Separados

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Bella narrando- ele subiu para o quarto da Elisa e eu subi para o meu quarto correndo, para chorar, porquê doi tanto? Porquê um sentimento bonito machuca tanto? Porquê é difícil duas pessoas que se amam ficar juntas, abracei o travesseiro e mordi para não gritar, eu quero gritar , implorar para ele ficar, aqui é o lugar dele, ele mora no meu coração e se recusa a sair de dentro dele.

Eu não me importo em ser dona de morro, eu não me importo com dinheiro, eu só queria que ele voltasse atrás que voltasse a ser o meu MB, que volte a ser o meu amor.

Enxuguei as lágrimas, lavei o rosto, amarrei o cabelo, está na hora de fazer a mamadeira da Elisa, desci fiz a mamadeira e subi , fiquei parada na porta , ouvindo ele conversar com ela.

Mb- vai ficar tudo bem viu amorzinho, eu tô aqui e vou estar sempre para proteger e amar você, sempre, seu pai é todo errado más vai cuidar de você do jeito certo.

Bella- trouxe a mamadeira dela, tá na hora.

Mb- ela não é muito pequena para mamadeira?

Bella- meu leite secou quando ela nasceu, não pude amamentar.

Mb- como assim?

Bella- eu entrei em trabalho de parto assim que vi você ser atropelado, fiquei desesperada o nervosismo, o desespero, fez meu leite secar eu não consegui amamentar minha filha.

Eu falei com a voz embargada, isso ainda é torturante  pra mim.

Mb- deixa eu tentar dar a mamadeira pra ela.

Entreguei a mamadeira e sai, é duro demais ver ele tão perto e não poder tocar. Fiquei na sala deitada assistindo tentando me distrair, ele desceu com a mamadeira vazia nas mãos .

Mb- ela tomou tudo e dormiu.

Sentei no sofá, ele me entregou a mamadeira.

Mb- vou sair fora, amanhã você deixa ela lá em casa antes de subir para a boca.

Bella- tá bom!

Ele saiu levando um pedaço de mim.
Subi dei uma olhada na Elisa e fui para o meu quarto tentar dormir, eu tenho que arrancar ele de mim, eu tenho que esquecer ele, tenho que apagar ele da minha vida, como fazer isso meu Deus? Como tirar ele de mim se tem um pedaço dele dormindo no quarto ao lado.

Mb narrando- tá doendo pra caralho ficar sem ela, senti vontade de jogar tudo o que eu disse ao vento e agarrar ela, dizer que eu amo ela, amo tanto que ficar sem ela doi mais do que os tiros que eu levei, que doi mais que ser atropelado, más ser humilhado também dói, ser rejeitado machuca, implorar amor doi muito.

Cheguei em casa, ascendi um na varanda, fiquei olhando para o céu, pensei na minha mãe, é difícil acreditar que ela fez o que fez, ela nunca escondeu que a Ellen era a preferida dela, mesmo depois de tudo o que aquela desgraçada me fez passar, a unica coisa de boa que a Ellen fez na vida foi o filho,  eu amo aquele menino como se fosse meu, eu quis defender ele a todo custo, eu não podia imaginar que nunca mais veria ele ,o menino que eu cuidei, troquei fraldas, que me chamava de pai, que eu vi dar os primeiros passos, de nada adiantou ele foi embora com o pai de verdade, e eu nunca mais vou ver ele, ele sequer vai lembrar de mim um dia.

Más é isso ai vida que segue, não tem como voltar atrás, tenho que fazer o meu melhor, levantar a cabeça, fazer dinheiro pra dar o melhor para a minha filha, e arrancar a mãe dela do meu peito.

Entrei tomei banho, e me joguei na cama, pensamento vai e volta nela, que porra eu vou esquecer ela custe o que custar.

Meu plantão vai ser a noite, o  Neguim vai tirar uns dias pra ficar com o filho dele, é tá de boa,  acordei com o barulho da buzina do carro, olhei de cima da janela e vi o carro da Bella.

Cárcere não PrivadoOnde histórias criam vida. Descubra agora