é certeza, portanto não se anime tanto.

Vou enfrentar esse julgamento mesmo sabendo que o veredicto pode ser diferente do que desejo, tenho que agarrar essa chance com tudo que tenho. Quase morri e se estou vivo é porque algo vai mudar e tenho certeza que será a meu favor.