Capítulo 28

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{ Soraya }

Assim que passei pelo portão de embarque e entrei no avião, logo fui direcionada a classe executiva. Caminhei pelo corredor estreito à procura do numeral do meu assento. Quando achei, peguei minha mala de mão e coloquei no suporte que ficava acima dos assentos.

Deborah passou por trás de mim.

— Ué, não vai sentar ao meu lado? — perguntei a ela vendo se sentar um pouco distante de mim.

— Pois é, acabei trocando os números sem querer, desculpa. É a correria.

— Tudo bem, mas então quem vai sentar comigo? — perguntei e me arrependi no minuto seguinte.

— Boa noite — Disse Marcello com a mesma cara de poucos amigos que sempre fazia, ajeitando as coisas no lugar ao meu lado.

Olhei com cara de tédio para Deborah, que fez uma careta de "desculpe" para mim.

— Nossa, que delicia, hein — um outro homem que eu não sabia quem era, quase se esfregou em mim na hora de falar aquelas palhaçadas.

— Que isso, eu te conheço por acaso.

— Ei, tá maluco? Quer apanhar aqui dentro mesmo?— a vantagem que Marcello tinha por ser alto, intimidou o homem a quem agarrou pela blusa.

— Com licença, oque está acontecendo aqui? — o segurança da aeronave apareceu.

— Essa babaca aí faltando com respeito com ela, tira esse idiota daqui vai — ele empurrou o homem para o segurança.

— E se ele não me tirar, vai fazer oque? Vai me bater só por que elogiei a gostosa aí…

No impulso Marcello ia pra cima dele, mas Soraya o parou com as mãos em seu peito.

— Não, não faz isso. Deixa pra lá, não vale a pena. Deixa! Só tirem ele daqui, por favor — pedi ainda segurando Marcello.

Após o transtorno que se deu de uma hora para outra, eu finalmente me sentei perto da janela, ao lado de Marcello.

— Soraya, tá tudo bem? — Deborah me perguntou.

— Sim, sim. Já passou.

Tentei relaxar, fechando os olhos e segurando firmemente os braços do meu assento. Até que olhei pro lado.

— Obrigada.

— Pelo oque? — ele não me olhou.

— Por ter me defendido daquele parasita imbecil.

— Não fiz por você, só não gosto de gente abusada e principalmente de homens imbecis — respondeu folheando uma revista.

Resmunguei de propósito, sentindo meu estômago queimar com tanta arrogância daquele ser prepotente.

— Vem cá, você é sempre assim?

Ele me olhou.

— Não entendi.

— Metido.

— Ah, você também não é lá uma pessoa de muita classe.

— Você não, senhora.

— Não, você! Me tratou por você, algo pessoal, logo, me deu o direito de fazer o mesmo.

Fechei os olhos pedindo paciência interna para não voar nele ali mesmo.

— Não acredito que vou ter que dividir algumas horas ao lado de uma pessoa tão chata, segura a onda Soraya, segura a onda — repeti aquilo como um mantra, expressando as palavras entre dentes.

SPARKS I - Simone e Soraya [ EM CORREÇÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora