Cárcere não Privado

Nascimento

Bella narrndo- eu não vi o carro , só senti o empurrão e a dor quando cai em um monte de terra, ouvi o barulho da freada, recuperei os sentidos e vi o MB em baixo do carro.

Bella- amooooor!

Eu gritei sem saber quem tava dirigindo e porque ele tava ali, cheio de sangue com os olhos fechados, o carro deu ré e dava para ouvir os ossos quebrando.

Senti uma mão me levantando.

Neguim- calma patroa, a senhora tá grávida.

Eu olhei para a desgraçada no volante com os olhos arregalados, me soltei do Neguim abri a porta do carro e puxei ela pelos cabelos para fora do carro, ela não se mexeu, não falou nada.

Heloísa - Ellen você fez tudo errado, se meu filho morrer eu vou te matar.

Um soldado  me separou da vadia  e levou ela embora, eu não sabia se chorava, se gritava, me ajoelhei no chão olhando o rosto machucado do MB e senti uma dor forte nas costas, eu gritei.

Não é hora para você nascer Elisa por favor minha filha segura um pouquinho, a dor estava vindo cada vez mais forte, uma água quente escorreu pelas minhas pernas.

Heloísa - vai nascer você está em trabalho de parto.

Ela colocou a mão no meu ombro.

Bella- tira a mão de mim desgraçada ! Leva ela para boca Neguim agora! E manda um rádio para o meu pai, ela mandou aquela vadia me matar.

Dei outro grito.

Heloísa- não era pra matar.

As lágrimas de dor se misturam com as lágrimas de ódio a dor de ver o MB todo machucado se mistura a dor do parto. A  Ana chegou correndo.

Ana- vamos amiga! A Elisa vai nascer.

Bella- eu não posso ir e deixar o MB aqui.

Ana- você tem que ir agora!

Ela me ajudou a levantar e me colocou dentro do carro, sai olhando pela janela o MB todo machucado . Quando saimos do morro o corpo de bombeiros entrou.

As dores estão vindo uma atras da outra, assim como as lágrimas que escorrem pelo meu rosto, eu tinha acabado de terminar com ele, falei um monte de coisas horríveis sobre ele não me defender, ele deu a vida dele de novo para salvar a minha, e se ele morrer? Ele não pode morrer.

Chegamos no hospital eu entrei direto para o centro obstétrico, enquanto o médico examinava eu senti uma dor muito forte, fiz força e escutei o chorinho da minha filha, o som mais lindo que eu já ouvi.

Médico- parabéns mãezinha, uma menina linda e saudável.

Ele não está aqui, ele não viu a filha nascer, ele não ouviu o primeiro choro dela, é o sonho dele que nasceu e ele não está aqui para viver esse sonho.

Eu deveria ser a mulher mais feliz hoje, más eu não consigo ser, eu não consigo ser feliz sem ele, eu imaginei tanto esse dia como o dia mais feliz da minha vida, com ele segurando a minha mão, me dando forças, sendo para a Elisa o primeiro olhar, o primeiro toque, e tiraram isso de mim, a vida não pode tirar ele de mim.

Colocaram a Elisa no meu peito para mamar, ela sugou e não saiu nada, ela ficou chorando, as enfermeiras tentavam más o leite não saia por nada, eu não vou conseguir sozinha, trouxeram leite do banco de leite e deram para ela, nos levaram para o quarto.

Rick narrando- tem alguma parada errada lá no São Carlos, ninguém dá a voz, não responde rádio, cadê o MB que não dá as caras, cheio de mercadoria pra mandar pra lá e ninguém responde.