SPARKS I - Simone e Soraya [ EM CORREÇÃO ]

Capítulo 14

[ Capítulo 02 da maratona ]

{ Soraya }

— Temos uma entrevista hoje, certo? — Simone sentou no sofá à minha frente e cruzou as pernas.

Eu estava encostada na mesa dela, braços cruzados e só contemplando aquele espetáculo de mulher, que era só minha.

— Sim, na verdade é um podcast.

— E temos quanto tempo até lá?

Ela fez uma careta enquanto olhava o relógio em seu pulso e mexeu as sobrancelhas, sendo algo que eu já sabia ler.

— Uma hora e meia no máximo — ela se levantou e veio até mim, abraçando minha cintura.

Fechei os olhos e deixei ser levada pelo beijo intenso que ela me deu, arrancando de mim todo ar, uma de suas mãos apertou e puxou meu corpo ainda mais para o dela e a outra segurava meu rosto. Aquela boca devorando a minha, minhas unhas arranhando levemente o rosto dela, tudo tão gostoso que eu podia morar ali para sempre. O perfume que Simone usava, sempre ficava marcado em mim em todas as nossas aproximações, uma bela recordação.

— Hum…vida…— parei o beijo mas ainda ganhando selinhos.

— Eu adoro quando me chama assim! Vida!

— Hum — acariciei sua cintura — minha loira também se tornou meu apelido amoroso favorito.

— É?

— E! E já vou pintar um pouquinho mais porque o castanho já está querendo dar o ar da graça — reclamei jogando meus cabelos para trás.

— Para mim você fica linda de qualquer jeito.

— Sua opinião não conta.

— Por que não?

— Por que você me ama, aí não vale.

— Ué, mas é a que mais deveria contar, sou sua mulher! — ela colocou as mãos nos bolsos da calça.

— Não vale e ponto, Simone! Quem manda sou eu. Se eu disse está dito!

— Mas é muito abusada mesmo.

— Foi exatamente assim que você se apaixonou. Ouça nunca é pacífica!

Ela veio até mim e me beijou.

Há tipos de situações em que a gente não espera viver e quando acontece, não sabemos reagir. Foi exatamente oque aconteceu quando vi Eduardo em pé na porta completamente perplexo olhando para nós duas. Senti meu corpo inteiro paralisar com o susto que levei, me soltei dos braços de Simone deixando sem entender nada.

— Oque foi?

Nem precisei responder, assim que ela virou, viu por si só.

— Que diabos está acontecendo aqui?

— Eduardo, eu posso explicar!

— Não precisa!

Ele saiu e ela foi atrás.

[...]

Simone correu até alcançá-lo no corredor, pegando seu braço, o fazendo parar onde estava.

— Espera, por favor. Vamos conversar, você precisa me ouvir para entender oque aconteceu!

— Me poupe dos detalhes, eu não quero saber.

— Mas eu quero falar, não vou deixar você ir embora assim com essa imagem honrosa de nós nós duas, de mim — ela implorou, buscando o olhar dele.

Um breve silêncio contribuiu para diminuir a raiva que ele estava sentindo.

— Vim até aqui para podermos conversar e quando chego, você está aos beijos com ela?