Elisa narrando- oi eu sou a Elisa, vocês me conhecem desde que eu nasci né? Muitos anos se passaram eu tenho 17 anos , tudo por aqui mudou,vou resumir um pouco do que aconteceu com a minha família durante esse tempo, minha mãe se formou, se tornou uma advogada, ela fundou uma associação jurídica que atende mulheres que não tem como pagar advogado, a associação virou referência e conta com a ajuda de outros advogados voluntários , tenho um irmão ele tem 13 anos o Fábio, brigamos o tempo todo, ele é um mala, insuportável, mentiroso, sonso e dissimulado, meu pai ainda é o dono do São Carlos junto com o tio Neguim, a tia Ana continua com suas lojas, a Duda é minha amiga a única que eu tenho, o Pedrinho é calado nunca sei o que se passa na cabeça daquele garoto, somos um pouco parecido nesse sentido.
A Juju também foi embora do morro com o vovô Marcelo, eles foram morar em São Paulo, o Gael meu tio também foi embora estudar na Espanha, meu vô Rick não é mais dono do morro dos prazeres, foi morar com a vovó em uma fazenda no Mato Grosso, já ouvi meu pai falando que ele é chefe da fronteira, o Apolo é o dono do morro dos prazeres e a tia Camila assumiu a creche eles moram juntos, a Sofia mora sozinha no morro dos prazeres ela gerência a companhia de teatro do tio Samuel o nome da companhia é "Geraldine" ele também tem um filho com o tio Felipe o Breno, um play boy nojento que se acha.
Minha vida é literalmente um saco, se resume em ir para escola e aturar um irmão insuportável, a minha relação ruim com o Fábio acaba prejudicando a minha relação com a minha mãe, até acho que ela prefere ele, nunca acredita em mim, meu pai é diferente ele me trata como uma princesa, ele até fica do meu lado más não gosta de contrariar dona Bella que por Deus é a rainha da razão , tenho a impressão que nasci na família errada, tem dias que me sinto um ET totalmente perdida.
Passo a maior parte do tempo trancada dentro do quarto, mechendo no celular, prefiro ficar aqui no meu planeta Elisa.
O Fábio entra no meu quarto sem bater.
Fábio- me dá seu carregador aí que o meu ficou na casa do Pedro.
Elisa - meu celular tá descarregando vou precisar.
Ele não se importa com o que eu falo, puxa o carregador da tomada.
Fábio- quando carregar o meu você pega, tenho um bagulho pra resolver e não pode esperar.
Elisa- e porquê você não vai pegar o seu?
Fábio- porquê eu já peguei o seu porra!
Ele me olhou.
Fábio- cada dia mais esquisita, por isso não pega ninguém, tem que ter coragem credo.
Finjo não me importar, más fico magoada com as coisas que ele fala, eu sou estranha e por isso ninguém chega em mim, sou feia, sou diferente das outras meninas e ninguém olha pra mim.
Fiquei mechendo no Instagram, vendo tantas meninas lindas, bem vestidas, com corpos maravilhosos, eu queria ser como elas, talvez alguém pudesse me amar um dia, más se nem a minha mãe me ama quem vai amar né? Coloquei o celular embaixo do travesseiro e comecei a chorar, se eu não existisse seria mais fácil.
Fiquei chorando por muito tempo até dormir, acordei já a noite, peguei o celular que tá descarregado e desci para comer alguma coisa, meu pai,minha mãe e o Fábio estão assistindo filme, sorrindo juntos.
Elisa- preciso do meu carregador Fabinho.
Fábio- pega lá no meu quarto.
Pareço invisível, subi para o quarto dele e procurei o carregador , achei embaixo da cama todo mordido, desci com o carregador na mão.
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Cárcere não Privado
General FictionMicaela uma jovem de 25 anos casada com Guilherme, um homem extremamente ciumento e possessivo, casados a cinco anos os dois vivem uma vida comum em Goiânia , Micaela é pedagoga , más por ciumes o marido não deixa ela exercer o que sempre sonhou, e...