Capítulo 47

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— Obrigada — Soraya agradeceu ao ganhar um lenço de Gael.

— Eu inteiramente culpado por tudo isso estar acontecendo. Se eu tivesse agido antes, se eu tivesse agido antes, talvez Simone não estivesse assim, talvez eu tivesse visto meu filho nascer…

Soraya o olhou.

— Eu não fazia ideia de que era casado e pai.

— Pois é! A anos atrás eu estava numa festa de família, aniversário de casamento dos meus pais. Um amigo nosso levou uma amiga, Luiza. Nossa, eu me apaixonei perdidamente na mesma hora, mas mantive a minha vergonha — ele riu fraco ao se recordar — até que meu amigo me fez criar coragem e ir falar com ela, e aí daí para frente notamos que éramos feitos um para o outro. Mas…

Silêncio.

— Mas?

— Oque eu não sabia, era que a Vera também tinha se apaixonado por ela na mesma época. E a partir daí, Soraya, você não faz ideia do que se transformou as nossas vidas. Um completo inferno. Brigas o tempo todo, as investidas dela na minha mulher, até que um dia ela mandou matar a Luiza apenas porque ela se recusou a ir para a cama com ela. Fez também umas fotos falsas delas duas na cama, enfim. Dias antes da Luiza "morrer", eu e ela brigamos muito feio, eu já tinha visto as fotos, gritei com ela e enfim…acabou com a minha vida. Aí quando veio a falsa morte eu me senti a pior pessoa do mundo. Foi também na mesma época que descobrimos a esquizofrenia e psicopatia contestada da Vera.

— Meu Deus, e porque ela não está internada?

— Ela foi internada fora do país inclusive, mas nossa mãe ficou muito doente e chamava constantemente por ela, meu pai, coração mole, teve pena e revogou a decisão, mandando tirá-la de lá. Foi a pior coisa que fizemos. Por um tempo ela até se comportou normalmente, mas depois que cuidou de Simone naquele atentado planejado por ela mesma, despertou algo nela de novo, a mesma história e agora é você que está no meu lugar! — completou.

A cada cada linha que ouvia da boca de Gael, só assustava ainda mais Soraya. Só confirmava ainda mais o seu repúdio pela maníaca do parque.

— Sua irmã precisa parar.

— E ela vai!

— Mas oque no momento não está encaixando é o fato de como a Simone ingeriu essa substância, como a Vera fez para aplicar isso nela? — Soraya questionou, tentando achar o fio da meada.

— Se eu estiver certo, anteontem eu ouvi ela combinar de tomar um café com a Simone e aí depois disso ela apareceu assim. Só pode ter sido nesse dia.

Soraya o olhou.

— Simone aceitou sair com a Vera? Mesmo depois de tudo oque conversamos? — ela apoiou o braço na janela fechada do carro e encarou qualquer ponto do lado de fora.

— Eu lamento, Soraya. Mas pelo oque conheço da Simone, ela parece ser uma pessoa compreensiva. Talvez tenha ido apenas para conversar. Ela parece não ver mal nas pessoas.

— O problema é exatamente esse, Gael. Primeiro que ela não devia nem ter ido, já começou errado porque mentiu para mim, ela não me contou sobre isso. Segundo que isso não é de agora, Simone não me escuta faz tempo, e é isso oque mais me decepciona nela — explicou.

Silêncio.

— Enfim, precisamos pensar no que vamos fazer daqui para frente — disse Gael.

— Eu já pensei! Você vai me ajudar em dois passos. Primeiro, vai dar um jeito de me colocar sozinha com a vagabunda da sua irmã, antes de qualquer coisa ela precisa sentir mais um pouco o peso da minha mão. Ela vai levar uma surra que nunca nem sonhou em levar. Segundo, vai dar outro jeito de me colocar na sua casa quando ela não estiver. Eu vou revirar aquele lugar até encontrar algo que reverta essa situação da Simone para que ela volte ao normal. Por que ela tem que saber com quem está lidando, mas nesse estado eu vou sair como maluca se mostrar todas essas provas. Para ela acreditar, precisa está acordada, em seu juízo perfeito de preferência.

SPARKS I - Simone e Soraya [ EM CORREÇÃO ]Onde histórias criam vida. Descubra agora