Capítulo 22

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O carro de Fernanda entrou pelos portões do prédio em direção ao estacionamento. Desde que tudo começou, ela passou a odiar qualquer oportunidade de estar no mesmo ambiente que Soraya, mas naquela ocasião ela precisava falar com sua mãe, por isso foi até lá, já que a mesma estava praticamente morando na casa de Soraya.

Mas ao estacionar o carro no início do estacionamento, ela bateu a porta e viu o desespero de uma mulher ao longe e um carro pegando fogo. Imediatamente ela correu para ver oque era e se desesperou ao reconhecer o carro.

O porteiro apareceu, junto a algumas outras pessoas, para ver oque estava acontecendo.

— É o carro da minha mãe! Ei, tem alguém lá dentro? Minha mãe, Simone tá lá dentro? — perguntou para Marina, que quase não conseguia falar por tamanho desespero.

— Não, é a dona Soraya…ajuda ela por favor, chama os bombeiros. Alguma coisa…

Fernanda nem esperou Marina terminar de falar, correu em direção ao carro, tomando cuidado com o fogo, vendo a quantidade de gasolina no chão e já deduzindo uma possível explosão. Ela se aproximou das janelas, abanando a fumaça que vinha em direção ao seu rosto e  batendo nas portas para ver se Soraya respondia.

— Soraya…me responde.

A mulher colocou uma das mãos na janela.

— Me tira daqui Fernanda, quebra esse vidro — ela gritou batendo na janela.

— Eu vou tirar você daí, calma…coloca alguma coisa no nariz, tenta não desmaiar, fica calma…

Situação drásticas, exigem medidas radicais. Fernanda precisou pensar muito rápido no que faria, afinal, cada segundo contava. Como o carro estava bem pertinho da parede, ela se apoiou na mesma e subiu na lataria que estava muito quente, sorte que ela usava casaco e calça jeans. Era um risco para ela, já que para se queimar não custava nada, mas não pensou naquilo, a adrenalina em tirar Soraya de lá antes de aquele carro explodisse, era maior.

— Soraya…tá me ouvindo? — ela chamou, batendo no teto solar do carro, não obteve resposta por uns segundos até que ela colocou a mão no vidro.

Nesse momento Simone apareceu, desesperada obviamente, na intenção de ir até o carro, mas Marina a segurou.

— Não, dona Simone…

— A chave do meu carro não tá lá em cima, Marina, cadê a Soraya?

— Dentro do seu carro, a menina tá tentando tirar ela de lá antes que…— ela chorou — ela ia sair com seu carro e quando entrou ele começou a pegar fogo e agora ela tá lá dentro…

— Que? Meu Deus do céu…Calma, que menina? — ela se distanciou de Marina, indo atrás — Fernanda?

Ela olhou na hora.

— Mãe, sai de perto desse carro agora! Sai! Agora! A Soraya tá aqui dentro, eu vou tirar ela…vai pra lá…

— Fernanda…

— AGORA, SIMONE! VAI…

Obviamente ela não obedeceu, mas Fernanda não tinha mais tempo pra ficar discutindo. Tirou a jaqueta que estava no corpo e enrolou no braço…

— Soraya…?

— Me tira daqui Fernanda — ela gritou batendo no vidro do teto solar, tossindo com o braço no rosto e chorando de desespero.

— Eu vou tirar, sai debaixo do vidro…sai.

Quando ela saiu, Fernanda começou a bater no único vidro do carro que não era blindado, e sim normal, mas não estava adiantando. Então ela tirou a jaqueta e voltou a bater apenas com as mãos, sem saber que certamente aquilo iria machucá-la.

SPARKS I - Simone e Soraya [ EM CORREÇÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora