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Alessa

Continuo sentindo dores quando tenho que servi-lo mas é melhor do que perder minha filha, descobri alguns meses atrás que é uma princesinha, minha Bárbara, em homenagem a minha Santa de proteção, minha barriga está tão bonita, gosto de ficar alisando ela enquanto passo cremes e óleos, Cassandra diz ser bom para beleza e também para nós conectar com nossa bebê.

Estou tomando banho depois que Dante foi embora, agora ele vem todos os dias, em horários diferentes, continua agressivo e cruel mas pelo menos me permitiu ficar com Bárbara, planejo uma boa vida para nós com fé, amor, respeito e dedicação sei que serei uma boa mãe como a minha foi. Ainda penso no convento mas não comentei isso com Dante, quando nascer sei que não estará ao meu lado portanto não será difícil levá-la para lá.

Quando finalmente saio do banheiro já vestida me deparo com Camille visivelmente nervosa, não sei se sabe do contrato mas com certeza percebeu o que Dante está fazendo, mas não tem como evitar as vontades dele, infelizmente estou a mercê de suas maldades e vontades bem diferente dela que se quiser sair dessa relação tem tudo poder.

– Está trepando com Dante depois de tudo, você é uma vagabunda maldita.

– Camille, saia da minha casa, se não tem respeito por mim, respeite minha gravidez, do jeito que está falando parece que sou eu que vou atrás dele quando sabemos que não é bem assim.

Ela quis vir para cima de mim, nesse momento, Cassandra assumi pegando nos cabelos pretos de Camille e enrolando sem dificuldade puxando ela até a porta, jogando Camille no chão com toda brutalidade possível.

– ¿Viene a mi casa a ofenderme? Sepa que usted es la puta, Camille, la próxima vez que venga aquí a atormentarme, voy a azotarle para nunca olvidar. (Vem na minha casa me ofender? Saiba que a vagabunda é você, Camille, a próxima vez que vier aqui para me atormentar, vou lhe dar uma surra para nunca mais esquecer.)

Ela saiu correndo e acredito que entendeu o recado, a medida que estou engordando estou sem roupas para usar mesmo assim estou conseguindo abrir alguns pontos nas roupas para economizar, já comprei muitas roupinhas para Bárbara mas ainda sei que preciso economizar para as fraldas e outras necessidades dela. Vou para frente do espelho notando que o roxo do soco que Dante me deu está melhorando, ele ficou furioso pois a barriga está o impedido de fazer as posições que gosta por isso acabou me batendo no rosto, Cassandra está cada dia mais odiando ter que servi-lo, estou tentado fazê-la entender que é por uma boa causa.

– Estoy disgustada com él, la esperma que ensucia nuestro cuerpo, las agresiones y sobre todo la forma em que nos trata. (Tenho nojo dele, do esperma que suja nosso corpo, das agressões e principalmente da forma como nos trata.)

– Cassandra, precisa entender a situação, irmã. Teremos Bárbara para amar e cuidar, além disso, é só por uma hora do dia ou da noite, tudo vale a pena por nossa filha.

Saio da minha pequena casa segurando minha barriga como adoro fazer, estou criando um vínculo com minha bebê, sem um pai amoroso, tenho que suprir a falta que fará, Bárbara jamais sentirá falta de uma figura paterna como eu sempre senti, serei tudo que ela precisar, sei que será difícil mas não impossível. Começo com minhas tarefas como de costume, vou até o banheiro dos visitantes que fica na parte de baixo da mansão para lavá-lo.

Não reclamo do serviço mas as vezes fico muito cansada por causa do peso, estou abaixada lavando a privada, quando olhou para cima percebo que estava sendo observada por uma linda mulher, talvez alguma amiga de Camille, resolvo continuar a limpar não dando importância, ela deve estar apreciando me ver lavando a privada.

– A senhora Camille deve estar no quarto, pode ficar a vontade e subir.

– Não vim procurar Camille e sim você, a senhora Léia pediu para vir aqui mas fiquei pensando porque a senhora da casa estaria aqui lavando o banheiro? Não que isso seja anormal mas tem tantos empregados aqui, não imaginei encontrá-la assim, poderíamos conversar? Serei rápida!

Me levantei levando a mulher para o jardim, ela é tão elegante e bonita, com certeza é uma dama da família, só espero que não tenha vindo me ofender de alguma maneira.

– Pode falar, mas antes, qual seu nome?

– Mariana Albertini, gostaria de fazer um convite a você.

Ela entregou um convite para um chá das damas, sorri agradecendo pelo convite mas jamais poderia ir a esse evento, esse tipo de evento não é para mim.

– Mariana, agradeço o convite, mas não poderei ir, se quiser pode entregar para Camille. Ela está mais habituada com o seu meio e tenho certeza que ficará feliz em ser convidada.

– Não, jamais chamaria ela, o convite é para você e mais ninguém, entendo que não queira ir mas seria tão bom tê-la conosco, minhas cunhadas serão apresentadas oficialmente como damas da família, e Lídia não é como as outras, vai tratá-la com muito respeito, reconsidere sua decisão.

– Melhor não, agradeça a Lídia pela consideração, espero que tudo dê certo nessa reunião. Agora, preciso voltar ao trabalho, muito obrigada por tudo!

Sabia que meu lugar era aqui sem nunca me envolver com essas pessoas que vão me julgar por ser quem sou, minha bebê também será protegida de todo preconceito e humilhação, Mariana foi educada mas sei que não tem lugar para mim no meio delas.

– Fique com o convite, se mudar de ideia será bem vinda. Sinto por tudo que passa, Alessa, ninguém merece ser tratada assim.

Alessa, Nos Caminhos Da Loucura E Do Destino ( Concluído) Onde histórias criam vida. Descubra agora