Capítulo 35

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Pov Juliette

Aparentemente tanto eu quanto Sarah resolvemos ignorar aquela conversa no banho, já que não falamos sobre aquilo e apenas passamos a agir uma com a outra como se aquela conversa não tivesse acontecido. Por mais que eu estivesse doida de bêbada, eu me lembrava com bastante clareza de tudo que aconteceu naquela noite a três dias atrás.

Bom, e aqui estava eu hoje, uma terça feira esperando que Sarah me buscasse do teatro. Sarah teve que vir me trazer pois meu carro tinha estragado e meu pai precisaria do carro dela a noite, então a loira entrou em ação quando minha mãe pediu.

Ela estava meia relutante e um pouco distante durando o caminho, não sei dizer ao certo o que era, mas era nítido seu nervosismo. E pra piorar, ao parar em frente a escola de teatro me recordo muito bem do que aconteceu:

- Promete que independente do que acontecer estará sempre cuidando de você? - ela pergunta repentinamente me fazendo arrepair completamente.

- Por que está perguntando isso? - pergunto sem entender.

- Me promete, por favor. - ela praticamente implora e eu suspiro frustada sem saber o motivo dessa conversa estranha.

- Prometo. - digo e dou uma pausa ao ver seu rosto se suavizar um pouco. - Mas por quê?

- Porque sim Ju. - ela diz apenas e me puxa novamente para si em um abraço totalmente diferente de todos que já havíamos dado ao longo de nossas vidas.

Uma sensação de desepero e medo apossou meu corpo, então de forma involuntária a apertei mais em mim temendo o que poderia vir.

- Te busco as 21:00 tá bom? - ela pergunta com um sorriso simples e da um beijo singelo em minha testa enquanto segurava em meu rosto com carinho.

Eu assinto e ela me dá um beijo tão estranho quanto o abraço, um beijo com gosto de adeus que eu não sabia dizer o que significava.

Pra fuder tudo, eu nem se quer consegui fazer a aula hoje direito, meu peito se apertava e as vezes sentia minha respiração falhar por tamanho medo e sensação estranha que estavam me invadindo.

Quando enfim a aula acabou, segui o mais rápido possível para fora querendo que Sarah estivesse ali e que nenhuma dessas sensações ruim que estou sentindo seja algo relacionado a ela, apenas quero que ela esteja bem. Porém para meu desespero, não havia nem sinal do carro de Sarah.

Pego meu celular e no mesmo segundo ligo para a loira, e como sempre pode piorar, ela não atendeu. Segunda chama, também não foi atendida. E assim foi até a quinta chamada, onde eu desisti ao saber que algo não estava certo.

- Ju? O que faz aqui ainda? - meu professor pergunta saindo da escola e eu tomo um leve susto.

- Esperando minha tia, mas acho que ela se esqueceu ou algo do tipo. - digo e ele me abraça carinhosamente de lado.

- Vamos então, eu te deixo em casa. - seguimos até o carro dele com ele me perguntando como estava meu ensaio para a peça que seria daqui a três meses.

O disse que já havia decorado quase todas as falas e estava me esforçando o máximo. Após isso hora ou outra conversamos sobre assuntos diversos até chegarmos em minha cama.

Assim que ele para o carro sinto certo alívio tomar conta de meu corpo ao ver o carro de Sarah ali, então aparentemente ela está bem. Me despedi de meu professor e em um salto sai do carro logo indo em direção a porta de minha casa.

Congelo no caminho ao ver Sarah passar pela porta, seu olhar parecia perdido e confuso, porém além disso seu rosto estava vermelho e coberto por lágrimas. Eu posso jurar que vi em sua bochecha algum tipo de marca.

Minha sobrinha. - G!POnde histórias criam vida. Descubra agora