Capítulo 36

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Pov Juliette

Eu ainda não podia acreditar que Sarah havia dito aos meus pais. E a comprovação disso veio exatamente quando no dia seguinte desci para tomar café, estava um clima péssimo na mesa. Quando estava prestes a sair para buscar meu carro no concerto meu pai me chamou e logo minha mãe começou a falar.

- Onde você vai? - ela pergunta deixando sua xícara de lado e me encara.

- Pegar o carro no concerto e vou pra faculdade. - digo normalmente dando de ombros.

- Olha, nós sabemos de você e Sarah tá? Sério mesmo Juliette, apaixonada? - minha mãe pergunta se levantando e eu engulo em seco. - Você não vê o quanto isso é errado?

- Vejo muito bem, mas eu não escolhi entre 7 bilhões de pessoa simplesmente amar ela. - respondo sentindo minha garganta se fechar, automaticamente o semblante de minha mãe se fechou mais enquanto meu pai apertou os olhos com força.

- Não quero vocês duas juntas mais, está entendendo? Se eu pensar em ver vocês duas juntas... - ela deixa a frase a desejar me fazendo arrepiar enquanto senti todo meu sangue ferver.

- Você não pode simplesmente me impedir de vê-la, ela não deixa de ser minha tia e amiga. - digo sentindo a raiva tomar conta de mim.

- Eu sou sua mãe Juliette, eu sei o que você deve ou não fazer, e enquanto você morar d'baixo desse teto você terá que obedecer o que eu mandar. - ela responde mais nervosa do que já estava e eu reviro os olhos sem acreditar em suas palavras enquanto meu pai deu um pigarreio chamando atenção de minha mãe.

- Você está sem carro, sei lá por quanto tempo. Da faculdade pra casa e de casa pra aula de teatro, nada de saída e nada de amigos. Entendeu? - dei de ombros e subi as escadas indo em direção ao meu quarto com raiva.

Peguei minha mochila e olhei para tela do meu celular sentindo mais raiva ainda. Sarah sumiu, literalmente, seu número agora no Whatsapp aparece como se ele não existisse assim como na hora de fazer chamada, a enviei emails e até mesmo mensagem no Instagram e Facebook, mas ela simplesmente sumiu. Não quero nem imaginar o que minha mãe ameçou a ela por esse sumiço 100%.

Pra piorar, o aniversário de Sarah estava chegando, e bom, um dia após o aniversário dela se completaria 17 anos que o meu avô morreu. De acordo com minha família, Sarah sempre foi a mais afetada com a morte dele, afinal Sarah era a versão feminina dele, digo isso pois já vi uma foto dele e realmente eles são muito semelhantes, e bom, Sarah era a filha mais próxima de meu avô.

Tive que sair do quarto contra minha vontade quando meu pai veio me chamar para irmos. No carro estava um clima horrível, nem eu nem meus pais nos esforçavamos para mudar isso.

Ao enfim o carro parar em frente a faculdade desci rapidamente não me despedindo deles. Segui até o meu grupo de amigos e ali disfarcei da melhor forma que consegui toda a aflição que estava sentindo.

{...}

Não entendam como drama, mas a cada dia que se passava minha vida parecia perder um pouco da cor. Não ter notícias de Sarah ou ao menos saber se ela está bem é horrível, ficar completamente presa dentro de casa é frustante.

Meus pais tentavam conversar comigo aos longos dos dias, principalmente meu pai, porém eu nem me dava ao esforço, eles acham que sabem o que é melhor para mim mas na verdade não sabem.

Minha salvação no meio de toda essa confusão vem sendo as aulas de teatro a noite e as aulas na faculdade, nas aulas de teatro eu simplesmente me desligava desse mundo e ali eu conseguia me sentir um pouco bem, já na faculdade por mais que eu tivesse que fingir o tempo todo estar bem, era bom poder ter alguma pessoa para interagir.

Minha sobrinha. - G!POnde histórias criam vida. Descubra agora