Capítulo 57

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Todos já haviam se recolhido em seus quartos e o Palácio agora estava em silêncio. No quarto das duas, Simone acabava de sair de um banho, vestida dentro de um roupão e na cabeça uma toalha secando seus cabelos molhados. Soraya já estava no closet, se vestindo para dormir.

Parando de secar os cabelos, Simone foi pegar seu celular que tocava desesperado sobre o móvel.

— Alô…oque?...não. Isso não faz sentido, eu deixei tudo decretado como deveria ser…sim, em parâmetros. Não acredito…é, mas eu não tenho paz.

Escutando lá dentro, Soraya veio até o quarto, enquanto ainda terminava de  passar creme nos braços. Sem dizer nada, mas prestando atenção, ela parou frente a Simone, que ainda estava sentada.

— Mas eu não tenho mais minuto de paz desde que isso começou…pelo amor de Deus, eles não estão negociando com uma criança de cinco anos…não…esse assunto é sério, caramba…

Após algumas falas a mais, Simone desligou, jogando o celular na cama.

— Oque foi que tirou você do sério assim? — Soraya perguntou.

— Esse novo projeto de lei que quero criar, mas a câmara não colabora por conta da aliança de alguns com o presidente anterior.

— Ainda esse assunto?

— Pois é…isso me irrita, eles não estão vendo que agora é um novo governo? Eu não vim para prejudicar ou quebrar alianças, eu só quero ajudar o povo, só isso, mas sem eles o poder do presidente fica vetado! Que inferno…não, mas eu vou convocar uma reunião geral, eu mesmo vou falar a eles e eu quero ver se essa lei não vai ser aprovada — expressou ela em tom alterado.

— Calma, Simone! Daqui a pouco você vai ter um troço. Calma! Eu e você vamos dar um jeito nisso. Você ainda tem quatro anos de governo pela frente, se cada adversidade que surgir você ficar a flor da pele desse jeito, já já eu fico viúva — Disse ela se aproximando da outra, alisando seus braços.

Simone foi acalmando após escutar o conselho de sua esposa.

— Tá bem?— Soraya se inclinou e deu um selinho nela — Você precisa relaxar um pouco…

— Tô cheia de problemas, Soraya, relaxar não é tão fácil assim.

— É sim…— A loira se afastou um pouco, jogou os cabelos para trás e começou a abrir o roupão de seda vinho que combinava com uma camisola que ela não estava usando por baixo.

Desamarrando a peça por completo, ela deixou deslizar por seus braços até cair no chão e ficar seminua para Simone.

— E então? Ainda tá difícil relaxar?

Simone engoliu a saliva a seco, tentando formular na mente, qualquer frase daquela bagunça de letras que se espalhou em sua mente.

— Eu…

— Oque foi, meu amor? — Ela se inclinou de novo e com o dedo indicador, fechou a boca entreaberta de Simone — O gato comeu sua língua, foi? — Uma vozinha aveludada saiu de seus lábios, junto de um olhar penetrante e um sorriso que vicia.

{ Simone }

Pude sentir o sangue correr nas minhas veias, o coração devia estar tão acelerado que bombeou uma carga imensa de adrenalina no meu corpo de uma única vez. Meus pelos, todos se arrepiaram. Tudo à minha volta sumiu, para mim só existia aquele monumento nu de mulher à minha frente. Toda a saliva da minha boca sumiu, deixando seca. Meus olhos? Esses já nem piscavam mais. Não importa quantas vezes eu visse Soraya nua, a sensação seria sempre como a da primeira vez. Acho que não há nada que eu ame mais ou que eu ame menos nela. Tudo ali era perfeito!

SPARKS I - Simone e Soraya [ EM CORREÇÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora