Capítulo 02

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{ Soraya }

Simone passou o meu endereço ao motorista e o mesmo saiu para o destino. O percurso inteiro foi composto por um silêncio gostoso já que minha cabeça estava apoiada no ombro dela, enquanto seu braço fazia carinho no meu. Eu ressonava tranquilamente sentindo o perfume único dela invadir meus sentimentos. Fazendo de tudo para não recordar o beijo, mas esse é o principal assunto que não sai da minha mente, e a primeira coisa que vi ao abrir brevemente os olhos, foram suas belas pernas. Passei a língua nos dentes, sentindo minha boca encher de água, nossa, como ela tem belas pernas.

Quando vi, minha mão já deslizava pela coxa dela. Obviamente ela estava acordada e sentindo tudo, e aquele pequeno sorriso contido foi o sinal verde perfeito para eu saber que ela estava gostando. Eu não faria nada exorbitante ali dentro do carro, mas precisava retribuir o carinho dela de alguma forma. Então subi sorrateiramente a minha mão, praguejando aquele vestido de freira, pois um corpo daqueles estava coberto demais na hora errada. O percurso continuou, fui subindo pela barriga, parando ali, onde infelizmente eu exitei em continuar. E como tudo que é bom dura pouco, o motorista parou frente ao meu prédio.

— Senhora Simone, chegamos — Ele avisou nos olhando pelo retrovisor interno.

Nos afastamos um pouco sem graça e eu me ajeito no banco.

— Ok, já vamos descer. Você me dá um minuto? — Ela pede.

— Sim senhora — ele desceu e bateu a porta.

O carro era totalmente coberto por insufilm, ou seja, nada era visto de fora para dentro e o teto solar também. Não que eu esteja pensando como algo benéfico, mas nunca se sabe.

— Você está bem? — me perguntou mudando o modo de sentar. A fala tranquila e o olhar profundo.

— Já, já estou bem melhor — encarei novamente aquela boca que tinha o sorriso mais lindo do mundo.

Nossa, que clima! Nem eu, nem ela sabemos como reagir e nem o que falar. Foi tudo tão do nada, tão sem pensar. E esse é o grande problema do impulso, depois que ele passa, ficamos assim sem ação e morrendo de vergonha.

— Se precisar de alguma coisa, me ligue. E…desculpa pelo beijo, eu não sei oque foi que deu em mim. Não queria desrespeitar você ou prejudicar nossa amizade. Não vai se repetir.

Me aproximei bem dela, deixando todo minha vergonha de lado. Cheguei tão perto que nossas respirações agora podem se tocar. Observo toda a extensão de seu rosto, passo levemente minha mão em sua pele macia e encaro seus olhos.

— Não me peça desculpas, Tebet! Eu já te desejava a tempos, você só concretizou tudo — Sorri de lado.

Nos encaramos profundamente, quando ela me atingiu com aquele excitante sorriso. Porra, que mulher. Acho que ela acabou de enxergar em mim uma personalidade nova.

Foram olhares tão vibrantes que aniquilou qualquer barreira de inibição.

— Me beija de novo, eu preciso dormir com o gosto da sua boca na minha — que se dane se eu estou ridícula implorando feito criança, eu quero!

Ganho mais um sorriso incrédulo dela. O silêncio é tanto que posso jurar que estou ouvindo o coração dela bater forte.

— Soraya...— engole em seco.

— Eu posso jurar que esta desejando o mesmo que eu.

— Se você soubesse o que se passa na minha cabeça agora, se soubesse o que quero realmente fazer com você, não me pediria um beijo — aquela voz arrastada e meiga ao mesmo tempo, arrepiou cada pelo do meu corpo.

SPARKS I - Simone e Soraya [ EM CORREÇÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora